Entenda como Pernambuco mantém a atração de investimentos, com desenvolvimento do mercado imobiliário e interiorização de parques industriais
O cenário de atração de investimentos em Pernambuco para o setor industrial e de logística é marcado por uma combinação estratégica para os negócios

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A atração de investimentos, a escolha estratégica de localização e o cenário fiscal e imobiliário em Pernambuco, com foco em empreendimentos industriais e centros de distribuição foram debatidos no segundo episódio do Videocast Metro Quadrado, nesta segunda temporada, na última quinta-feira (2). Com apresentação do titular da coluna Metro Quadrado, o jornalista Lucas Moraes, e presença contínua do advogado patrimonial e de negócios imobiliários Amadeu Mendonça, sócio diretor do Tizei Mendonça Advogados Associados, o programa recebeu o sócio-diretor da Alfredo Vilella Consultoria Empresarial, Pedro Vilella.
Atração de investimentos imobiliários em indústrias e armazéns logísticos em PE | Metro Quadrado
O cenário de atração de investimentos em Pernambuco para o setor industrial e de logística é marcado por uma combinação estratégica entre incentivos fiscais progressivos e a escolha técnica de localização. Com um programa de benefícios maduro e o uso de ferramentas imobiliárias inovadoras, o Estado busca manter sua competitividade e impulsionar o desenvolvimento, especialmente no interior.
"Eu sempre costumo dizer que aqui no estado de Pernambuco a gente tem um incentivo maduro, um programa de programa de desenvolvimento estado de Pernambuco, PRODEPE é um incentivo maduro. Eu acho que salvo engano, a lei do PRODEPE é de 1999 e o decreto de 2000, com mais de 25 anos. E o PRODEPE, ele foi o sucessor de mais dois programas de incentivos anteriores. Então tem indústrias aqui que são cases de sucesso. São indústrias que começaram em 1990 com os primeiros programas de incentivo, perduraram e estão até hoje ainda assim contando com esses incentivos da forma adaptada a esse tempo que elas estão lá, mas permanecem, não é? Isso é o que me faz achar que Pernambuco tem um um diferencial. Ele consegue atrair investimentos e reter esses investimentos aqui, sejam os industriais ou sejam os Centros de Distribuição", explica Vilella.
Segundo ele, os incentivos têm conseguido estruturar um avanço dos negócios em relação aos municípios do interior do Estado. "É uma tendência. Obviamente, a capital tem um um poder de atrair mais por conta de tudo que tá envolvido em relação à infraestrutura, população, enfim. Mas o o interior do Estado tem sim se mostrado como um motor para esse desenvolvimento, em grande parte por conta desses atrativos. Veja só... Uma indústria, ela parte de 75% de redução do ICMS na região metropolitana e ela cruzando a fronteira ali para Vitória de Santão, por exemplo, na Zona da Mata, já vai para 85%, e que não é uma área tão longe, né? Se a gente for pegar aí 70 km, acho 40 km... Faz diferença se você calcular isso para uma empresa que vai investir", alerta.
E para atração desses investimentos, para além dos incentivos fiscais, são necessários outros fatores, como a infraestrutura local e localização de bons terrenos.
O planejamento e o estudo são vitais para antecipar problemas e custos não planejados. Aspectos jurídicos, como a qualidade da documentação e a legalidade do imóvel, são cruciais, especialmente se houver financiamento. O licenciamento ambiental é outro desafio, pois alguns terrenos podem estar localizados em zonas de proteção, impedindo o empreendimento. Uma assessoria jurídica completa e visão técnica são fundamentais para evitar embrolhos e desperdício de oportunidades.
Devido ao cenário econômico adverso, para ultrapassar um dos grandes entraves, que é o investimento inicial em montar a planta fabril, muitos negócios estão lançando mão de uma alternativa imobiliária que pode reduzir os custos.
"A gente tem uma ferramenta no mercado imobiliário que pode ser utilizada que é o Build-to-Suit (BTS). Então, basicamente, a indústria ou a empresa que tá chegando, ela contrata uma uma construtora especializada nisso, que vai adquirir o terreno que ela quer, vai fazer a construção da forma que ela quer e vai fazer um contrato de locação com essa indústria. Então essa indústria, ao invés de desembolsar todo aquele valor adquirindo imóvel, ela vai fazer essa contratação com a empresa que vai fazer toda essa parte estrutural para ela. Vai fazer um contrato de locação, geralmente de 15 a 20, 25 anos, podendo ao final desse contrato ter uma opção de compra do imóvel. Então a empresa que contratou, ela pode ao final se tornar proprietária, caso queira, em condições pré-estabelecidas, ou se não quiser também não precisa adquirir. Então essa ferramenta ela tem diminuído a necessidade de um investimento inicial por parte da empresa que tá chegando", ressalta Amadeu.
As transmissões do Videocast Metro Quadrado serão sempre às 19h, a partir do canal do YouTube JC Play (youtube.com/@JCPlayOficial). A cada 15 dias, um novo episódio trará temas de interesse da população e do mercado, sempre com a participação de convidados do setor, que dialogam ao vivo com o público.