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Mercado imobiliário de Recife mantém valorização acima da média nacional

Apesar da desaceleração observada em julho, a capital pernambucana segue tendência de alta no acumulado do ano, com avanço de 13,96% em 12 meses

Por JC Publicado em 22/09/2025 às 15:38

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Recife se destaca no cenário imobiliário brasileiro ao manter um ritmo de valorização acima da média nacional, refletindo um mercado aquecido impulsionado por uma demanda resiliente e oferta limitada. Os dados do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), apurado pela Abecip, reforçam a solidez do setor na capital pernambucana.

Apesar da desaceleração observada em julho, a capital pernambucana segue a tendência de alta no acumulado do ano, com um avanço de 13,96% em 12 meses. Esse crescimento é significativamente superior ao da média nacional, que fechou o período com 10,19% de alta, a maior desde 2016. Esse cenário sugere que o investimento em imóveis na cidade continua sendo uma opção atrativa para preservação de valor, tanto para famílias quanto para investidores.

O dinamismo do mercado do Recife contrasta com o de outras capitais do Nordeste, onde a valorização perdeu força. Essa singularidade pode ser atribuída a fatores estruturais específicos da cidade, como a forte demanda por imóveis de alto padrão, a escassez de terrenos para novas construções e o impacto positivo de grandes projetos de infraestrutura. A persistência dessa valorização descolada da média nacional também sinaliza que os preços não são influenciados apenas pelos custos de construção, mas também pelo equilíbrio entre oferta e demanda na região.

A valorização dos imóveis no Recife tem se mostrado superior a indicadores como o IPCA, que mede a inflação, e o INCC, que acompanha os custos de construção. Essa discrepância reforça que o mercado imobiliário da cidade possui uma dinâmica própria, pouco atrelada ao cenário macroeconômico, e sugere que o setor continua sendo uma reserva de valor em cenários de incerteza. A estabilidade no preço dos aluguéis, por sua vez, reflete a busca contínua por moradia, mesmo com os desafios econômicos enfrentados pelo País.

A análise regional do IGMI-R mostra um panorama diversificado. Embora o crescimento mensal tenha desacelerado em relação a julho (quando foi de 2,10%), o acumulado em 12 meses continua em ascensão, ampliando o hiato entre a valorização dos imóveis e o Custo de Construção (INCC), que se mantém mais estável. Isso sugere que a alta dos preços não se deve apenas aos custos de obra, mas também à forte demanda e à oferta restrita.

Região Sul: foi a que apresentou as maiores acelerações do país, com destaque para as duas capitais de referência, Porto Alegre e Curitiba.

Região Nordeste: todas as capitais analisadas registraram uma desaceleração, embora mantenham um ritmo de valorização.

Região Sudeste e Centro-Oeste: as cidades apresentaram trajetórias heterogêneas, com algumas capitais acelerando e outras desacelerando, mostrando a complexidade e particularidade de cada mercado local.

Desempenho das capitais

No acumulado do ano, a alta nacional chegou a 10,19%, com Porto Alegre apresentando a maior variação anual, impulsionada pelo aumento da demanda por moradias após os desastres naturais recentes. Por outro lado, Belo Horizonte, Goiânia e São Paulo registraram as menores altas no acumulado e foram as únicas a apresentarem desaceleração em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, sete das dez cidades analisadas apresentaram variações superiores às de 2024, reforçando a tendência de aquecimento geral do mercado.

O IGMI-R segue em ritmo de crescimento mais acelerado que o IPCA (5,13%), o que reforça o papel do imóvel como ativo de preservação de valor e uma opção atrativa para investidores e famílias que buscam proteger seu patrimônio da inflação. Já a comparação com o IVAR (índice de aluguéis) indica que, enquanto o preço de compra e venda continua em alta, o mercado de locação avança de forma mais moderada.

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