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Construção supera 3 milhões de trabalhadores formais, aponta Caged

O número de trabalhadores formais no setor está próximo do recorde histórico alcançado em outubro de 2013, quando havia 3.073.915 profissionais

Por JC Publicado em 01/07/2025 às 8:44

A construção civil brasileira ultrapassou em maio de 2025 a marca de 3 milhões de trabalhadores com carteira assinada, segundo dados do Novo Caged divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O setor registrou um total de 3.006.760 empregados formais, número que representa crescimento de 0,56% em relação a abril e consolida uma tendência positiva no mercado de trabalho da construção nos últimos meses.

O número de trabalhadores formais no setor está próximo do recorde histórico alcançado em outubro de 2013, quando havia 3.073.915 profissionais com carteira assinada na construção civil brasileira.

No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em maio, a construção civil apresentou crescimento de 3,40% no número de trabalhadores formais, com a criação de 98.734 novas vagas no período. O saldo é resultado do avanço consistente do setor. Em junho de 2024, o setor possuía 2.908.026 trabalhadores com carteira de trabalho assinada.

DESACELERAÇÃO

Apesar dos bons indicadores no cenário anual, o resultado de maio de 2025 apresentou desaceleração na geração de postos de trabalho, com 16.678 novas vagas — o menor número do ano até o momento. O volume representa uma queda de 47,24% em relação a abril, quando foram geradas 31.612 novas vagas).

No acumulado do ano, de janeiro a maio de 2025, a construção civil criou 149.233 empregos com carteira assinada, uma redução de 6,70% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram abertas 159.957 vagas.

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, os dados mostram a força estrutural do setor, mas também acendem um alerta. “O setor da construção tem cumprido seu papel como um dos principais geradores de emprego no país, com crescimento sólido no número de trabalhadores formais. No entanto, a desaceleração registrada em maio exige atenção, pois pode refletir os desafios impostos pelo atual ambiente econômico, especialmente o impacto dos juros altos sobre os investimentos em obras e habitação”, avalia Correia.

Segundo a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, é preciso acompanhar os próximos resultados para verificar se essa desaceleração pode ser pontual ou uma tendência. “Mesmo com a redução no ritmo de contratações em maio, o setor continua com saldo positivo na geração de novos empregos em 2025 e mostra resiliência. Entretanto, os juros altos, que constituem hoje o maior problema enfrentado pelos empresários do setor, podem limitar o maior avanço do mercado de trabalho da construção e o seu melhor desempenho.”

SEGMENTOS DA CONSTRUÇÃO

Entre os segmentos da construção, a construção de edifícios liderou a geração de empregos no acumulado do ano, com 59.726 novas vagas, seguida por serviços especializados para a construção (45.252) e obras de infraestrutura (44.255).

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) classificou como positivo os indicadores referentes à geração de empregos formais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. 

Para Luiz França, presidente da ABRAINC, os dados reforçam o papel estratégico da construção civil no mercado de trabalho. “Para que essa trajetória positiva seja mantida e ampliada, é fundamental avançar na redução estrutural dos juros e assegurar o funding necessário para o financiamento habitacional e para os investimentos no setor”, destaca.

 

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