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Documentos contam histórias

Arquivo Público de Pernambuco celebra 80 anos como referência nacional em preservação da memória coletiva e democratização da informação

Por Fábio Lucas Publicado em 30/11/2025 às 20:34

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Os registros guardados de cada época compõem um mosaico de dados e fatos que se desdobra em histórias atravessando o tempo. Cumpre ao poder público – enquanto tradução do desígnio coletivo – tomar as medidas necessárias para preservar as histórias, cuja reinterpretação constante faz parte do amadurecimento democrático. O passado não se guarda num freezer: devidamente armazenado, o passado chega ao futuro não como ele foi, mas como olhamos para o que passou. E o nosso olhar pode mudar, e muda, porque também somos parte de uma realidade em transformação.
Em 1945, Pernambuco teve a criação do Arquivo Público Estadual, que celebra 80 anos nesta quinta, 4. Para o diretor da entidade, o escritor Sidney Rocha, o Arquivo Público “cumpre, hoje, um papel estratégico para o Estado e para a cidadania. Preservar documentos é, acima de tudo, garantir direitos, memória e democracia para as gerações presentes e futuras”, diz. Esse papel duplo, no fundo, se complementa, pois a dimensão democrática do Estado se fortalece com a documentação preservada, e os direitos do cidadão e da cidadã encontram, na base da informação que vem de outras épocas, a visão retrospectiva que permite análises mais acuradas do presente.
A programação festiva terá início na sede da instituição, no Recife, às 9h da manhã desta quinta-feira. Após debates, às 15h30 haverá lançamento do livro “O antes, o durante e o depois - A Confederação do Equador em documentos da época”, de Emerson Lucena, Hildo Leal e Artur Garcea, servidores do Arquivo Público. E às 16h30, abertura de ensaio fotográfico de Renata Victor sobre o Arquivo. Saiba mais no Instagram @arquivopublicodepernambuco.

 

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Adriana Doria, jornalista e educadora - Divulgação


Fliamar

O Festival Literário de Amaraji – Fliamar – terá sua segunda edição esta semana, de quarta, 3, a sábado, 6, na Mata Sul de Pernambuco. O evento é realizado em parceria com a primeira Exposição Educacional - EXPO-EDUC em Amaraji. Para a jornalista e educadora Adriana Doria, curadora desta edição, o Fliamar teve como principal foco a rede de ensino, e atender a uma cidade pequena, com baixo índice de desenvolvimento – e sem livraria. “Também busquei autores de gerações e linguagens diferentes, que pudessem contribuir para um diálogo na cidade”. Para Adriana Doria, que também vai dar uma oficina de escrita para o público local, o importante é “tecer relações de editores e autores” com pessoas da região, estimulando a leitura e a produção criativa. Mais informações no Instagram @fliamar_amaraji.


Flipetrópolis

Com Antônio Torres como autor homenageado e Alceu Amoroso Lima como patrono, o Festival Literário Internacional de Petrópolis – Flipetrópolis – teve sua segunda edição na cidade histórica do estado do Rio de Janeiro, de 27 a 30 de novembro, no Palácio de Cristal. O tema deste ano foi “Literatura, Encruzilhada e Arte”.


A revolução da longevidade

A Vestígio promove sessão de autógrafos do livro do médico Alexandre Kalache nesta segunda, em São Paulo. Em “A revolução da longevidade – Vivemos mais do que nunca. Mas estamos preparados para isso?”, o autor compartilha experiências e reflexões sobre saúde, aprendizado, participação e segurança, propondo que envelhecer “pode ser conquista e não fardo”. Na Livraria da Vila do Shopping Cidade São Paulo, a partir das 18h.


Sonhar a escrita

Dia Bárbara Nobre comanda oficina de escrita pelo Astrolabio, a partir desta terça, 2. “Sonhar a escrita: transformando experiências oníricas em texto” será online, nos dias 2, 4, 9 e 11 de dezembro, das 19h30 às 21h30. Mais informações em www.oastrolabio.com.br.


Uma impostora em Harvard

Jacques Fux promove live de lançamento de seu novo livro pela Faria e Silva, “Uma impostora em Harvard”, na terça, a partir das 8 da noite. Maria Homem afirmou, sobre a obra: “Este livro é a dessacralização crassa da pompa e circunstância da academia”. Ela e Rodrigo Lopes de Barros participam da conversa com o autor, no Instagram @jacquesfux.

 

Ana Paula Santos/ Acervo TV Cultura
Marcelo Tas e Luiz Schwarcz - Ana Paula Santos/ Acervo TV Cultura


Luiz Schwarcz na Cultura

Editor e fundador da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz é o convidado de Marcelo Tas no Provoca, da TV Cultura, na terça, 2. “Comunicação basicamente é um ato de respeito, e a literatura e o conhecimento exigem essa qualidade”, diz Schwarcz na entrevista, que vai ao ar a partir das 10 da noite.

 

Luis Paulo Ferraz
Jornalista Cristina Serra - Luis Paulo Ferraz


Cidade rachada

Publicado pela Máquina de Livros, será lançado na quarta, 3, no Rio de Janeiro, o livro-reportagem de Cristina Serra a respeito do afundamento de bairros, pela atividade mineradora, que levou 60 mil pessoas a terem que abandonar suas casas, em Maceió. Fruto de mais de 100 entrevistas, “Cidade rachada” conta com apresentação de André Trigueiro. Na Janela Livraria do Shopping da Gávea, a partir das 7 da noite.


Exílio como forma

Autor de “Exílio como forma: Gonçalves Dias e o dilema brasileiro”, João Cezar de Castro Rocha conversa com o historiador Lindener Pareto na quinta, 4, em São Paulo. Entre as questões colocadas na obra, estão: “O que está por trás da inquietante adoção do exílio como forma literária? Será a "Canção do exílio" um poema-sintoma?”, indaga Castro Rocha. O lançamento será na mais tradicional casa de livros da A. Paulista, a Livraria Martins Fontes, a partir das 7 da noite. Depois do bate-papo, haverá sessão de autógrafos. A publicação é da Autêntica.

 

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Poeta Túlio Velho Barreto - Divulgação


Poesia em dobro

O Furdunço Café & Cultura recebe lançamento duplo de poesia na sexta, 5, no Recife, a partir das 18h. Túlio Velho Barreto assina “Pequeninos Animais em Haikais”, publicado pela Patuá. Com ilustrações de Rafa D’Oliveira, esse é o seu primeiro livro para o público infanto-juvenil. E Paulo Marcondes Ferreira Soares lança “Mosaico”, pela Cego na Escuta Edições, com prefácio de Túlio Velho Barreto.

 

Marcelo de Jesus
Editor da Capivara, Pedro Corrêa do Lago - Marcelo de Jesus


Dona Leopoldina e os viajantes

Com tradução de Claudia Abeling, a Capivara está lançando “Dona Leopoldina e os viajantes no Brasil – A trajetória da imperatriz brasileira nascida na Áustria e dos naturalistas e artistas de língua alemã no início do século XIX”, do historiador da arte austríaco Robert Wagner. Por mais de duas décadas, o autor dirigiu a Biblioteca e o Gabinete de Gravuras da Academia de Belas-Artes de Viena. “Esse livro já tinha sido publicado na Alemanha pelo historiador Robert Wagner, que é um especialista na história da Áustria e se interessava muito pela Leopoldina”, conta o editor Pedro Corrêa do Lago. “Quando foi publicado na Alemanha, não imaginei que a Capivara poderia traduzir. Nossos trabalhos sempre partem daqui, de algum projeto desenvolvido por nós mesmos. Mas um amigo me alertou sobre o livro e, quando eu li, achei que seria uma contribuição interessante, porque tem uma abordagem diferente, focada nos naturalistas”. O volume é fartamente ilustrado, com cerca de 300 imagens exclusivamente da época (de Taunay, Debret, Florence, Pallière, Rugendas e Frübeck, entre outros). “A especialidade da Editora Capivara é justamente poder usar imagens originais da época. O avanço com relação à primeira edição em alemão é ter um número muito maior de imagens”, compara o editor.

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