Bienal afro-brasileira em Alagoas
Conexões entre o nosso país e o continente africano serão celebradas e debatidas a partir desta sexta, na 11ª Bienal do Livro de Alagoas
 
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Tem início nesta sexta, 31, e segue até o domingo, 9 de novembro, a 11ª Bienal do Livro de Alagoas, no Centro de Convenções, em Maceió. Um evento promovido pela Universidade Federal do estado, a UFAL, que traz como tema central as ligações culturais entre o Brasil e a África. Em entrevista para a Literária, Eraldo Ferraz, diretor da Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) e coordenador da Bienal em 2025, diz que a programação está voltada para a contribuição africana à formação da identidade do povo brasileiro. “A literatura é uma ferramenta poderosa para fortalecer os laços de identidade entre o Brasil e a África, promovendo a diversidade cultural e o diálogo intercultural”, afirma.
Confira abaixo a entrevista completa. E acesse www.bienal.ufal.br para acompanhar a agenda do evento.
O que levou à definição do tema da 11a Bienal do Livro de Alagoas?
Eraldo Ferraz - A definição do tema "Brasil e África ligados culturalmente em seus ritos e raízes" para a 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas foi motivada pela importância da conexão cultural entre o Brasil e a África e, também, por celebrar a confluência África-Brasil em diversos aspectos, como a língua, a literatura, a dança, a música, a culinária e outros costumes que contribuíram para a formação da identidade cultural do povo brasileiro.
Como os vínculos entre o Brasil e a África estarão presentes?
Eraldo Ferraz - Através da Homenagem aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) com os seguintes países: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe, ressaltando a conexão cultural entre esses países e o Brasil. Também, contaremos com lançamentos de livros, oficinas, palestras, rodas de conversa, contação de histórias, espetáculos de música, dança e teatro, que refletirão a diversidade cultural afro-brasileira, destacando aspectos como a língua, literatura, dança, música e culinária.
Em sua visão, qual o papel da literatura na formação e no fortalecimento de laços de identidade entre os dois lados do Atlântico?
Eraldo Ferraz - A literatura é uma ferramenta poderosa para fortalecer os laços de identidade entre o Brasil e a África, promovendo a diversidade cultural e o diálogo intercultural.
A cultura alagoana, e a nordestina de modo geral, trazem raízes africanas que fazem parte do cotidiano das pessoas em nossos dias. As homenagens e a programação da Bienal do livro também refletem essa atualidade? De que forma?
Eraldo Ferraz - Acreditamos que as homenagens às duas Yalorixás (Mãe Miriam e Mãe Neide) e a um Babalorixá (Pai Célio), bem como, as palestras, rodas de conversa e oficinas, vão sim, refletir essas raízes africanas.
Já em sua 11a edição, o evento se mostra cada vez mais relevante para a cultura estadual e regional, e se reafirma enquanto momento marcante para a educação, a memória e a vitalidade social. Neste sentido, o que o Sr. pode destacar dentro da programação, em relação a esses aspectos?
Eraldo Ferraz - A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas se destaca como um evento de grande relevância para a cultura estadual e regional, oferecendo uma programação diversificada que aborda temas importantes como educação, memória e vitalidade social.
Na Educação destacamos as Oficinas que vão abordar temas como literatura, educação e cultura, proporcionando oportunidades de aprendizado e reflexão para o público. Também, teremos um espaço para o lançamento de livros que contribuem para a educação e a formação cultural do público, incluindo obras que destacam a importância da herança africana na formação da identidade brasileira.
No que tange à Memória estaremos homenageando os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) destacando a importância da conexão cultural entre esses países e o Brasil.
Quanto à Vitalidade Social vamos oferecer uma programação cultural diversificada, incluindo espetáculos de música, dança e teatro, que refletem a vitalidade e a diversidade da cultura afro-brasileira.
Por fim, destacamos os seguintes eventos que ocorrerão na Bienal indicados pelas unidades acadêmicas da UFAL: Seminário de Educação, Encontro de Pesquisa em Educação de Alagoas e o Seminário de Serviço Social.
Qual o valor fundamental para um evento literário desse porte, realizado por uma universidade pública, como a UFAL?
Eraldo Ferraz - O valor fundamental será a democratização do acesso ao conhecimento e à cultura. Isso se traduzindo na oferta de espaços inclusivos e acessíveis a todos, independentemente de sua origem ou condição socioeconômica. Até porque é a única universidade pública federal que realiza uma bienal do livro no Brasil com entrada gratuita.
 
		
Ana Maria Gonçalves
Eleita este ano para a Academia Brasileira de Letras (ABL), a autora de “Um defeito de cor” participa da Bienal do Livro de Alagoas no sábado, 1º de novembro. Primeira mulher negra na ABL, Ana Maria Gonçalves é mineira, e teve sua obra mais conhecida transformada em enredo do desfile da escola de samba Portela, em 2024, no Rio de Janeiro. No Teatro Gustavo Leite, com a mediação de Daniela Beny, a partir das 7 da noite. 
 
                         
                                                                                    
                                            