O futuro feito por gente: Stellantis consolida crescimento do Polo de Goiana apostando em pessoas
Ao completar 10 anos, Stellantis celebra crescimento industrial, impacto regional e histórias de colaboradores que evoluíram com a empresa
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Quando Emanuelli France entrou no Polo Automotivo de Goiana, em Pernambuco, em 2015, a fábrica ainda dava seus primeiros passos e ela iniciava a carreira como auxiliar de produção. Dez anos depois, a trajetória da profissional, que hoje atua como assistente executiva de Francis Jorge, Plant Manager do Polo, se confunde com a própria história de crescimento da Stellantis na região, marcada pela geração de empregos, qualificação profissional e transformação econômica e social da Zona da Mata Norte.
Ao completar 10 anos de operação em 2025, o Polo Automotivo Stellantis de Goiana reafirma um de seus principais pilares estratégicos: pessoas. Mais do que números robustos de produção, investimentos e inovação tecnológica, o empreendimento é sustentado por trajetórias profissionais que cresceram junto com a empresa e ajudaram a redefinir o perfil produtivo e socioeconômico da região.
Crescer junto com a empresa
Há uma década no Polo de Goiana, Emanuelli France, 31 anos, já percorreu todos os níveis operacionais, passando por executora e facilitadora de time (team leader), até se tornar assistente executiva. “Evolução” é a palavra que define sua caminhada.
Com formação técnica em Segurança do Trabalho, Emanuelli aprendeu do zero sobre mecânica e motores em um ambiente historicamente masculinizado. “Entrar em uma indústria, numa área totalmente nova e dominada majoritariamente por homens, foi um desafio muito grande”, relembra.
Ao longo dos anos, buscou qualificação acadêmica, se formou em Administração de Empresas e concluiu uma pós-graduação em Engenharia de Produção. “O Polo cresceu e nós crescemos junto com ele”, resume. Para a administradora, as oportunidades oferecidas pela Stellantis foram decisivas para se tornar a primeira mulher da família a concluir o ensino superior e conquistar autonomia financeira.
Ela observa que o Polo se firmou como um divisor de águas para Goiana e municípios vizinhos, ao ampliar oportunidades de emprego, renda e desenvolvimento. “A partir do fruto do trabalho, as pessoas conseguem investir em educação, moradia e nos seus sonhos, crescendo junto com Goiana”, afirma.
Um motor de desenvolvimento para Pernambuco
Inaugurada em 2015, a fábrica da Stellantis em Goiana se consolidou como referência global no setor automotivo, com capacidade de projetar do zero, desenvolver e produzir veículos de alto valor agregado. Em menos de um dia, o Polo chega a fabricar cerca de mil carros de cinco modelos com alta tecnologia embarcada: Jeep Renegade, Compass, Commander, Fiat Toro e Ram Rampage.
A produção dos modelos começou em períodos distintos. Jeep Renegade, Fiat Toro e Jeep Compass foram produzidos nos primeiros cinco anos de operação do Polo, popularmente conhecido como “Polo da Jeep”. O Jeep Commander passou a ser produzido em 2020 e o Ram Rampage, em 2022, já sob o comando do Grupo Stellantis.
O Polo Automotivo de Goiana se tornou um poderoso motor de evolução socioeconômica para Pernambuco e o Nordeste, promovendo uma ruptura com o padrão histórico ligado à monocultura da cana-de-açúcar.
De acordo com o relatório de impacto socioeconômico elaborado pela Ceplan, a participação do município de Goiana no PIB estadual saltou de cerca de 1,0% no período pré-instalação (até 2013) para um pico de 5,2% em 2019, fechando em 4,8% em 2021.
Entre 2015 e 2025, os empregos diretos e indiretos no sistema produtivo da Stellantis em Pernambuco passaram de pouco mais de 10 mil para 18,2 mil postos de trabalho, um crescimento de 79%, bem acima do registrado na Região Metropolitana do Recife e no estado. Os profissionais atuam no Polo, em três turnos, vindos de 13 municípios, sendo 90% pernambucanos.
Em 2025, a planta de Goiana empregava 4,34 mil pessoas, com forte impacto regional: quase 20% dos colaboradores residem no próprio município, seguidos por Igarassu, Paulista, Recife e João Pessoa.
Visão estratégica e futuro industrial
Para Francis Jorge, Plant Manager do Polo Automotivo Stellantis de Goiana, o momento é de olhar para frente com confiança e responsabilidade industrial.
Em 2026, a fábrica será responsável pela produção de quatro novos produtos equipados com a tecnologia Bio-Hybrid, desenvolvida no Brasil para atender às demandas do consumidor local.
Segundo ele, a introdução dessa nova etapa tecnológica representa mais do que a evolução dos veículos: sinaliza uma mudança estrutural na própria forma de operar da planta.
“Receber a tecnologia Bio-Hybrid em Goiana representa um avanço estratégico para a nossa operação e para a indústria automotiva nacional. Estamos falando de uma solução desenvolvida no Brasil, alinhada à realidade do consumidor e que exige novos níveis de integração entre engenharia, manufatura e cadeia de fornecedores. A produção de quatro novos modelos a partir de 2026 reforça o papel do polo de Goiana como referência em inovação, eficiência industrial e transição energética responsável,” afirma Francis.
Para o Plant Manager do Polo Automotivo Stellantis de Goiana, o avanço tecnológico precisa caminhar lado a lado com o fortalecimento do ecossistema industrial regional. A expansão da cadeia de fornecedores em Pernambuco e no Nordeste é vista como um vetor estratégico para ampliar a competitividade da planta, gerar empregos e promover desenvolvimento sustentável no território.
“O crescimento do Polo de Goiana vai além da produção de veículos. A expansão da cadeia de fornecedores gera empregos, movimenta a economia local e cria oportunidades de desenvolvimento para toda a região. Com o investimento de R$ 13 bilhões previsto para o ciclo de 2025 a 2030, reforçamos nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável, a qualificação de pessoas e o fortalecimento da indústria no Nordeste, sempre com impacto positivo para a sociedade”, destaca Francis.
A Stellantis anunciou um investimento de R$ 13 bilhões no Polo Automotivo de Goiana para 2026. Os recursos serão destinados à renovação da linha de produtos, ao desenvolvimento de novas tecnologias, à atração de fornecedores e à geração de novos empregos, contribuindo para o adensamento industrial e a redução do hiato competitivo da região.
O anúncio ocorre após a confirmação da produção da Leapmotor (marca chinesa de veículos elétricos) em Goiana a partir de 2026, reforçando a capacidade de localização, autonomia e implantação de inovações tecnológicas da Stellantis no Brasil e no Nordeste.
Diversidade, inclusão e protagonismo feminino
Luciana Lira, de 44 anos, atua no Polo há seis anos e integra o Núcleo de Diversidade & Inclusão da Stellantis, onde lidera o pilar de raça e etnia. Para ela, a transformação cultural ao longo da última década é evidente. “Há 10 anos era quase impossível ver mulheres em cargos técnicos e de liderança. Hoje isso é uma realidade”, afirma.
Segundo Luciana, a empresa trabalha ativamente para ampliar a presença feminina e buscar maior equilíbrio de gênero, com o objetivo de se aproximar da paridade 50/50, ainda que reconheça os desafios. Para ela, a ocupação desses espaços não está ligada a cotas, mas à qualificação, desenvolvimento e oportunidade.
A distribuição da força de trabalho da fábrica, conforme o grau de instrução, demonstra a exigência de qualificação mediana a alta: 86% dos colaboradores possuem ensino médio completo ou superior incompleto. Os dados também mostram a presença feminina crescente em diferentes níveis de escolaridade.
Entre as iniciativas do Núcleo D&I estão programas afirmativos para mulheres na engenharia, que resultaram na contratação de 20 profissionais; vagas afirmativas para pessoas negras na área financeira; ações estruturadas de desenvolvimento e treinamento; além de projetos voltados à inclusão de pessoas surdas, como cursos de Libras (que em novembro concluiu a primeira turma) e o uso de plataformas de tradução simultânea, disponíveis 24 horas por dia.
“A inclusão não é apenas colocar a pessoa aqui dentro, mas oferecer condições reais para que ela se desenvolva”, reforça Luciana.
Ela própria vivenciou esse processo ao migrar da construção civil para a indústria automotiva, concluir a graduação em Ciências Contábeis e avançar na formação com uma pós-graduação voltada à área de diversidade e inclusão. “Eu faço parte de uma construção coletiva, diversa e inclusiva”, resume.
Superação, inclusão e oportunidades reais
A trajetória de Manoel Neto traduz o compromisso da Stellantis com a inclusão e o desenvolvimento humano. Ele ingressou no Polo em dezembro de 2014, antes mesmo da inauguração oficial, atuando em áreas técnicas, apoiado por formações em mecânica e caldeiraria.
Enquanto trabalhava, concluiu o ensino superior em Gestão da Qualidade e atualmente cursa uma pós-graduação em Gestão de Pessoas, o que ampliou suas perspectivas de crescimento profissional.
Ao longo do tempo, desenvolveu habilidades técnicas e comportamentais, superando a timidez e ganhando segurança para participar de reuniões com lideranças e equipes internacionais.
Em 2018, Manoel sofreu um grave acidente fora do ambiente de trabalho, com fraturas na coluna que resultaram em mobilidade reduzida. Após o período de recuperação, foi integrado ao grupo de Pessoas com Deficiência (PCD) da empresa. Um ano depois, foi promovido a team leader.
“Essa condição não impactou o meu crescimento profissional. A oportunidade chegou e eu tinha os pré-requisitos. Muito pelo contrário, hoje eu tenho promessas de crescimento aqui dentro. A empresa é totalmente inclusiva”, afirma.
Mais do que uma fábrica, o Polo Automotivo de Goiana se consolida, ao longo de seus 10 anos, como um projeto de futuro construído por pessoas. Profissionais comprometidos, diversos e em constante desenvolvimento seguem sendo o principal ativo da Stellantis para continuar transformando a indústria, a economia e a vida de milhares de famílias em Pernambuco e no Nordeste.