Consultora Tamara Myles lança Muito além do salário: Como o significado e a paixão podem impulsionar sua equipe, novo livro no Brasil
Psicóloga pernambucana radicada nos EUA dedica sua carreira à pesquisa sobre como as lideranças podem tornar o trabalho mais significativo.
Clique aqui e escute a matéria
A consultora Tamara Myles lança nesta terça-feira (28) dentro da programação do Mind Summit 2025 considerado o maior maior encontro da América Latina sobre potencialidade humana e saúde mental no trabalho a edição brasileira do seu livro Meaningful Work, traduzido como Muito além do salário: Como o significado e a paixão podem impulsionar sua equipe, seu mais recente trabalho desta vez em companhia do consultor Wes Adams. Ela faz o lançamento após a palestra no encontro que acontece no Vibra São Paulo que reúne palestrantes brasileiros e internacionais.
Tamara, dedica sua carreira à pesquisa sobre como as lideranças podem tornar o trabalho mais significativo e impulsionar a performance das equipes? Sua pesquisa foi a primeira a identificar, com base científica, os comportamentos-chave que transformam líderes em construtores de culturas mais inovadoras, resilientes e engajadas. E sobre qual o significado no trabalho: utopia ou antídoto contra burnout?
Nesse trabalho, analisa como grandes líderes cultivam as condições necessárias para que os colaboradores prosperem. Aprenda a inspirar paixão e estimular o alto desempenho de cada colaborador com ações diárias focadas em:Comunidade, Contribuição e Crescimento sempre colocando a ciência da Psicologia Positiva em destaque para mostrar aos líderes por que e como fazer o significado se tornar o principal pilar de sua liderança.
Falando sobre o livro à coluna JC Negócios , Tamara afirma que o livro mostra como líderes e empresas podem despertar engajamento, propósito e alta performance , indo além das recompensas financeiras.
Para ela, trabalho significativo, na nossa definição, é aquele que proporciona senso de comunidade, nos ajuda a contribuir para algo que importa e nos desafia a aprender e crescer. Não depende do “cargo ideal”.
O trabalho significativo tem menos a ver com o tipo de trabalho e mais com a forma como vivenciamos a importância do que fazemos. Líderes moldam essa experiência — quase 50% do significado que uma pessoa sente no trabalho está ligado ao que os líderes fazem (ou deixam de fazer).
Tamara Myles diz que quando sentimos que o que fazemos importa — é que nós importamos - a motivação acende. E isso aparece nos indicadores que importam para qualquer CEO: engajamento, desempenho, produtividade e até lucratividade são resultados de ajudar as pessoas a encontrar significado no trabalho. Níveis altos de significado estão associados a 64% mais realização, 4,5x mais engajamento e 69% menos propensão a pedir demissão.
Ela afirma que o ganho de produtividade pode chegar a US$ 82 milhões por ano a cada 10 mil colaboradores que sentem que seu trabalho tem significado. Quando compreendem o impacto do próprio trabalho, as pessoas são 142% mais produtivas e a receita cresce 172%.
Questionada sobre conceitos como Engajamento, propósito e alta performance exigem do CEO estratégias para colocar isso na prática mesmo quando a companhia não coloca isso como pilar de sua presença no mercado, ela afirma que na sua pesquisa, desenvolve um framework que chamamos de os 3 Cs do trabalho significativo — comunidade, contribuição e crescimento.
“Vimos que o trabalho se torna significativo quando as pessoas pertencem a uma comunidade, entendem como seu trabalho ajuda algo que importa e têm oportunidades reais de aprender e evoluir naquilo que é definido com a estratégia de três C.
Comunidade: é a experiência de pertencimento e relações de confiança. Mesmo organizações com forte propósito podem falhar aqui. Quando as pessoas não se sentem incluídas ou não têm laços próximos com colegas, o trabalho deixa de ser vivido como significativo.
Contribuição: é tornar claro para quem e para quê o trabalho importa. Duas alavancas eficazes são comunicar o impacto (para quem servimos e o que muda por causa do nosso trabalho) e usar feedback positivo específico e oportuno. Os dados mostram que, sem reconhecimento positivo, as pessoas ficam 74% mais propensas a sair em até um ano. Infelizmente, menos de 40% sentem-se adequadamente reconhecidas hoje e,
Crescimento: oferecer desafios com suporte para que as pessoas desenvolvam e dominem novas habilidades. Isso inclui desenhar funções que “estique” com segurança, criar trilhas de aprendizado, mentoria e estrutura para prática deliberada.
Segundo ela, na prática, o papel do CEO é orientar cada líder a cultivar essas três experiências no cotidiano. Quando os 3 Cs aparecem de forma consistente, o propósito deixa de ser apenas discurso e se transforma na experiência diária das pessoas — e isso sustenta engajamento, desempenho e produtividade ao longo do tempo.
Ela falou ainda sobre como empresas como Google, Microsoft e KPMG fazem isso ou é um tema que está mais no marketing corporativo do que na prática, especialmente quando esses princípios se chocam com momentos políticos como agora nos Estados Unidos.
“O teste é viver valores quando é difícil. Durante a pandemia, por exemplo, a Microsoft reconectou equipes de data centers ao impacto humano do trabalho que mantinham — educação, pesquisa, conexão entre famílias — e isso elevou moral e engajamento.
“Eu lembro do quanto a rede Marriott atravessou a crise ancorada em seus valores (cuidar das pessoas primeiro), sustentando práticas que reforçaram pertencimento e lealdade — e seguiu reconhecida como um excelente lugar para trabalhar. Em um período de disrupção contínua — do clima político ao avanço da IA — uma constante permanece: a busca humana por significado”, afirma.
Defendemos que significado é âncora e motor ao mesmo tempo: impulsiona desempenho e bem-estar, aumenta resiliência e adaptabilidade organizacional. É por isso que, em tempos turbulentos, fortalecer comunidade, contribuição e crescimento não é “nice to have”; é estratégia, conclui Tamara Myles que é pernambucana.