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O falso discurso de que oferta de energia limpa baixaria a conta do consumidor

Brasil incentiva geração de energia solar e joga fora energia produzida por empresas que continuam a instalar parques especialmente no Nordeste.

Por Fernando Castiho Publicado em 11/10/2025 às 0:05

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Nos últimos anos o Brasil começou a ouvir um debate sobre os efeitos do excesso da produção de energia limpa onde duas novas palavras foram sendo incorporadas. Um em inglês curtailment e o outro BESS.

Curtailment pode ser traduzida como limitação ou corte forçado da geração de energia, principalmente de fontes renováveis como solar e eólica, mesmo quando há condições de gerar mais energia. BESS sigla que significa Battery Energy Storage System pode ser traduzido como Sistema de Armazenamento de Energia em Bateria.

Presente e futuro

As duas estão interligadas porque grosso modo pode-se dizer que BESS pode ser, no futuro no Brasil uma proteção para o curtailment na medida em que poderiam armazenar e energia produzida por grandes parques eólicos e solares.

Ou seja, tudo aquilo que fosse produzido e não absorvido ao longo do dia pelo Operador Nacional do Sistema(ONS) poderia ser armazenado para ser injetado na rede nos horários de maior pico de consumo que hoje vem de termelétricas cujo valor do megawatt é pelo menos duas vezes mais caro que o preço médio.

Sem solução agora

Mas no curto prazo, o curtailment virou um problema grave para o parque de energia solar e eólica especialmente pela oferta de um outro produtor de energia também solar que atende pelo nome de Microgeração Distribuída (MGDD) cuja característica é ser um sistema de geração de energia em pequena escala próximo ao consumo. Aquele que milhões de famílias instalaram nos tetos de suas casas desde 2026 com o discurso de reduzir a conta e gerar parte dela.

A equação é meio capenga porque o consumidor sempre leva em conta a redução do valor da conta sem considerar os investimentos dos sistemas de placas solares e conversores Esquecendo que ou aporta capital ou paga juros no financiamento.

Sem planejarmento

O problema é que como sempre acontece no Brasil o planejamento feito nas carreiras acaba gerando um efeito colateral, não raro, mais sério. É isso que está acontecendo quando o ONS está deixando de comprar a energia produzida em grande blocos dos parques solares porque em parte do dia todo o mercado é suprido por MGDD.

Funciona assim: quem produz energia no teto de sua casa entrega à distribuidora estadual que ao fazer o balanço que precisa entregar aos seus clientes subtrai o que recebeu de MGDD para pedir ao ONS o que precisa entregar na ponta.

O que provoca

Isso é o que está provocando o tal curtailment. E essa conta está ficando muito cara para quem aplicou bilhões em parques eólicos e solares e não está conseguindo faturar a sua energia.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) em 2025, o curtailment já ultrapassa 20% da energia produzida, consolidando-se como um problema estrutural.

Crise no RN

No Rio Grande do Norte o "desperdício" de energia renovável no último mês de setembro foi maior em todo o país segundo a consultoria CarpeVie, parceira do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE) que contou 36,01% dos cortes de geração entre todas as unidades da federação.

No ano, o RN ((25,43%) ocupa a segunda posição nacional no desperdício dessa energia, atrás apenas da Bahia (35,14%); e na frente de Minas Gerais(15,63%). Ao todo, 70% das perdas estão concentradas no Nordeste.

Crise prolongada

Na temos a curto prazo resolver essa questão. E já sabemos que essa questão vai bater na Justiça, o que significa dizer que em breve poderá ser cobrada na conta de energia dos brasileiros. Algumas empresas já judicializaram a questão.

Se a curto prazo não há soluções para o curtailment a médio prazo do BESS pode ajudar pois ele seria uma espécie de seguro para armazenar essa energia. Mas até agora o governo através da Aneel, Ministério das Minas e Energia não enfrentou a questão.

Cortar subsidio

Especialmente porque em algum momento o atual subsídio para gerar MGDD e para as empresas donas dos parques solar e eólico devem ser cortados em detrimento do armazenamento que ajudaria a todo o setor.

Porque não dá para esperar que o mercado começe a gastar todas essa energia.

Mas como falar disso num ano de campanha eleitoral: Imagina o governo comunicar que vai cortar os incentivos para quem produz energia nos telhados.

Entretanto, o armazenamento parece ser a solução definitiva. Até porque há uma indústria que pode atender o mercado e criar condições para que o fornecimento seja uniforme e o Brasil reduza o uso de térmicas.

Conversa dura

A questão é quando isso vai ser feito. Em 2025 e 2026 nem pensar. E enquanto essa conversa dura não conversa o consumidor vai continuar pagando bandeira vermelha e bancar os subsídios dado no passado a esse setores.

 

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Consórcio de imóveis

Os brasileiros estão optando por outras modalidades de compra para adquirir um bem de alto valor, como casa, carro ou até serviços, sem recorrer aos juros elevados do financiamento. Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).

O relatório mostra 2025 como um dos melhores para o setor de imóveis quando até setembro foram contabilizados 2,45 milhões de consórcios de imóveis, um crescimento de 31% comparado com 2024. E revela uma mudança de paradigma do consumidor que sempre resistiu a aplicar seu dinheiro num contrato de consórcio de imóveis embora aposte no de veículos.

Terras não raras

No debate sobre terras raras tem uma informação relacionada ao Nordeste brasileiro como detentor de terras "não rasas" e que são destaque no setor mineral. É o caso dos pólos estratégicos que vão do sal marinho potiguar (RN) ao Polo Gesseiro do Araripe (PE). Mas a Bahia é mais diversificada com sua produção com ouro, cobre, níquel e vanádio. Finalmente o Ceará, em ascensão nas exportações de rochas ornamentais.

Os estados nordestinos já representam entre 15% e 20% do faturamento nacional da mineração, algo entre R$20,8 e R$27,8 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025. A Bahia ( R$6,7 bilhões), o Ceará ( US$32,4 milhões) dobrou suas exportações de rochas ornamentais. O Rio Grande do Norte segue como líder absoluto na produção de sal marinho, respondendo por 95% da oferta nacional Mesmo percentual de Pernambuco com Gipsita.

Trump na economia

Mesmo com a confusão provocada pela administração Donald Trump a economia dos Estados Unidos em 2025 continua demonstrando resiliência, mesmo diante de desafios fiscais e pressões inflacionárias.

Segundo o Bureau of Economic Analysis (BEA), o PIB norte-americano cresceu na taxa anualizada em 3,8% no segundo trimestre de 2025 bem acima dos 3% inicialmente reportados. A inflação segue controlada, embora ainda acima da meta de 2% do Federal Reserve. A taxa anual do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu para 2,9% em agosto de 2025, a mais alta desde janeiro.

Salário médio EUA

O novo relatório do Census Bureau, a renda familiar média nos Estados Unidos foi de US$74.580 anuais - cerca de US$6.215 por mês em agosto. Mas enquanto regiões como Califórnia e Nova York enfrentam alto custo de vida, estados como Texas, Flórida e Nevada se destacam pela ausência de imposto sobre renda, atraindo empresas e profissionais qualificados.

Mas alguns setores se destacam. A renda média dos médicos chega a US$313 mil por ano. Já os profissionais da construção, como pedreiros, têm rendimentos médios de US$53 mil por ano.

De 13 a 15 de outubro, o Centro de Eventos Recife Imbiribeira, sedia o 27º Congresso CRIARH, evento, voltado para a área de Recursos Humanos, reunirá pessoas e organizações de diversas indústrias para fomentar ideias e ações práticas para os negócios.

Metanol e tributos

No meio do noticiário sobre a tragédia humana das bebidas contaminadas com metanol, uma informação do Euromonitor International para a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), revela que o país deixou de arrecadar aproximadamente R$ 28 bilhões em impostos devido a bebidas falsificadas no último ano.

Destilados

Somente os destilados falsificados correspondem a cerca de 28% do mercado nacional, incluindo bebidas como vodca, uísque, cachaça, tequila, rum, gin e conhaque. Mas existe fraude também no segmento de fermentados, 9,7% do mercado é composto por produtos ilícitos, o que representa 81,5 milhões de litros, incluindo vinhos e espumantes.

Nordeste Fora

Pernambuco segue fora do setor de concessões. O setor de infraestrutura no Brasil entra em um novo ciclo de crescimento com leilões de concessões de rodovias que devem atrair mais de R$50 bilhões em investimentos nos estados como Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, mas Pernambuco segue fora.

Equidade de gênero

A Super NINA, startup brasileira que une tecnologia, dados e propósito social para enfrentar a violência de gênero nos transportes o Prêmio "Rumbo a la Equidad", promovido pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) e pela União Europeia (UE), dentro da programação do III Encontro do Observatório Latinoamericano de Género y Movilidad (OBGEM).

Valor do IA no LIDE

O LIDE Pernambuco, através do LIDE Finanças, tem no próximo dia 17 de outubro agenda com Cláudia Elisa, conselheira de administração da CPFL, Camil, Smartfit e Beneficência Portuguesa. Que vai falar sobre "IA como alavanca de vantagens competitivas (moats) e escalabilidade", destacando a inteligência artificial como diferencial para crescimento com sustentabilidade dos negócios. O almoço do LIDE acontece no Executive Lounge do Hotel Atlante Plaza.

Gestão em foco

Nesta quinta-feira (16), no Restaurante Coco Bambu tem mais uma edição do projeto "Jantar Empresarial Harz" promovido pela o especialista em gestão empresarial, Raniiere Santtos. Ingresso no https://www.sympla.com.br/evento/jantar-empresarial-harz/3127907

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