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O que a tragédia das vítimas do uso do metanol nas bebidas revela sobre o risco de se beber fora de casa

Falsificação também causa prejuízos aos estados e à União com evasão de tributos, além de financiar o crime organizado na distribuição no varejo.

Por Fernando Castiho Publicado em 02/10/2025 às 0:05

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Por trás da tragédia que dezenas de famílias estão vivendo com a perdas de seus entes e com a constatação de que pessoas jovens adquiram cegueira depois de ingerirem bebidas numa festa, num evento musical ou num restaurante enquanto se divertiam existe um efeito econômico que só agora ganha atenção das autoridades relacionadas à falta de fiscalização da venda de bebidas em locais públicos.

Têm a ver com ações de secretarias e órgãos de fiscalização sanitária de saúde pública, defesa do consumidor e de controle fiscal na tributação de bebidas, especialmente quanto aos destilados.

Vinho e cervejas

Pela própria formulação, a falsificação de vinho e de cervejas não permite maiores ganhos pela exigência natural do consumidor em abrir uma garrafa ou uma lata de cerveja. Mas isso não quer dizer que eles também possam ser adulterados.

No ano passado, por exemplo, uma operação do Ministério da Agricultura com a Polícia Militar do Paraná fechou uma fábrica clandestina com aproximadamente 18 mil cervejas falsificadas em Colombo (PR).

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Vários estados

Em 2023, segundo relatórios da polícia em vários estados, mesmo em apreensões pontuais, já informou que as bebidas ultrapassaram o cigarro como produto mais falsificado no país. Foi a falta de controle que facilitou a expansão de negócio ilegal que traz grandes riscos ao consumidor.

Os números de 2023 confirmaram os temores de 2022 quando, no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgou a informação de que o crime organizado obteve receita de R$56,9 bilhões apenas com a fabricação de bebidas falsificadas. Um volume maior que o faturamento da maior cervejaria do país, a Ambev, no mesmo período, de R$42,6 bilhões.

Tarcisio e o PCC

Embora o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas tem se apressado em dizer que não existe elementos que liguem os casos de envenenamento de metanol ao PCC, numa defesa estapafúrdia da maior facção do Brasil apenas para rebater uma suspeita levantada pela Polícia Federal, sabe-se que o crime organizado é quem está por trás da importação de metanol, embora para adulteração de combustíveis.

Entretanto, a questão da falsificação de bebidas é mais antiga. Desde que a indústria de uísque e de gin existe, os preços das melhores marcas justificam a falsificação, especialmente para promotores de eventos e de casas de show, pelo que podem agregar valor na elaboração de coquetéis.

Vale a pena falsificar

Não devemos ser ingênuos. O que define se vale a pena falsificar ou não uma garrafa de uísque é o seu preço no varejo. O fato novo nessa tragédia é o uso aparentemente indiscriminado do metanol, uma substância química importada, sabe-se lá de onde.

Porém, o que preocupa a indústria de destilados nesse momento é o prejuízo reputacional de seus produtos. Na verdade, essa é a maior crise que a indústria que convive com um cenário de fraudes permanentes terá que gerir, uma crise que chegou ao cliente final.

O Mictório serve apenas uísque para seus participantes
O Mictório serve apenas uísque para seus participantes - O Mictório serve apenas uísque para seus participantes

Fora do domicílio

Pouca gente sabe, mas o maior volume de vendas da indústria de bebidas é fora do domicílio. O problema é que a crise com vítimas fatais e sequelas permanentes veio quando este ano, pesquisa do Núcleo de Estatística da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) apontou que 36% das bebidas comercializadas no Brasil eram fraudadas, falsificadas e contrabandeadas.

A Fhoresp representa legitimamente 500 mil empresas paulistas, entre hotéis, bares, restaurantes, lanchonetes e padarias só em São Paulo. E um balanço da Associação Brasileira de Combate à Falsificação mostra que o Brasil deixou de arrecadar R$471 bilhões entre 2024 e 2025 por conta de falsificações.

Mais apreensões

Os números de 2023, por sua vez, confirmam os de 2021 escritos no Relatório de Apreensões da Associação Brasileira de Bebidas que apontaram que no período entre 2018 e 2021, as ocorrências de repressão contra o mercado de bebida ilegal cresceram 171,43%.

Naquele ano, chegou ao conhecimento da entidade a apreensão de exatas 326.882 garrafas de 750 ml contrabandeadas ou falsificadas, com destaque para o descaminho e o contrabando.

Consumidor atento

Em 2023, a mesma entidade alertou para a importância de o consumidor estar atento a algumas dicas antes de adquirir promoções tentadoras na internet. Especialmente porque durante a pandemia o crescimento da compra de bebidas no e-commerce cresceu exponencialmente.

A entidade usou ainda outra informação. Desta vez, a Associação Brasileira de Combate à Falsificação apontou que cerca de 35% dos produtos falsificados comprados por brasileiros são adquiridos na internet, um negócio que fez o Brasil perder R$ 345 bilhões na arrecadação tributária.

Uísque, gim, vodca

Os grandes números só servem para alertar e apenas mostram que o problema é do conhecimento das autoridades. Até porque elas sabem que uísque, gim, vodca e cachaça estão entre as bebidas mais falsificadas.

Mas por que só depois das mortes que as autoridades de vigilância se apressaram em alertar para os cuidados ao ingerir bebidas em lugares públicos? Talvez porque desde 2024 o número das ações das polícias nos estados tenha mesmo diminuído.

Grandes eventos

Talvez porque havia uma percepção (equivocada) de que, como as empresas produtoras de grandes eventos como open bar negociavam diretamente com as indústrias a colocação de suas marcas, os eventos fechados não tinham riscos de falsificação.

Mas isso não as isenta. Os casos até agora relatados mostram que não foram nessas festas controladas, mas em bares e eventos fechados que as vítimas ingeriram metanol adicionado a destilados. O que só reforça a sensação de que não existe fiscalização. Ou seja, não está funcionando.

 

Divulgação
Feira de Imóveis, numa iniciativa da Prefeitura em parceria com a Caixa Econômica Federal - Divulgação

Feira de Imóveis em Jaboatão dos Guararapes

Jaboatão dos Guararapes sedia a partir desta quinta-feira (2) a Feira de Imóveis, numa iniciativa da Prefeitura em parceria com a Caixa Econômica Federal e a Companhia Estadual de Habitação e Obras. O evento aconteceu num pavilhão climatizado de 450 metros quadrados no pátio externo do Shopping Guararapes.

Serão ofertados 2.000 imóveis com condições especiais de financiamento e subsídios de programas habitacionais. Pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, os beneficiários podem contar com até R$55 mil de subsídio. Já pelo programa estadual Morar Bem – Entrada Garantida, o apoio pode chegar a R$20 mil.

As construtoras Direcional, MRV, Exata Engenharia, MM Construtora e VL Construtora integram o portfólio do Hub Nogueira Corretores na Feira de Imóveis Morar Bem em Jaboatão dos Guararapes. O evento ocorre desta quinta (2) a domingo (5), no estacionamento do Shopping Guararapes.

Parque Guararapes

O Comandante Militar do Nordeste, general Maurílio Miranda Netto Ribeiro, o superintendente do Iphan, Frederico Brennand, e o prefeito do Jaboatão, Mano Medeiros, tiveram reunião para alinhamento entre os entes responsáveis para abrir o parque nacional dos Guararapes e captação de investimentos da iniciativa privada, com foco no turismo, esportes, cultura e lazer.

Vivenza da Agric

A Construtora Argic abre quiosque no Mateus Hiper Casa Forte para apresentar o Vivenza, seu novo empreendimento residencial na Zona Norte do Recife o Vivenza que oferece unidades de 2 e 3 quartos, com metragens entre 48m² e 57m² , Fica próximo ao Plaza Shopping e da Praça de Casa Forte, O empreendimento já tem aproximadamente 35% da obra executada e 85% das unidades vendidas.

Instituto Ponte

O Instituto Ponte conquistou o 2º lugar geral no Prêmio FGV de Responsabilidade Social, uma das mais relevantes premiações do país no setor, concorrendo com mais de 970 ONGs.

Este ano, o Instituto Ponte celebra 11 anos de dedicação à educação como caminho para a ascensão social em uma geração – atendendo mais de 460 jovens de 19 estados brasileiros – oferecendo bolsas de estudo, apoio académico, sócio emocional e financeiro para que talentos em situação de vulnerabilidade alcancem universidades de excelência e oportunidades de transformação de vida.

Este ano, o Instituto Ponte no Nordeste realizou no Recife Expo Center uma mobilização para sensibilizar doadores da organização com um engajamento que permitiu que novos alunos da região fossem beneficiados, ampliando a presença do Instituto e mostrando o poder transformador da educação.

Portal Edicase
As consultas de rotina ajudam a preservar a qualidade de vida dos pets. - Portal Edicase

Treinões e Pets

Neste domingo, a Netshoes terá uma edição dos “treinões” da Netshoes Run Tour, circuito que leva o Brasil ao Recife. A experiência da tradicional corrida de rua da marca reforça seu compromisso em incentivar o estilo de vida esportivo.

No evento haverá treino especial com a companhia de pets: a “cãorrida”. O evento será no Forte Brum, com percurso de caminhada de 3 quilômetros e corrida de 5 quilômetros, numa ação pensada para reunir corredores e seus animais de estimação em uma experiência que une esporte, diversão e companheirismo.

Marisqueiras

Para fortalecer a inclusão socioprodutiva nas regiões onde atua, o Grupo JCPM, em parceria com o Sebrae/PE, promove ao longo deste semestre formações em empreendedorismo para marisqueiras de comunidades de Sirinhaém, no Litoral Sul do Estado, onde o grupo desenvolve o projeto Condomínio Praia de Guadalupe.

Nesta quarta-feira (01), uma turma de 14 mulheres atendidas pela iniciativa social teve a oportunidade de exercitar suas habilidades para negócios durante a 27ª Exposição Riquezas da Mata, realizada na sede do Sebrae no Recife, onde foram comercializados itens de artesanato e gastronomia.

Vivix Internacional

A exposição José Pedro Croft: reflexos, enclaves, desvios, aberta na última semana, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (CCBB Rio), é um exemplo de como cultura e indústria podem caminhar juntas. A Vivix Vidros Planos, instalada em Goiana, Pernambuco, é a patrocinadora da mostra e forneceu os vidros e espelhos que integram as esculturas e instalações do artista.

A iniciativa coloca o vidro brasileiro em evidência no circuito internacional das artes, reforçando a importância da indústria nacional na economia criativa e no apoio a grandes eventos culturais.

Bruno Barino

O CEO da BlackRock Brasil, maior fundo de investimentos do mundo, Bruno Barino estará no Recife nesta quinta-feira (2) a convite de André Farias do Experience Club, para uma conversa com empresário sobre o tema “Megatendências globais e o panorama macroeconômico brasileiro”, das 8h30 às 11h30, num café da manhã no Armazém Blu’nelle, na Rua da Fundição, em Santo Amaro no Recife.

Dia das Crianças

A Confederação Nacional do Comércio estima que o Dia das Crianças de 2025 deve movimentar R$9,96 bilhões no varejo brasileiro em valores absolutos. Caso se confirme, será o maior volume de negócios para a data nos últimos dez anos (R$9,45 bilhões em 2015), superando também o patamar pré-pandemia (R$9,76 bilhões em 2019). O Dia das Crianças um termômetro para o último trimestre do ano.

 

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