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Petrobras avisa que o negócio da empresa é petróleo e que produção de energia solar, eólica e hidrogênio verde só depois de 2035

Estatal adora solgan transição energética justa para ancorar discurso de melhoria da desacrbinização porém sem deixar de focar no petróleo.

Por Fernando Castilho Publicado em 04/09/2025 às 0:05

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Numa apresentação sobre os negócios da empresa mirando o futuro, no fórum da Bloomberg New Voices, em São Paulo, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard disse a produção de energia solar e eólica, além de hidrogênio verde só entrarão nas prioridades da empresa após 2035 uma vez que até lá, o foco da estatal é combustíveis de petróleo.

A declaração pode surpreender os defensores da geração de energia limpa. Até porque a companhia ancora sua publicidade num discurso de estar comprometida com uma “transição energética justa” que para ambientalista aponta que um cenário de que a empresa planeja produzir combustíveis verdes saindo do petróleo.

Conceito de produção

Pode ser. Mas o que Chambriard deixou claro aos executivos e investidores da empresa é que o conceito de produção de combustíveis sustentáveis é a melhoria dos processos de combustíveis de petróleo.

Magda Chambriard não está surpreendendo ninguém. Como ela mesma disse no evento, a empresa está em condições de resistir à guerra comercial dos Estados Unidos graças às vendas robustas a outros países incluindo a Índia, um país que ela vê como estratégico. Até porque está disposto a comprar tudo que a Petrobras tiver para vender.

Esqueça o Prates

As afirmações da presidente da Petrobras dão “uma real” no segmento ambiental que, mesmo depois da saída de Jean Paul Prates - um executivo que ajudou a consolidar o setor de eólicas no Brasil - se animaram com a divulgação do conceito de “transição energética justa” acreditando que a estatal teria uma pegada mais renovável.

Transição energética justa para a Petrobras tem a ver com produção de BioQAV (ou SBC, sigla em inglês de Componente Sintético da Mistura para produção de SAF) e de diesel renovável (ou HVO - Hydrotreated Vegetable Oil) para o qual a empresa está fazendo a contratação para sua primeira planta dedicada.

Créditos de carbono

Ou com contratação de créditos de carbono gerados a partir de restauração florestal na Amazônia, reinjeção de CO2 no pré-sal nas suas plataformas e Diesel R5 produzido a partir do co-processamento de óleos vegetais. No caso, de óleo de soja refinado, com óleo diesel de petróleo que a estatal produz.

Isso define claramente que a estatal quer continuar a ser uma empresa de petróleo Mesmo que o preço dele esteja baixando (Chambriard não crê que ele baixe de US$ o barril) e aumentar sua produção como conseguiu no segundo trimestre desde ano quando chegou a 2,3 milhões de barris dia.

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Navio-plataforma P78 no estaleiro Benoi da Empresa Seatrium Singapura. - Divulgação

Ganhos e produção

A Petrobras alcançou um lucro líquido de R$26,7 bilhões (US$4,7 bilhões) no segundo trimestre de 2025, com destaque para o aumento da produção de óleo que compensou os impactos da queda de 10% no preço do Brent no trimestre.

E a maior prova dessa prioridade na adição de mais barris na sua produção é que a executiva determinou a inspeção nos navios de produção enquanto eles estão a caminho do Brasil para que possam começar a produzir e gerar dinheiro para a empresa mais rapidamente assim que chegarem ao país.

Mais navios

Um exemplo disso é o navio-plataforma P-78 feito no estaleiro Benoi da Empresa Seatrium, em Singapura que vai para o campo de petróleo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.

A posição da presidente da Petrobras é importante porque tem a ver com a aposta do mercado no chamado combustível do futuro que será ancorado em produtos verdes como o biodiesel e o etanol, que aliás, já está sendo considerado como ideal para entrar até na produção de combustível marítimo. O chamado bunker.

Diesel verde

Também revela que, assim como pesquisa o Diesel R5, gerado por coprocessamento de diesel mineral com óleo vegetal, que contém parcela de diesel verde (HVO, em inglês), podendo variar de 5% (Diesel R 5) até 10% (Diesel R10) cuida do mercado de agora. Isso porque o governo autorizou a adição de 15% de óleo vegetal no diesel de petróleo que pode chegar a 25% nos próximos anos.

Mas o importante é que a empresa também faz uma aposta no etanol mirando a hibridização dos motores elétricos que a indústria brasileira aposta.

Veículos híbridos

A presidente da Petrobras, naturalmente acredita que no Brasil os veículos híbridos devem predominar no mercado, o que exigiria ainda altas produções de etanol. "É muito difícil de eletrificar esse país todo. Então eu acredito muito mais num híbrido plug in do que num elétrico 100%", afirma.

O pensamento embute a defesa do seu negócio pois, mesmo que a indústria de etanol deseje ter um híbrido que roda com etanol e eletricidade, a Petrobras (obviamente) aposta na gasolina de petróleo como 30% de etanol. Ou seja, com 70% de derivado de petróleo.

Solar e eólica

Mas a posição de Chambriard também é importante para o setor de energia renovável quando sinaliza que este não é um negócio que a empresa esteja interessada, ao menos, nos próximos 10 anos.

Porque o que chama de “transição energética justa” onde investirá US$16,3 bilhões para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos e com os quais até conseguiu uma a redução em 40% as emissões absolutas de CO2 desde 2015, todas as suas iniciativas estão na rota de descarbonização… De petróleo.

Socioambiental

O que ajudou - entre outras coisas - os 25 projetos com foco em Florestas do Programa Petrobras Socioambiental, vigentes em 2024, atuaram na recuperação ou conservação direta de mais de 535 mil hectares de florestas e áreas naturais da Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga, Pampa e Cerrado contribuindo para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa.

 

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Brasileiros têm dificuldade para localizar as normas ou regras que devem cumprir. - Divulgação

Regulamentação

A pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira: Percepções sobre a Regulamentação da CNI mostra que 58% dos brasileiros têm dificuldade para localizar as normas ou regras que devem cumprir. Outros 35% não conseguem sequer encontrá-las.

Fatores de idade e escolaridade são os que mais impactam nesse processo. Mas a idade também influencia: jovens entre 16 e 24 anos têm uma taxa de sucesso de 72% na localização dessas normas. Já naqueles com 65 anos ou mais esse índice cai para 56%. Em média, seis em cada dez brasileiros entendem o que deve ser cumprido.

Lucros e Dividendos

A Associação Comercial e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do de São Paulo e a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) lançaram o “Manifesto – Contra a Tributação dos Lucros e Dividendos”, em reação ao escopo do Projeto de Lei (PL) 1.087/2025, em discussão no Congresso Nacional. Segundo as entidades, se aprovada a nova lei restabelecerá a antiga tributação sobre lucros e dividendos das empresas, abrindo um espaço à prática da Distribuição Disfarçada de Lucros (DDL).

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Mercado do sorvetes. - Divulgação

País do sorvete

O mercado brasileiro de sorvetes e gelatos movimentaram R$7,57 bilhões em 2024 e devem alcançar R$11,35 bilhões até 2033, segundo dados do Imarc Group, com um crescimento médio anual de 4,6% entre 2025 e 2033.

Impulsionado pela mudança das preferências de consumo, diversificação dos canais de venda, demanda sazonal, inovação constante, fatores como a forte afinidade cultural por doces e o clima quente do país.

Telefone da ANP

A ANP reativou seu telefone de contato para a sociedade enviar denúncias, críticas e sugestões, com ligação gratuita: 0800 970 0267. O telefone ficou suspenso temporariamente como parte das medidas adotadas pela ANP em função dos cortes orçamentários sofridos pela Agência.

Mas além do telefone, o público também pode enviar manifestações à Agência por meio do Fala.BR, plataforma integrada de ouvidoria e acesso à informação da Controladoria-Geral da União (CGU).

ABF Rio 2025

De 18 a 20 no Anfiteatro do Riocentro (RJ), acontece a Expo Franchising ABF Rio 2025, segunda maior feira de franquias do Brasil que reunirá mais de 100 marcas expositoras, de diversos segmentos e faixas de investimento, em um espaço de 3 mil m².

Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor movimentou R$135,8 bilhões no 1º semestre de 2025, alta de 11,6% sobre igual período de 2024. No acumulado de 12 meses, a variação foi de 14,4%, com faturamento superior a R$287 bilhões — evidenciando a expansão do modelo de franquias no País.

Marcos Corrêa/PR
Ex-ministro da Economia Paulo Guedes - Marcos Corrêa/PR


Paulo Guedes

O ex-ministro da Economia no governo Bolsonaro Paulo Guedes estará no Sales Experience Brasil 2025, que acontece nos dias 12 e 13 de setembro, no Pernambuco Centro de Convenções. O evento reunirá líderes e especialistas para debater estratégias de crescimento, gestão e vendas no cenário atual. Paulo Guedes vai falar das perspectivas econômicas e tendências para o setor empresarial.

Leite de Coco

Pensada para atender ao setor de food service, que demanda volumes maiores para preparo de receitas específicas que utilizam o leite de coco como ingrediente, Tambaú Alimentos passa a disponibilizar no mercado o Leite de Coco em embalagem de 1 litro no formato pet, ampliando as opções para o consumidor. O portfólio também segue com as versões de 200ml e 500ml, igualmente em embalagem preta.

Ilustra Plaza

O Plaza Shopping realiza, entre os dias 4 e 14 de setembro, a primeira edição do Festival Ilustra Plaza projeto que existe desde 2017 e agora ganha sua primeira versão como Festival com estrutura completa na área externa do mall, com artes, games, gastronomia e muita diversão, de quinta a domingo, das 15h às 22h, no Jardim do piso L2.

O Ilustra Plaza terá participações especiais de mais de 20 artistas independentes do Recife e até de João Pessoa e de Fortaleza. Também estarão presentes ilustradores e quadrinistas com HQs, prints e action figures são alguns que prometem um show de criatividade para todas as idades. Tudo com acesso livre/gratuito.

Guga Matos/JC Imagem
Hospital Santa Joana do Recife - Instituto do fígado - Saúde - Hospital Privado - Santa Joana - Recife - Guga Matos/JC Imagem


Saúde Suplementar

A Federação Nacional de Saúde Suplementar avaliou dados do setor no segundo trimestre de 2025 que número de operadoras de planos com resultado operacional negativo subiu, chegando agora a 262, o que equivale a 33% do total.

A sinistralidade — índice que mede a relação entre os gastos com serviços médicos e os valores recebidos em mensalidades — aumentou de 79,2% para 83%. Ainda há muitas empresas em situação de fragilidade, mas segundo a FenaSaúde, o setor continua a ver nesse trimestre alguns sinais de recuperação. A saúde suplementar atende 53 milhões de brasileiros e sustenta uma ampla cadeia de prestadores de serviço.

 

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