Prestígio internacional e âncora do programa de biocombustível, etanol de cana-de-açúcar ainda é coadjuvante da transição energética
Ao completar 50 anos, o etanol ainda sofre com preconceito como combustível. Consumidor o vê como aditivo para reduzir o custo da gasolina.

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Num mundo cada vez mais interessado em redução da poluição dos combustíveis fósseis, a discussão sobre o lugar do etanol brasileiro - produzido com cana-de-açúcar - certamente, não poderia ganhar um lugar de mais prestígio e interesse como o que lhe foi reservado, nesta segunda-feira (1º) no 14ª edição do Fórum Nordeste.
O evento deste ano lhe dedicou toda a pauta numa série de debates que contou com a presença de aos menos cinco ministros, do presidente Câmara Federal, Hugo Mota e da ANFAVEA além de dezenas de especialistas interessados no futuro de um dos combustíveis renováveis de maior prestígio entre os ambientalistas ao redor do mundo, mas que sofre com o preconceito dos brasileiros.
Biocombustíveis
A organização do evento promovido pelo Grupo EQM e Sindaçucar decidiu abordar o etanol como um fator determinante na consolidação do programa de biocombustíveis do Brasil e as perspectivas de crescimento.
O que inclui seu uso em praticamente toda matriz energética de motorização de veículos no país; sua importância para o Renovabio - que confere selo internacional reconhecido - e a chegada (como parte da cadeia produtiva) do etanol de milho, que no Brasil cresce a taxas de 5,7% ao ano, tem 25 plantas instaladas e está implantando e desenha outras 38 até 2028.
Alto prestígio
O etanol está com tanto prestígio que deve ser tratado na COP 30 que será realizada, em novembro, em Belém, que contou com o painel de abertura com depoimento gravado do presidente do evento, embaixador André Aranha Corrêa do Lago, que não pôde comparecer ao Recife.
O vídeo serviu de base para um debate onde o presidente da Bioenergia, Mário Campos, revelou uma mudança radical do comportamento das delegações da União Européia nos encontros sobre o combustível antes visto como resultado de desmatamento e em detrimento da produção de alimentos.
Visão positiva
Essa nova visão, segundo o presidente da UNICA. Evandro Herrera Bertone Gussi, agora foi substituída pelo interesse da produção sustentável seja de cana-de-açúcar, seja de milho.
O etanol agora também ganha prestígio e apoio da Anfavea cujo presidente, Igor Calvet presente ao evento declarou que o etanol será um dos veículos para o enfrentamento da questão da eletrificação que o país vem rendo de forma acelerada e que poderá ser um elemento estratégico para o desenvolvimento de um indústria automobilística verde.
Plínio Nastari
Mas o momento de maior atenção do encontro (que contou com as presenças da governadora Raquel Lyra e do prefeito João Campos apenas na abertura) foi a apresentação do consultor Plínio Nastari.
Considerado a maior autoridade do setor sucroalcooleiro no Brasil, ele chamou a atenção para o fato de que no Brasil, os bicombustíveis serem elementos-chaves da integração das cadeias produtivas da cana-de-açúcar, grãos e pecuária.
Descarbonização
Para ele, o etanol é solução reconhecida para descarbonização e controle do risco climático lembrando que o Brasil permanece tendo o menor custo global de produção de cana-de-açúcar e também é o único país que tem Certificação Individual de Intensidade de Carbono que será determinante quando a produção de SAF começar a ter volume já que para o produtor vender seu novo combustível terá que seguir normas internacionais.
Ele também lembrou que o custo do dinheiro se tornou desafiador para a produção de etanol no Brasil pelo alto custo dos juros e acrescentou um novo fator que o setor enfrenta: a ascensão do custo da terra que existe atualmente no setor rural do país, exatamente, pelo sucesso do agro.
Sucroenergético
Além disso, o presidente da mais prestigiada consultoria do segmento sucroenergético do país (Datagro) chamou a atenção para o maior desafio do setor: a baixa penetração do etanol hidratado no consumo da frota flex do Brasil. E do não reconhecimento, ou valorização dos atributos do etanol pelos consumidores e pela sociedade brasileira.
Esse é, com certeza, um fator que mais incomoda o setor. Analistas o tratam como decorrente de uma certa incapacidade de comunicar isso à sociedade. Outros pelo histórico do setor em se inserir no setor de combustíveis fósseis que teve como resultado a adição inicial de 22% na gasolina, mas apresentada como fator de redução de preços.
Proálcool 50
Mesmo depois de 50 anos do lançamento do Proálcool, da estruturação de toda uma indústria automobilística do carro flex, no fundo o consumidor brasileiro até gosta da possibilidade de usar a gasolina com etanol e do etanol puro. Mas são poucos os que usam apenas o combustível em seus veículos flex.
Apesar dessa indiferença do consumidor com o etanol, Nastari acha que existem grandes oportunidades. Primeiro, com a integração da produção do etanol de milho (que está se consolidando) com o de cana-de-açúcar, da ampliação de produtos como o CO2, leveduras e aproveitamento da palha.
Etanol de milho
No caso etanol de milho como produtos como (DDG e DDGS) que são usados como ração para engorda de bovinos e, naturalmente, os novos mercados de SAF, combustível para navios (biobunker) e bioplásticos que transformam a planta de açúcar numa nova central de matéria primas além do açúcar, etanol e energia.
DDGS (Dried Distillers Grains with Solubles) são grãos secos de destilaria com solúveis, um coproduto da produção de etanol de milho ou outros cereais, amplamente utilizado como ração na alimentação animal devido ao seu alto teor de proteínas, fibras e energia.
Competitividade
Entretanto, Nastari avançou na proposta de que a produção de etanol de cana-de-açúcar pode ser um fator de competitividade para responder a rápida produção da produção do etanol de milho.
E disse que a produção de etanol de milho na sua avaliação já está mudando a escala de produção de etanol no Brasil e isso aconteceu em pouco tempo.
Novas plantas
As observações de Nastari fazem sentido. No Brasil, operam 25 plantas que produzem 11 bilhões de litros de etanol a partir de 24 milhões de toneladas de milho. Elas serão 62 quando os 18 projetos em construção e os 19 projetos apresentados estiverem prontos e precisarão de astronômicos 56,63 milhões de toneladas de milho.
Considerando que há 20 anos, o Brasil importava milho da Argentina para comer, é um crescimento extraordinário de um setor que este ano deve chegar aos 330 milhões de toneladas da safra deste ano.
Nova competição
Para o consultor, o etanol de milho vai mudar até mesmo a competição inter-regional da venda de etanol reduzindo a importação do nordeste do etanol produzido no Centro Sul gerando um maior equilíbrio entre produtores (dos dois produtos) com o mercado revendedor. O que pode ajudar o mercado e ampliar o uso do etanol como combustível.
BC anuncia medidas de segurança no PIX
Depois de dois eventos onde ficou claro a invasão de sistema de acesso ao PIX, o Banco Central decidiu implantar mecanismos de segurança mais robustos. A partir de outubro, os aplicativos bancários serão obrigados a oferecer um botão ou função de fácil acesso para que o cliente possa acionar o chamado “Mecanismo Especial de Devolução” que, de forma automática e imediata após perceber que caiu em um golpe. Isso sem a necessidade de intervenção humana inicial por parte do banco.
O outro mecanismo é o “Rastreamento Ativo dos Valores”: que é a evolução na capacidade de recuperação do dinheiro. Atualmente, o MED verifica apenas se o saldo está disponível na conta de destino inicial. Com a nova regra, o sistema passará a rastrear o caminho do dinheiro.
Autonor 2025
De 17 a 20 no Centro de Convenções de Pernambuco acontece o Autonor – Feira de Tecnologia Automotiva do Nordeste com expectativa de reunir mais de 60 mil visitantes de várias regiões do Brasil. Maior evento do setor no Norte/Nordeste, a feira terá expositores de todo o país, cursos de capacitação; Estão sendo esperadas mais de 100 caravanas organizadas, reforçando o protagonismo do Nordeste na cadeia automotiva nacional.
Nota fiscal nova
Começou a contagem regressiva para uma mudança importante nas empresas em relação à emissão de notas fiscais. A partir de janeiro de 2026, entra em vigor a obrigatoriedade do padrão nacional da Nota Fiscal de Serviço Eletrônica (NFS-e).
Segundo a Receita Federal, a medida promete reduzir custos e desburocratizar o dia a dia de empresas em todo o Brasil. Hoje, cada município pode adotar seu próprio modelo de documento fiscal, o que gera complexidade e gastos adicionais para companhias que atuam em diferentes cidades.
A implantação da NFS-e padrão nacional está diretamente ligada à Reforma Tributária sobre o consumo, que visa simplificar obrigações tributárias, diminuir custos de conformidade para as empresas e, ao mesmo tempo, trazer ganhos de eficiência para as administrações municipais.
CNI em Washington
Nesta quarta-feira a CNI inicia missão empresarial à Washington (Estados Unidos) com o objetivo de abrir canais de diálogo para reverter ou reduzir as taxas adicionais de importação sobre produtos brasileiros impostas pelo governo dos Estados Unidos. Ao menos 130 empresários e representantes de associações de setores industriais participam da missão.
NE sem incentivo
Protocolado na última sexta (29), pelo líder do governo José Guimarães (PT-CE) o PLP 182/25 reduz em 10% os incentivos fiscais infraconstitucionais. Se aprovado, o projeto afetará incentivos instituídos por regimes específicos, como lucro presumido, REIQ, CPRB, créditos presumidos de IPI e de PIS/Cofins e as reduções/zero de PIS/Cofins.
Na avaliação da CNI, o PLP atinge especialmente à indústria nacional, que já enfrenta inúmeras dificuldades, como o aumento dos custos ocasionados pela alta do IOF, o tarifaço dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras e a taxa básica de juros - que está em patamar recorde de 15% ao ano.
Nóbrega na Compesa
O engenheiro Douglas Nóbrega assumiu oficialmente a presidência da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), em substituição ao advogado Alex Campos, que retorna a Brasília para assumir novos desafios profissionais. Campos foi o 21º presidente da estatal desde a sua fundação.
Com a mudança, o atual diretor de Mercado e Parcerias, Ricardo Torres, assume a Diretoria de Engenharia e Sustentabilidade. Já no lugar de Torres, foi empossado Kleber Paz, ex-diretor Executivo de Finanças da Caixa Loteria S/A. Alex Campos, que passa agora a presidir o Conselho de Administração da Compesa.
Resgate histórico
A governadora Raquel Lyra vai hoje ao Ginásio Pernambucano na Rua da Aurora, 703, onde participa da celebração dos 200 anos da agora EREM Ginásio Pernambucano, onde estudam 720 alunos em tempo integral e que recebeu R$7 milhões para a sua restauração e modernização. Já era tempo.
No Ginásio Pernambucano estudaram e ensinaram grandes nomes da educação e que sentaram nos seus bancos. Foi lá que teve início o projeto de escolas de tempo integral no governo Jarbas Vasconcelos por iniciativa de quatro executivos e ex-alunos de escola pública. Marcos Magalhães (Phillips), Mozart Siqueira (Chesf), Erico Dantas (Odebrecht) e Mozart Neves que era o secretário de Educação na época.
Neoenergia na Ademi
O presidente da Ademi-PE, Rafael Simões, recebe nesta terça-feira (2), o diretor-presidente da Neoenergia Pernambuco, Saulo Cabra no tradicional Almoço com Associados da entidade, que será realizado às 12h30 em sua sede, no Espinheiro.
Festa do bolo
De sexta-feira (5) a domingo (7) o Recife vai se transformar no centro da confeitaria nacional recebendo no Centro de Convenções de Pernambuco a Mara Cakes Fair, considerada a maior feira de confeitaria das Américas. Em sua oitava edição, a feira acontece pela primeira vez em Pernambuco e terá aulas-show, palestras com profissionais nacionais, exposição de bolos artísticos, arenas temáticas e o desfile “Sugar Fashion”, feito com roupas de açúcar.
Samoa Villa Resort
A ARA Resorts anunciou nesta segunda-feira (1º) a abertura do Samoa Villa Resort, empreendimento turístico que recebeu investimento total de R$214 milhões, conta com 166 quartos e está localizado à beira-mar na Praia de Muro Alto em Porto de Galinhas, Ipojuca. O novo resort faz parte do grupo Samoa e se destaca pela arquitetura inspirada na Polinésia e pela enorme área de lazer, incluindo um parque aquático de 3.500 metros quadrados.