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Donald Trump cansa em apenas oito meses, mas o Brasil deve se preparar para inferno de mais 40 de puro confronto na política e economia

Em 200 dias. Trump criou mais problemas com o Brasil que seus antecessores em 200 anos. E ele não provoca só Lula, mas todos os lideres mundiais

Por Fernando Castilho Publicado em 15/08/2025 às 0:05

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Em pouco mais de 200 ( na verdade 206 ) dias no governo, Donald Trump cansa. É como se o seu governo já tivesse mais de dois anos com um nível de embates, confronto, posta na internet e centenas de documentos assinados com aquela caneta com tinta Preta com largura de pincel atômico que ele exibe e que ninguém sabe se o que está ali é o texto legal que vai valer mesmo.

O problema é que Trump criou um modelo de gestão que todo dia produz um fato novo e quando não texto documento assinado ele cuida de distribuir duas ou três frases a jornalista capaz de incendiar o mundo pelo controverso que embute. Depois de quase oito meses essa maratona cansa, jornalistas, analistas, empresários, diplomatas, chefes de estado e cidadãos ao redor do mundo que se perguntas se ele cuida da burocracia ou se está preocupado em está no trend top das plataformas, inclusive a dele mesmo.

Embate do dia

Nesta quinta feira ele voltou a carga contra o Brasil “tem sido um parceiro comercial horrível” ao cobrar dos EUA “tarifas enormes”. E completou com uma observação política: O Brasil tem algumas leis muito ruins acontecendo, em que eles pegaram um presidente e o colocaram na prisão, ou estão tentando colocá-lo na prisão.

No que diz respeito à economia ele sabe que o que diz não é verdade. O Brasil é um parceiro extraordinário, disciplinado, rigoroso com o que entrega no mercado e que depois de mais de 100 anos se especializando em vender para eles virou padrão. Quando se observa o numero de contestações e desentendimento nas entregas se observa que o cliente americano quase não se queixa do fornecedor brasileiro.

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Exportação de carne brasileira para a China. - Divulgação

Fregues exigente

Isso tem a ver com o que eles pagam. Ou seja, o freguês é exigente, mas paga bem. Desde que o que recebe seja no padrão deles. Isso tem a o variado número de produtos que as quase 10 mil empresas vendem. Vai tabua para cerca, granito, cera de carnaúba, atum fresco transportado de avião em 24 horas e ate açaí.

As pessoas ficaram surpresas com a cadeia que eles implantaram lá para processar suco de laranja, mas não sabem o nível de interesse que o mercado americano tem pelo café Arábico (que é mais caro) mais muito melhor que o Conillon que os países concorrentes oferecem.

Isso acontece com o cacau produzido na Amazônia em pequenas porções e vendido com o diferencial de ser nativo e poder ser consumido por quem sabe a diferença entre o chocolate pasteurizado que vem das grandes marcas da Europa e um chocolate 100% natural.

Chegou chegando

Assim, quando Donald Trump chega rasgando o medo do empresário é que o esforço de décadas se perca porque lá o empresário procurar outro fornecedor. E é por isso que o pessoal que está recebendo a promessa de ajuda do governo não se anima muito. Porque ninguém quer perder essa historia lá.

Então não existe essa bobagem do pessoal do governo de que os exportadores devem buscar novos mercados. Não é assim e para começo de conversa a China, a Índia e a Rússia não tem renda para comprar os produtos que os pequenos desenvolveram e vendem para os americanos.

Poder aquisitivo

E a China não compra um volume maior porque suas necessidades são muito diferentes das dos americanos. A China compra volume, vende produtos com preços baixos e não raro eliminam setores inteiros da indústria brasileira.

Um bom exemplo disso é o setor de ótica. A indústria brasileira virou importadora. No máximo consegue manter seu design, mas as empresas que trabalham com o varejo viraram compradoras das mega-fábricas chinesas. Os chineses também vendem os equipamentos de aferição ótica. O melhor produto é japonês. Mas clinicas populares e médicos recém formados e pequenas clinicas não tem como pagar o preço das indústrias japoneses ou alemães.

Sem freguês novos

Não dá para achar que vamos ter novos fregueses até dezembro. Primeiro, porque com o nível de proteção (nisso os americanos tem razão) que o empresário tem no Brasil o deixa confortável com o mercado interno. Depois se atirar na exportação é para vender o excedente que não tem mercado no Brasil.

Ou alguém acha que o agronegócio e setor de proteínas virou exportador de peso por que queria mais fregueses. Eles foram para fora porque o excedente não poderia ser consumido aqui. Isso vale para a Embraer ou pela JBS, mas vale para WEG como para o setor de soja, milho e algodão.

Fechou geral

O problema dessa crise de Trump é que ele fechou as portas. Virou pessoal e intransferível. E ele vai continuar escalando. E com gestos e atitudes crescentes.

E Lula entendeu de transformar isso numa estratégia política mirando a eleição. E assim como Trump ele se sente bem nesse papel de um David 2.0 contra um Golias analógico. Lula vai continuar a fustigar Trump. E Trump vai escalar. Não dá para saber ate onde. Mas não vai ser bom para o Brasil. Não vai mesmo. E olha que esse embate de apenas oito meses já deixou a gente aqui cansado.

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Brasil tem 104 proposta de construção de parques eólicos off shore - Divulgação


Eólica offshore

O Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis do SENAI no Rio Grande do Norte em parceria com a britânica Ocean Energy Pathway estão concluindo a primeira formação conjunta no Brasil voltada à energia eólica offshore. Oferecido na modalidade EAD, a formação será realizada de forma piloto e gratuita com 60 participantes da Faculdade de Energias Renováveis e Tecnologias Industriais e o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis e Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).

A Ocean Energy Pathway programa lançar um corso de pós-graduação do Brasil voltada à formação de especialistas para essa nova indústria com início previsto para janeiro de 2026 de forma presencial na sede da FAETI, em Natal com duração de 14 meses.

No Brasil 104 projetos com processos de licenciamento abertos no Ibama para o mar dos estados do Rio Grande do Sul, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Piauí, Espírito Santo, Maranhão e Santa Catarina. O SENAI-RN projetou para o RN uma “planta-piloto” que vai funcionar como Sítio de Testes.

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GWM Haval H6 ganha versão mais barata - DIVULGAÇÃO

GWM made in Brazil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai hoje Iracemápolis (SP) inaugurar a fábrica de automóveis da chinesa GWM. Os primeiros protótipos do Haval H6 montados no Brasil já estao prontos na mesma fabrica onde até 2021 eram produzidos automóveis Mercedes-Benz. A diferença da GWM é que ela a partir desse mês já faz a montagem de seus carros enquanto a a fabrica da BYD em Camaçari na Bahia é um deposito de carros importados.

A Great Wall Motor (GWM), portanto é a primeira montadora chinesa que começa a produzir no Brasil. Este ano segundo a Fenabrave 139,2 mil veículos eletrificados foram vendidos no país sendo que 63,5% foram de marcas chinesas. A BYD aparece na liderança, tanto do segmento de híbridos, com 28,10%, como dos puramente elétricos, com 76,78%.

Aposte no Moraes

A plataforma americana de apostas Polymarket abriu o mercado especulativo questionando se o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes será impichado em 2025. É isso mesmo já e possível apostar se o ministro pode sofrer afastamento da corte. Esta semana os traders da plataforma chegaram a apostar em 18% de chances de o ministro ser afastado pelo Senado brasileiro até o final deste ano.

O pico de apostas favoráveis ao impeachment de Alexandre de Moraes aconteceu em 10 de julho de 2025, quando Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, mas desde então o interesse por essa hipótese perdeu força, e o valor da aposta caiu, refletindo uma queda na confiança de que os Estados Unidos conseguirão influenciar o Congresso brasileiro.

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Margem Equatrorila autorização devem ter autoreização para primeiro poço. - Divulgação

Margem Equatorial

Agora vai. O Ibama e a Petrobrás chegaram a um acordo para a realização da Avaliação Pré-Operacional (APO) na Margem Equatorial. A simulação de emergência será no próximo dia 24 é considerado o último teste para a liberação da perfuração do poço exploratório de petróleo no Amapá, na Margem Equatorial Brasileira.

O poço programado para ser perfurado está localizado a mais de 500 km da foz do rio Amazonas e a mais de 160 km da linha costeira, em mar aberto. O plano estratégico da Petrobrás para o período de 2025 a 2029 prevê a perfuração de aproximadamente 30 poços na Margem Equatoriais sendo oito apenas na Bacia da Foz do Amazonas.

Festival de Cerveja

Desta sexta (15) até domingo (17) o Paulista North Way Shopping realiza o segundo fim de semana do Festival de Cerveja Artesanal, um encontro que une rótulos especiais, gastronomia variada, música ao vivo e um espaço acolhedor para toda a família, incluindo os pets.

Entre as cervejarias confirmadas estão nomes consagrados do cenário artesanal, como Duvalia, Babylon, Ekaut, São Lourenço, Boi & Brasa Beer, Alamoa e Estação do Chopp, oferecendo uma ampla variedade de aromas, estilos e sabores para degustação e harmonização.

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Secretário de Desenvolvimento Economico esteve em Petrolina. - Divulgação

Expectativa

O secretário de desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti foi ontem a Petrolina. Conversou com produtores, exportadores e conheceu de perto as estruturas que sustentam a operação e acompanhou uma remessa sendo finalizada para a Europa Na próxima semana, começa a colheita e embalagem da fruta destinada aos Estados Unidos. O governo segue confiando na saída diplomática e defendendo a inclusão da manga, da uva e do açúcar na lista de exceções do tarifaço.

Inadimplência

O Indicador de Inadimplência de Pessoas Físicas, apurado pela CNDL e SPC Brasil estima que em julho de último um total de 71,37 milhões de brasileiros estavam com o nome negativado nos birôs de credito. Eles representam 42,91% da população adulta do país.

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