Gerdau diz que indústria brasileira não precisa de proteção, mas quer de isonomia para competir internacionalmente
Empresa reporta dificuldades para empresas brasileiras em competir com produtos da China e se queixa de pouca atenção do governo com o tema.

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Nos seus 125 anos, a Gerdau, uma companhia brasileira de atuação global tem se destacado como um player no setor siderúrgico com 29 plantas de aço, duas minas de minério de ferro em sete países das Américas, empregando 30 mil colaboradores e construindo uma cultura empresarial que a tornou referência em gestão corporativa.
Ela já tem 60% dos seus negócios fora do Brasil e está nos Estados Unidos desde 1987 (suas ações são negociadas na NYSE há 25 anos) e se transformou na maior recicladora de sucata ferrosa da América Latina transformando, anualmente, 11 milhões de toneladas de sucata em aço. Suas ações são negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo e Nova York e, no ano passado, reportou uma receita líquida de R$14,7 bilhões.
Sem tarifaço
Ela não será atingida pelo tarifaço de 50% imposto por Donald Trump desde a última quarta-feira (6) por atender o mercado americano com a produção de suas quatro unidades de corte e dobra na Califórnia (em San Diego, San Bernardino, Fairfield e Napa) uma processadora de sucata Fargo Iron and Metal Company, com sede em Fargo (Dakota do Norte). Ela é fabricante de vergalhões no Tennessee e fará ampliação das unidades em Midlothian (Texas) e Monroe (Michigan). E 40% de seus negócios está lá. Mas nem por isso se considera em situação confortável.
Ao contrário. Nas últimas semanas, o seu CEO, Gustavo Werneck vem alertando para as dificuldades que as empresas brasileiras estão sentido com a entrada, sem controle, de produtos da China, com preços fortemente subsidiados cujo preço final segundo ele, em alguns casos são mais baratos do que o minério de ferro vendido pela Vale.
Sem isonomia
Ele esteve nesta sexta-feira na Rádio Jornal, no programa Passando a Limpo, comandado pelo jornalista Igor Maciel, onde retornou uma advertência: A indústria brasileira de forma no geral está perdendo condições de competir com a penetração de produtos chineses numa condição não isonômica e desleal de comércio.
Ele voltou ao tema ao falar para um grupo de 200 empresários pernambucanos na reunião do Experience Club, no edifício principal do Instituto Ricardo Brennand, onde insistiu que o governo precisa dar mais atenção ao problema.
Reindustrialização
Os Estados Unidos, já no primeiro governo de Trump perceberam que precisavam se reindustrializar. Porque a China não estava apenas sendo competitiva. A China passa por uma transição muito grande para poder manter emprego e renda. Eles continuam colocando sua capacidade de exportação no mercado global mandando esses produtos para o mundo, não respeitando aquilo que preconiza a Organização Mundial do Comércio. Então, a gente não precisa de nenhum tipo de proteção, de benesse do governo. O que a gente tem pedido é que o governo coloque condições isonômicas para a gente poder competir.
As preocupações de Gustavo Werneck transformaram-se num farol diante da postura do governo Lula em não ouvir as reivindicações dos produtores de aço e alumínio no Brasil.
Alinhamento
Especialmente pelo alinhamento em relação às relações com a China, que ao ser proibida de vender aço para o Brasil, redirecionou as suas vendas de máquinas comprometendo toda capacidade da indústria metal mecânica nacional que anteriormente reclamava da taxação do aço.
“O caso do vergalhão dá uma idéia do que países como o Brasil podem sofrer quando a China decide ocupar espaços em um setor industrial. Ela tem atualmente uma capacidade instalada de 400 milhões de toneladas de vergalhão. O Brasil tem uma demanda de quatro milhões de toneladas. Vergalhão é o aço mais básico para a gente fazer uma construção. Então, 1% da capacidade instalada da China seria capaz de suprir toda a demanda brasileira de vergalhão”, esclarece.
Transição econômica
O problema é que a China, nesse momento de transição da economia, precisa manter emprego e renda e o que ela faz? Coloca muito dinheiro do governo, muito dinheiro público, financia toda essa exportação e ela ataca os mercados. Então ela atua nos países com uma competição que não é igualitária, que não é isonômica, afirma o Executivo.
A queixa de Gustavo Werneck é a dificuldade de o governo Lula atentar para esse desequilíbrio. Segundo ele, ao longo da história (sua empresa está completando 125 anos no Brasil), o setor sempre viu o Ministério da Indústria do Comércio, como um grande pacificador dessas relações.
Sem o MDIC
Toda vez que havia um desequilíbrio entre setores, se buscava consenso, para no curto e médio prazo para os setores se entenderem para todos poderem prosperar e vencer essas dificuldades, lembra o CEO da Gerdau.
Mas o que nós estamos vendo agora é uma dificuldade de colocar todo mundo na mesa para conversar e fazer um entendimento coletivo para que todos busquem mecanismos de defesa comercial a competitividade que precisamos para sobreviver. Mas o governo brasileiro tem tido muita dificuldade de colocar esses mecanismos,lamentou.
Gás natural caro
Ele também falou da urgência de o governo em trabalhar na direção de criar condições de competitividade da indústria nacional formatando políticas estratégicas. Um tema curioso é o do tempo que se leva para apurar e pagar impostos: No Brasil, a Gerdau tem 123 pessoas cuidando de sua tributação. Nos Estados Unidos são apenas dois.
Ele listou a questão do gás natural. O Brasil precisa definir o gás natural como um fator estratégico se deseja pensar em competitividade. A Gerdau paga no Brasil US$13 por milhão de BTUs (unidade de medida térmica). Nos Estados Unidos, pagamos US$2. Então, sem que o preço do gás natural baixe fortemente não temos perspectivas.
E - consignado
Na conversa com empresários convidados do Experience Club, ela também abordou questões sociais criticando ações como a aprovação do e - consignado, regularização das bets e aumento das doenças psicológicas nas empresas.
A Gerdau tem um programa de acompanhamento psicológico de seus colaboradores e, em junho, identificou que 15% de seus empregados já haviam celebrado contratos na plataforma do consignado destinada a empresas privadas.
Depressão funcional
O mesmo serviço passou a receber comunicações de depressão de colaboradores viciados em jogar em bets. A empresa está apoiando a recuperação dessas pessoas. Mas ele reconhece que o caso de estresse por dívidas tem aumentado. A Gerdau tem ampliado programas de atenção estimulando ações de voluntariado e mobilização social, para seus empregados.
A abordagem tão direta de temas como essas dificuldades confirmou um sentimento de dezenas de empresários presentes sobre as dificuldades das empresas em lidar com a saúde mental de seus colaboradores. Um tema que assim a segurança nas cidades parece ter entrado na lista de desafios das companhias no Brasil.
Sonho do Ceará é ser polo global de H2V
Ficou pronto o novo relatório da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV) sobre a carteira de projetos de investimento para os próximos anos de modo a reforçar o protagonismo do Brasil na transição energética e na economia de baixo carbono.
A ABIHV calculou em R$63 bilhões em investimentos, os projetos das empresas associadas da ABIHV estão distribuídos por estados estratégicos como Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio de Janeiro.
Complexo do Pecém
O Complexo do Pecém, no Ceará, lidera com destaque para cinco projetos previstos
para terem decisão final de investimento, segundo a entidade, em 2026, num
investimento de R$56 bilhões que poderá fazer do estado o maior pólo americano de H2V.
Merece destaque o da Casa dos Ventos, com R$ 12 bilhões para produção de amônia verde e capacidade de eletrólise de 1,2 GW; a Fortescue, com R$ 18 bilhões para
produção de amônia verde, também com capacidade de 1,2 GW.
Amônia verde
Também o da FRV, com R$ 6 bilhões para produção de amônia verde e 500 MW de capacidade; da Qair, com R$ 17,7 bilhões e capacidade total de 2,52 GW, e produção combinada de 296 mil toneladas de hidrogênio verde, 1.680 mil toneladas de amônia verde; e a Voltalia, com investimento de R$ 2,7 bilhões em um projeto de amônia verde com capacidade de 280 MW.
Em Uberaba (MG) tem o projeto da Atlas Agro envolve a produção de fertilizantes nitrogenados, com investimento de R$6 bilhões. Pernambuco, se contenta com o projeto da European Energy de metanol em Suape com investimento de R$2 bilhões e capacidade de eletrólise de 150 MW.
Tunel que alaga
Demorou, mas parece que agora vai. A Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura e do Departamento de Estradas de Rodagem DER-PE ao custo de R$ 7 milhões iniciaram a restauração do Túnel Felipe Camarão, um dos principais acessos ao Aeroporto Internacional dos Guararapes na PE-008, na Zona Sul do Recife.
O Túnel Felipe
Camarão virou um ícone do serviço mal feito sem que o governo decidisse consertar. Feita no governo Eduardo Campos ele não aguenta 15 minutos de chuvas. Não se tem notícia de responsabilização do TCE-PE pelo serviço ruim feito ali.
Panificação
No ano passado, o faturamento do setor de panificação no Brasil alcançou R$153,3 bilhões em um aumento de 10,9% em relação a 2023. Com consumidores cada vez mais exigentes e dispostos a mergulhar em experiências gastronômicas sofisticadas, o setor tem se mostrado uma excelente oportunidade para empreendedores segundo estudo do Instituto de Desenvolvimento das Empresas de Alimentação.
Outro estudo dá um levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Panificação mostra que, no Brasil, há 140 mil vagas abertas – 40 mil só no estado de São Paulo.
Abatimento
Em agosto, cerca de 3,6 milhões de consumidores pernambucanos terão desconto na conta de luz. O abatimento nas faturas podem chegar a R$32,78, conforme o consumo de cada cliente. Ao todo, R$35,6 milhões serão repassados pela Neoenergia Pernambuco aos consumidores beneficiados. O crédito é referente ao chamado “bônus Itaipu”. Têm direito ao benefício os clientes que consumiram menos de 350 kWh por mês ao longo de 2024.
Retrofit
O Pernambuco Centro de Convenções iniciou retrofit na iluminação do espaço, com foco em eficiência energética, instalando 250 lâmpadas 100% por modelos em LED. O O investimento total é de aproximadamente 1 milhão de reais, com conclusão prevista para os próximos três meses.
Aniversário Novotel
O Novotel Recife Marina vai celebrar o primeiro ano, o empreendimento promove, em 19 de agosto, um evento que reunirá investidores, autoridades e representantes do trade turístico. Segundo o gerente geral, Gustavo Alves, foram mais de 300 eventos realizados e 60 mil quartos vendidos em seu primeiro ano de operação.
Lixo eletrônico
A Vivo mobilizou estudantes de escolas públicas em todo o Brasil para ajudarem a reciclar 29 toneladas de eletrônicos – o equivalente a 30 carros populares. A ação faz parte da iniciativa Viva Recicle, que em parceria com o programa de voluntariado da Fundação Telefônica Vivo passou por doze cidades, envolvendo 23 escolas e três instituições sociais.
Economistas
Nesta quarta-feira, no Auditório do Banco Central, localizado na Rua da Aurora, 1259 o Conselho Regional de Economia de Pernambuco (Corecon-PE) promove ação especial para celebrar o Dia do Economista 2025, com o tema “Desenvolvimento Econômico & Celso Furtado: Passado, Presente e Futuro para a Economia Brasileira”.
Hub ABcripto
A Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto) lança a plataforma digital o Hub ABcripto criado para reunir, conectar e capacitar os diferentes atores da criptoeconomia brasileira, durante o evento Blockchain Rio.
Com estrutura interativa e conteúdo acessível, o Hub surge como um novo centro de informação e relacionamento para quem atua ou quer atuar no setor de criptoativos e blockchain no Brasil. Um dos diferenciais do Hub ABcripto são as comunidades exclusivas, voltadas para os profissionais que conquistarem a certificação CEAV.