Porque devemos temer um sansão do presidente Trump que impeça acesso Brasil aos fertilizantes da Rússia
Brasil não se tornou auto-suficiente na produção de adubos para sustentar explosão no agronegócio e dependência russa virou maior problema com EUA.

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No meio daquela viagem meia boca de senadores brasileiros aos Estados Unidos, onde só conversaram com senadores do partido Democrata (havia um republicano rebelde na sala), uma informação importante foi passada relacionada não ao que o presidente Donald Trump pretendia tomar contra o Brasil, mas ao que o Congresso americano (dominado pelos Republicanos) pretendia fazer para pressionar o presidente da Rússia, Vladimir Putin para encerrar sua guerra contra a Ucrânia: taxar absurdamente os países que compram daque país.
Como nos últimos dois anos e meio da guerra contra Ucrânia, o Brasil praticamente tornou a Rússia nosso fornecedor estratégico de diesel, os senadores logo pensaram como o governo iria se virar para comprar os quase 30% que as refinarias de Putin entregam ao país por caminhos tortuosos. Entretanto, os senadores incluíram outro produto que fez a senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina voltar a ao Brasil muito mais preocupada com o que o governo Lula teria que fazer no caso de uma eventual sansão impactar o agronegócio brasileiro: a proibição de comprar fertilizantes russos.
Recado ruim
Produtora rural de sucesso Cristina sabe do que os colegas americanos a estavam avisando. Em 2021, quando estava no comando da pasta da Agricultura, no governo Bolsonaro, ela viu o Brasil comprar 9, 27 milhões de toneladas de adubos ou fertilizantes químicos. Ano passado, já na oposição ao governo Lula, ela viu o número subir para 11,39 milhões de toneladas e, antes de viajar a Washington, também já sabia que no primeiro semestre cumpramos mais 5,71 milhões de toneladas desse produto. No ano passado, o Brasil gastou com essa importação US$3,70 bilhões.
Os russos não só os únicos fornecedores no Brasil. Mas eles entregam 23%. Depois deles vem à China, com 14%, Marrocos, com 11%, o Canadá - que depois da pandemia da Covid 19- subiu para 9,8% e os Estados Unidos, com 5,6%. Num esforço do setor empresarial o Brasil já consegue comprar um pouco do Catar (4,6%), da Bielorússia (3,45%), da Arábia Saudita (3,1%), da Argélia ( 2,9%) e da Alemanha (2,8%).
Forte punição
Isso quer dizer que uma sansão de compra de compra de adubos ou fertilizantes químicos trará sérios problemas ao nosso principal negócio exportador. No caso do óleo diesel, o Brasil pode se abastecer com outros fornecedores internacionais, mesmo pagando mais caro, mas no caso do adubo, o bicho vai pegar.
A Rússia foi o principal país de onde o Brasil importou adubos e fertilizantes, em 2024 e permanece sendo o principal em 2025. Em seguida posição vem à China com participação de 14% nas importações. E ela tem um produto muito bom e bem mais barato que os Estados Unidos e Canadá, por exemplo. Portanto, não poder comprara da Rússia vai bater direto na produção de Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná são os principais estados brasileiros que importam.
Frete de retorno
E no caso do Paraná tem a ver com a solução de transporte, pois em milhares de viagens o caminhão que leva o grão para exportação trás o fertilizante como frete de retorno para as fazendas.
Então, a questão já não é a dificuldade de o Brasil não abrir um canal de negociação com o governo Trump - que seqüestrou a conversa entre empresas. O problema que pode estar por vir é a nossa capacidade de achar fornecedores para um mercado que trabalha com um horizonte de 12 milhões de toneladas/ano.
Fabrica de adubos
E isso vai ascender um velho debate sobre como um país que virou o maior produtor mundial de alimentos não é auto-suficiente num insumo tão estratégico como adubos e fertilizantes. E revela o equívoco de não apostar nisso, mesmo com o sucesso do agronegócio. Especialmente quando se volta para o mercado externo.
As importações de adubos e fertilizantes em 2025 bateram recordes porque a Rússia tem preço e entrega garantida. Numa situação, normal ela é um fornecedor muito bom e estratégico. Até porque também compra parte da proteína e grãos produzidos com essa fertilizante. O desafio é a guerra e agora com a pressão dos Estados Unidos.
Preço baixo
E ao não fazer mais fertilizante internamente (porque não estruturou uma política de produção) é que o Brasil se tornou vunerável. Na verdade, o Brasil acreditou no que seria um mundo de negócios tranqüilos onde todos os insumos estariam dentro de um preço global confortável.
Especialmente porque estamos assistindo a consolidação de duas grandes fronteiras agrícolas do Brasil, as regiões de MATOPIBA e SEALBA, localizadas no Norte e Nordeste do país, oferecem aos produtores e demais interessados em investir novas áreas no pujante mercado do agronegócio. São boas oportunidades de fazendas com preços abaixo da média nacional, mas que precisam de adubos e fertilizantes.
MATOPIBA E SEALBA
Para quem não sabe, MATOPIBA é um acrônimo que se utiliza das siglas de quatro estados – Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - que passou por intensa transformação socioeconômica e tem uma fronteira agrícola de 73.173.485 hectares. SEALBA também é um acrônimo para uma área agrícola localizada nos territórios de Sergipe, Alagoas e Bahia com 171 municípios contíguos, que abrigam condições de solo e clima propícios para a produção agrícola, principalmente de grãos.
Então, a questão não é apenas a total inexistência de conversas que se possa chamar de negociação entre o Brasil e Estados Unidos que agora cobra uma taxa de 50% dos produtos exportados. A questão é se os congressistas americanos vão mesmo oferecer a Trump uma arma poderosa contra Putin. Uma arma que, aliás, Trump já usou conta a Índia do Naradra Modi que achava que o presidente americano lhe daria tratamento diferenciado e tomou o caldo de 25% só porque compra da Rússia.
Uma nova ordem
Desde ontem (6) o mundo pode constatar que os Estados Unidos inauguraram uma nova ordem que mistura a cobrança de taxas de, pelo menos 10%, sobre tudo e pode chegar a 50% dependendo do país.
Trump está levando ao pé da letra a promessa de uma America que se basta e que cobra dinheiro de todos os seus mais fieis aliados. E, no nosso acaso, um pedágio que ainda não dá para medir exatamente o tamanho da crise que vivermos em breve.
Ajuda cearense
A Assembléia Legislativa do Ceará (Alece) aprovou projeto do Governo do Estado que apresenta quatro ações prioritárias para a empresas exportadoras: Auxílio financeiro às empresas que exportam para os EUA; Aquisição de produtos para programas como Ceará sem Fome e restaurantes universitários; Antecipação de pagamento de créditos de ICMS e aumento de incentivos fiscais; e criação de Comitê Estratégico para acompanhar a aplicação das medidas.
O Ceará é uma das principais unidades da federação atingidas pelas sanções do presidente Donald Trump já que cerca de 90% produtos exportados pelo Ceará é para os Estados Unidos. As medidas devem ser complementadas pelas ações do Governo Federal entre elas as que serão feitas pelo Banco do Nordeste.
João Cândido
Lembra do João Cândido? o primeiro navio construído para o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) no Esatleiro Atlantico Sul, em Suape, e entregue em abril de 2012? A Transpetro obteve, neste domingo (3), uma certificação da American Bureau of Shipping (ABS) para realizar a inspeção dos seus tanques de carga com o uso de drones.
Inédito no Brasil, o novo procedimento integrou o processo de vistoria obrigatória para a certificação da embarcação usando uma tecnologia ((Ultrasonic Testing – UT)), considerada uma das mais avançadas disponíveis no mercado segura e que reduzir o tempo de parada de embarcações.
Polo Heineken
O Grupo Heineken que inaugurou novas linhas de produção em Igarassu (PE) depois de investir R$ 1.2 bilhão consolida o pólo cervejeiro triplicando a capacidade produtiva da planta para produção das marcas Amstel e Devassa. Grupo Heineken também inaugurou o primeiro HUB de Circularidade do Vidro, inaugurado em 2024 em Jaboatão dos Guararapes em parceria com a Ambipar e que integra 10 cooperativas, beneficia 300 catadores e gera 60 empregos diretos e indiretos.
Morango do amor
Acredite! A Azul Cargo Express, unidade de logística da Azul, constatou crescimento de mais de 800% no transporte de morango de avião no primeiro trimestre de 2025 sobre 2024. No período, foram transportadas 86 toneladas da fruta distribuídas em todo o país. Desse total o aeroporto de Manaus (AM) recebeu 68,6 toneladas da fruta; seguido por Campinas (SP), com 9 toneladas; e Fernando de Noronha (PE), com 2,2 toneladas.
Missão China
Nesta sexta-feira (8) no Spettus Boa Viagem tem o almoço de adesão da apresentação do primeiro curso da Escola China Brasil que faz parte da 9ª Missão China Teleport que levará empresários brasileiros à Canton Fair e a MIF/C-PLPEX – feira multisetorial dos países de língua portuguesa . A feira visitará grandes centros de negócios como Hong Kong, Pequim e Xangai e às principais feiras do país, a Canton Fair, no Cantão, e a MIF/C-PLPEX, em Macau de 22 a 25 de outubro. Os voos partem sempre de São Paulo
Rolê REC´n´Play
Entre os dias 28 e 30 de agosto, Caruaru será palco da primeira edição no Agreste do REC’n’Play, evento consagrado no calendário da capital pernambucana. O festival ganha uma edição especial chamada Rolê REC’n’Play, que traz como tema central: “O Futuro Nos Conecta”. Realizado pela Ampla e pelo Porto Digital, com patrocínio do Governo do Estado de Pernambuco.
Adote um pet
A Galeria do Carrefour Recife e a área de Causa Animal realizam no próximo dia 23 mais uma edição do evento de adoção de pets em parceria com a ONG Abrigo Pegadas de Anjo. Vai das 11h às 18h, no estacionamento do hipermercado. A campanha promove a adoção de pets que já estão vacinados, vermifugados e castrados. Mas para adotar é necessário ter mais de 21 anos, apresentar os documentos originais de RG e CPF, além do comprovante de endereço.
Transformação Social
A Amcham Pernambuco e o Projeto Somos Uôge, da PRO live MKT, realiza no próximo dia 12 o debate “Diálogos Com Propósito: Empresas que Fortalecem a Transformação Social”, com foco no Social. Das 9h às 11h30, no auditório do Empresarial Issac Newton, na Ilha do Leite.
Premiação
O pernambucano Cesar Machado foi reconhecido com o Selo Private XP em 2025 como um dos profissionais que se destacaram no atendimento do público de alta Renda no Brasil. O seu escritório Pr1me Investimentos foi eleito o 3o lugar no ranking nacional de Private Bank da XP Investimentos.
Curso da Abracom
A Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) realiza neste sábado (9), das 9h às 14h, no Hub Plural, bairro do Recife. “UX: A Experiência do Usuário na rotina dos profissionais de comunicação” será conduzida por Débora Leão, especialista em marketing focado em UX no Brasil e nos EUA. Inscrições no link @abracom_org no Instagram.