Estudo no projeto da LDO 2026 mostra sucesso do Funaprev, mas prevê crescimento forte das despesas do governo com aposentados
Em 2026, estado terá mais servidores aposentados que ativos no antigo regime onde o governo paga o déficit entre as contribuições e as despesas

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No meio do texto do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO 2026 que a governadora Raquel Lyra enviou para a Assembléia Legislativa de Pernambuco tem uma apresentação da Avaliação Atuarial e Financeira dos servidores públicos do estado que aponta para uma situação de dificuldades para o caixa do governo nos próximos anos seja pelo crescimento do número de aposentados seja pelo tempo em que esses servidores se beneficiaram das suas aposentadorias e seus cônjuges das pensões.
O problema atende pelo nome de o Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores do Estado de Pernambuco - RPPS/PE cuja lei obriga a realização de estudo atuarial com o objetivo de monitorar o equilíbrio econômico-financeiro que, no fundo, visa mensurar o grau de solvência das despesas necessárias para manter os benefícios de natureza previdenciária devidos aos servidores públicos efetivos e respectivos dependentes.
Repartição simples
Como sabemos hoje essa conta é feita pelo regime de repartição simples se caracteriza pela contemporaneidade entre as receitas e despesas previdenciárias onde não não são constituídas reservas e as receitas auferidas no período são integralmente utilizadas para o pagamento dos benefícios do mesmo período. Resumindo: o estado paga o rombo entre arrecadação das contribuições dos servidores e as despesas.
No caso dos servidores civis a situação é a seguinte: temos 63719 contratados que custam quase meio bilhão por mês (R$ 498.889.746,43) e mais 63.640 aposentados e pensionistas que custam mais de R$ 400 milhões (R$416.333.995,44). Ou seja, temos um número quase igual entre ativos e inativos com idade média de 72 anos de vida.
Efeito Paridade
O resultado desse estudo está numa seção chamada de Paridade que beneficia os servidores do Judiciário (Magistrado), Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado que pela legislação quando se aposentam levam os benefícios da carreira para o contracheque. Como eles também são os que ganham mais, isso quer dizer que os 2.626 aposentados desses três poderes custam quase R$30 milhões (R$29.159.797,95).
A nível do total dos servidores civis, naturalmente, a conta não fecha. Este ano, por exemplo, eles devem contribuir com R$2.373 bilhões e receber R$8.235 bilhões. O que significa dizer que a governadora e o secretário Wilson de Paula terão que assinar um cheque de R$5.977 bilhões para completar o buraco. Em 2026, a conta prevista é de R$6,059 bilhões.
A conta da PMPE
O problema é grande, mas quando se olha as contas de previdência dos servidores militares é que o bicho pega. Quando se olha a distribuição dos servidores ativos por sexo e tipo de carreira os números são preocupantes.
A Polícia Militar de Pernambuco tem um contingente de apenas 18.075 que custam R$130,9 milhões por mês, recebendo um salário médio de R$7.247,08 com idade média de menos de 40 anos (39,95).
Custo dos reformados
A situação dos servidores militares é mais séria porque os reformados custam mais caro que os da ativa por força da legislação de paridade que promove o militar quando ele deixa a corporação. Hoje os 16.798 reformados da PMPE custam mais que os da ativa. São R$155.2 milhões por mês com a paridade, elevando seus benefício médio para R$9.239,21. A essa conta deve somar os 7.572 pensionistas que custam R$43.3 milhões por mês.
O problema é que os servidores militares ativos contribuem com menos de R$ 500 mil (R$448.951.303,10) e custam R$ 2.580 milhões resultando num déficit de R$ 2.131 bilhões valor que se manterá ao longo dos próximos 75 anos. ao contrário dos servidores civis que contribuem com 14% de seus salários os militares contribuem com 10,5%.
Viva o Funaprev
A boa notícia é que como o governo de Pernambuco vem adotando o regime financeiro (atuarial) utilizado no Funaprev que prevê a capitalização para todos os benefícios, sendo adotado como método atuarial, isso quer dizer que os novos servidores já entraram num regime mais sustentável financeiramente.
Isso quer dizer que dos novos 13521 contratados pelo estado e que custam, R$68.845 milhões por mês estão dentro das novas regras adotadas pela Reforma da Previdência de 2019 para os estados.
Servidor novato
O Funaprev conta atualmente com apenas um aposentado, do sexo feminino. A idade relativamente baixa da aposentada, 38 anos, se trata de um caso de aposentadoria por invalidez que, aliás, é uma situação típica de planos previdenciários em estágio inicial, onde a maioria dos participantes ainda está na fase de acumulação. E mostra um caminho.
As provisões matemáticas tinham em 2024 uma Reavaliação Atuarial de R$429 milhões para um patrimônio para cobertura de R$529 milhões que dá um resultado atuarial positivo de R$99 milhões. Mas são 13 521 servidores num universo de 127.359 pagos pelo estado que cobre a diferença entre as contribuições e a folha de salário.
Problema contratado
O grande desafio dos números de servidores civis e militares é que com a tendência de aposentadoria a despesa de pessoas tende a ser maior com os aposentados que custam mais caro que os da ativa. Especialmente os que pelas carreiras já adotam o benefício da paridade onde cada conquista dos ativos é, automaticamente, repassada para os aposentados. Um debate que em algum momento a sociedade terá que abordar.
Logística
Começa nesta terça-feira (5), a segunda edição da Multimodal Nordeste no Recife Expo Center com expectativa de movimentar cerca de R$330 milhões em negócios. A feira abre com mais de 100 expositores num evento que é uma vitrine para soluções inovadoras em transporte, armazenagem, e-commerce e cadeia de suprimentos.
Conectados
Além da feira, haverá uma programação de conteúdo composta por palestras, painéis e debates no Conecta Multimodal que discutirá temas estratégicos como transformação digital, inteligência artificial, sustentabilidade, cabotagem, transição energética e liderança feminina na logística. O Conecta Multimodal terá três dias de painéis e debates das 14h às 19h30.
Aliança Navegação
A presidente da Aliança, empresa do grupo A.P. Moller–Maersk que atua no setor de cabotagem e logística integrada no Brasil, Luiza Bublitz estará no Recife para participar da na Multimodal Nordeste 2025, uma das principais feiras de transporte e logística da região. Bublitz, que lidera a companhia, diz que a cabotagem é uma alternativa segura, eficiente e sustentável para conectar o Brasil a um país com mais de 70% da população vivendo a até 200 km do litoral, que faz do modal o ideal para integrar as regiões costeiras do país.
Ela acredita que o novo terminal da APM Terminals (empresa do Grupo Maersk) em Suape será um diferencial na estratégia de expansão no crescimento do mercado.
Custo de H2V
O debate sobre a viabilidade dos 30 projetos para a produção de hidrogênio verde que o Governo do Ceará está alimentando um acirrado debate depois que o ex-diretor da Petrobras Maurício Tolmasquim disse ter dúvidas sobre a viabilidade dos empreendimentos, especialmente por falta de uma definição de preços.
Nesta segunda-feira , o ex-presidente do Banco do Nordeste Marcos Holanda entrou no tema informando que enquanto o vento (das eólicas) é fonte de energia; hidrogênio, não. É apenas uma maneira cara e perigosa de transportar energia do vento ou do sol. No mundo real, disse Holanda o desejo da energia verde está dando lugar à energia barata e segura e revelou um dado preocupante: A Fortescue (que tem um projeto de produção em Pecém CE) cancelou seus projetos de H2V na Austrália e nos Estados Unidos mesmo depois da decisão final de investimento.
Zona importadora
O Centro da Indústria do Amazonas (CIEAM) avaliou o impacto direto da nova tarifa anunciada pelo governo dos Estados Unidos sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM) e concluiu que ela tende a ser reduzida, com efeitos mais relevantes nas importações. O Brasil exporta cerca de US$40 bilhões anualmente para os Estados Unidos, mas as exportações somaram apenas US$99 milhões.
Mar de vinho
Portugal está sendo inundado por vinho produzido na Espanha que é vendido a granel para o país sem que tenha mercado para tanta produção somada à sua. Um estudo da Associação Nacional das Denominações de Origem Vitivinícolas (ANDOVI) estima em um milhão de garrafas dia o vinho que entra no país vindo da
Espanha.
Nos últimos anos, Portugal gastou mais de 75 milhões de euros para queimar vinho que estava a mais nas adegas e que os produtores nacionais não conseguiam vender. No final de 2024 existiam 1.281 milhões de litros guardados. No ano passado, Portugal exportou 78,5 milhões de euros com a importação de 820 milhões de litros de Espanha. Em 2025 já foram mais de 13 milhões de litros.
Partiu Noronha
O Convention Bureau de Fernando de Noronha comemora o sucesso da campanha Visite Noronha na promoção institucional do destino. Em 12 meses, o trabalho estratégico da entidade em 14 cidades brasileiras e mais quatro países. Com a liberação dos vôos a jato, a ilha registrou crescimento de 29% nas visitas em abril e de 43% em maio, em comparação a 2024.
ONG CasaRosa
A partir desta terça (5) até a sexta (8), no auditório da loja Ferreira Costa, no bairro da Tamarineira, com acesso livre/gratuito a ONG CasaRosa realiza mais uma edição do seu tradicional Bazar Solidário. O acervo reúne em torno de 8 mil produtos com valores a partir de R$20 com peças novas e seminovas como roupas femininas, masculinas, infantis, perfumes, acessórios pessoais e outros, e ainda contribuir com a moda circular.
Furto de energia
A Neoenergia Pernambuco fechou o primeiro semestre deste ano com 74 mil inspeções realizadas em todo o Estado, sendo 70 delas com o apoio policial. Elas encontraram mais de 38 mil ligações clandestinas regularizadas e uma recuperação de energia de 100 GWh.
Cerveja no bar
Nesta sexta-feira é celebrado o Dia Internacional da Cerveja, mas embora o brasileiro ainda aprecie uma boa gelada fora de casa, o consumo da bebida vive um momento de oscilação. O estudo Brand Footprint Brasil 2025, realizado pela Worldpanel by Numerator, revelou que 63% dos brasileiros ainda consomem cerveja fora do lar, com destaque para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde esse índice ultrapassa os 70%. Mas está caindo com crescimento do consumo dentro do lar e consumo das cervejas de puro malte.