Trump consolida padrão de tarifas de 15% e vai refinar quem vai pagará 20% e até quando Brasil será sancionado com 50% até negociação
Falta de agenda do chanceler Mauro Vieira em Washington expõe fragilidade do Brasil numa eventual negociação com representantes americanos.

Clique aqui e escute a matéria
Sete meses depois de tomar posse prometendo 100 decretos, cobrança de taxas de seus parceiros comerciais e um embate aberto com a China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump estabeleceu um padrão: todas as nações que quiserem vender para o seu país terão que pagar, ao menos, 15% de tarifas forma geral, excluídos produtos específicos que já estão sendo taxados com 10%.
Esse será o novo piso daqui para frente. Países que não se ajustarem, o que inclui anúncio de investimentos em solo americano, concessões em seus países para empresas americanas em seu território e alguns numa categoria especial podem ser sancionados (não dá para chamar de taxação), com percentuais que saem de 20% e chegam a 35%. E o Brasil até agora está numa categoria especial de 50% de taxa geral.
Caso do Brasil
O Brasil é um caso diferenciado por dois motivos. O primeiro de não ter dado atenção especial ao seu segundo maior parceiro comercial quando ele reelegeu, em 5 de novembro último, um presidente com quem o Brasil já tinha dificuldades no primeiro mandato.
O segundo, quando a família Bolsonaro entendeu de se envolver nas relações entre os dois países abordando uma questão que passa longe das demandas comerciais. E aproveitar isso mirando 2026.
A consolidação do padrão 15% veio neste final de semana quando Estados Unidos e União Européia aceitam uma tarifa comum que, definitivamente, o maior bloco econômico do mundo não planejava nem nos seus maiores pesadelos. Saiu de uma tarifa média de 1,6% para 15% para os 22 países que formam o bloco europeu.
Ameaças de Trump
E ainda a prometeu investimentos e compra de material bélico que terão que ser pagos sob a ameaça de Trump de simplesmente se retirar da guerra da Ucrânia contra a Rússia deixando a UE sozinha no conflito. Até agora, os Estados Unidos alocaram US$183 bilhões em financiamento emergencial para a região.
O que mais impressiona é a mudança de cenário. Até dezembro de 2024 com Joe Biden, os Estados Unidos enviavam à Ucrânia, via EUA bilhões de dólares em equipamentos. Agora, Trump exige que esses mesmos equipamentos sejam pagos. Ou seja, o parceiro na causa contra Vladimir Putin agora é vendedor de material bélico.
Em Washington
O caso do Brasil é ainda mais dramático. Quando, em 2 de abril, Trump apresentou uma lista de taxas, o mundo se assustou. Mas se bandeou para Washington para conseguir a menor taxa possível entendendo que essa era a nova ordem. Os hotéis da capital americana nunca receberam tantos diplomatas, negociadores e lobistas.
Menos do Brasil que depois dos cumprimentos formais de Lula com apenas 500 caracteres pela vitória de Trump, enviou apenas a embaixadora do Brasil, Maria Luiza Viotti à cerimônia de posse de Trump. Antes, o mesmo Lula já se encontrara com George W Bush, Barack Obama e Joe Biden, em Washington.
Conversa com quem
O que o acordo da UE com os Estados Unidos significa é que está estabelecido um novo padrão. E que nós, do Brasil, estamos num patamar de tarifas que é mais de três vezes maior que a média. E com o agravante que ninguém da administração Trump está (aparentemente) interessado em conversar com o Brasil até agora.
O mais grave é que o Brasil não teria muitos interlocutores habilitados a conversar se o governo americano chamar. Na verdade, desde 20 de janeiro e mais ainda desde 9 de julho, quando Trump anunciou os 50%, o Brasil mandou duas cartas. E nesta segunda-feira o chancelar Mauro Vieira estva em Washingotn tentando uma conversa com qualquer funcionario do governo americano. Algo constrangedor.
Carta de Trump
Somente quando o presidente Trump mandou sua carta misturando relações comerciais com a questão Bolsonaro STF é que parece ter caído a ficha do governo sobre o impacto disso na economia.
Entretanto, o mais preocupante não é a natural reação do presidente Lula - que não tinha mesmo outra atitude senão a de rechaçar os termos - mas a ausência total de propostas para serem colocados na mesa numa eventual negociação.
O que oferecer
Abstraído o palavreado das autoridades brasileiras (e os discursos de campanha de Lula) o que, de fato, o Brasil propõe além do pedido de redução da taxação de 50%? O que (a nível de relações comerciais), o Brasil está disposto a conversar? Sobre o que o Brasil se propõe a negociar?
O problema do Brasil é que temas como terras raras e taxação das bigtechs não estão formatados ou, minimamente, alinhados para serem negociados. Ainda mais quando Lula avisa em comício que ninguém vai mandar no subsolo brasileiro e que vai cobrar taxas nas plataformas. Portanto, a questão é: negociar o que?
Investimentos
O exemplo dos países com quem Trump já fechou acordos, Reino Unido, Vietnã, Filipinas, Indonésia, Japão e agora União Européia embutem obrigatoriamente investimentos (Japão US$ 550 bilhões e Reino Unidos e 750 bilhões do setor de energia e investir US$ 600 bilhões nos Estados Unidos) enquanto nos demais permite acesso aos mercados locais por empresas americanas.
E mesmo com a China, Washington impôs uma tarifa-base contra os produtos chineses em 30%, no lugar dos 145% enquanto centenas de diplomatas dos dois países conversam. Isso nos ensina muito.
Atrasado na sala
Essa parece ser a grande diferença. Chegamos atrasados, com pouca gente e numa época em que até o Congresso americano está de recesso. Infelizmente as notícias sobre uma desejada abertura de negociação tem origem no Brasil.
Então, a questão não é mais se a taxação será aplicada a partir de sexta-feira travando qualquer venda. O que se discute é como depois desse fato o Brasil encontrar ouvidos favoráveis, ao menos, a nos ouvir.
País de fé
Japoneses e diplomatas da União Européia se cobram (em privado) por não terem conversado mais e se preparado melhor para enfrentar o fator Trump. Agora se eles pensam isso, o que podemos esperar depois de nossas duas cartas? Bom, o Brasil é um país de fé. Talvez isso nos ajude. Oremos.
Gasolina e Óleo Diesel
A ANP tomou nesta quinta-feira (24) uma decisão radical. Decidiu suspender, cautelarmente, os dispositivos relacionados à atividade de formulação de gasolina e óleo diesel. A formulação dessa mistura consiste na produção de gasolina e óleo diesel por meio de adição mecânica de hidrocarbonetos líquidos e vem sendo objeto de ações na Justiça com empresas descumprindo abertamente as normas em prejuízo dos consumidores. A coisa ficou séria na Justiça que a ANP atualizou a legislação de modo a tentar eliminar as empresas problema.
O tema será incluído na Agenda Regulatória da ANP 2025-2026 para realização de Análise de Resultado Regulatório (ARR) e avaliação da manutenção da atividade de formulação de gasolina e óleo diesel no Sistema Nacional de Abastecimento de Combustíveis, considerando os riscos associados e a necessidade de garantir a proteção dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos.
A ANP determinou que os processos de autorização e de retomada da operação em andamento relativos à formulação de gasolina e óleo diesel sejam suspensos até que seja realizada e concluída a ação regulatória sobre a atividade.
Novo pré-Sal
Também nesta quinta-feira (24), a Diretoria Colegiada da ANP aprovou os estudos geoeconômicos relativos a três novos blocos exploratórios localizados no Pré-sal da Bacia de Campos: Calcita, Dolomita e Azurita. Com área total de aproximadamente 6.200 km 2, os blocos foram classificados como de elevado potencial, e os estudos indicam a existência de condições técnicas e econômicas favoráveis ao desenvolvimento de grandes projetos na região.
Os blocos ainda dependem da emissão de Manifestação Conjunta do MME e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) para que possam ser formalmente incluídos no rol da Oferta Permanente de Partilha (OPP). Mas apontam para uma nova fronteira de exploração do pré-Sal.
Dia dos Pais
A CNDL e o SPC Brasil, em parceria com a Offerwise Pesquisas estimam que as vendas do Dia dos Pais devem movimentar R$27,13 bilhões no comércio e serviços. A pesquisa estima que aproximadamente 106,3 milhões de pessoas residentes nas capitais devem ir às compras nas próximas semanas, uma redução nominal de 4,6 milhões de compradores em relação a 2024.
Economista
Abertas até esta sexta-feira (1º) as inscrições para o 10º Desafio Quero Ser Economista, voltado para estudantes do ensino médio competição on-line, gratuita e com prêmios de até R$ 4,5 mil promovida pelo Corecon-PE, liderado pela presidente, Poema Isis de Souza como forma de incentivo aos jovens pernambucanos de mostrar como a economia está presente na vida de todos nós. Incrições no site www.desafioquerosereconomista.org.br.
Empetur
Começou ontem em São Paulo e prossegue hoje (29) Campinas; amanhã (30), em São José dos Campos e quinta-feira (31), no Rio de Janeiro primeira etapa do roadshow nacional “Pernambuco Naturalmente Incrível - Frevo e Gastronomia” ação realizada pela Empetur promovendo uma imersão que une experiência gastronômica e capacitação profissional, voltada a agentes de viagem, operadores de turismo, imprensa e influenciadores especializados em gastronomia e turismo.
Ouro no Madeira
O Greenpeace Brasil denunciou a operação de 542 balsas de garimpo operando intensamente ao longo do leito do Rio Madeira, distribuídas em 22 pontos entre Calama (RO) e Novo Aripuanã (AM). Imagens foram registradas em sobrevoo realizado no último dia 19 quando foram avistadas dragagem no leito do rio em busca de ouro posicionados próximas a áreas protegidas como a Reserva Extrativista Lago do Cuniã e a Terra Indígena Lago Jauari.
A situação do garimpo no Rio Madeira revela forte crescimento da atividade mineradora. Entre janeiro e fevereiro de 2025, o Greenpeace registrou 130 balsas. Agora, entre 15 a 18 de julho, o número chegou a 542 balsas.
Fala da marca
No dia 6 de agosto, das 19h às 22h, na sede da Audens Group, no Riomar Trade Center (Torre 4, 23º andar) tem a edição do Talk & Wine com o tema “Influência: como desenvolver uma comunicação de impacto para ser porta-voz da sua marca”, o especialista em comunicação e oratória Guilherme Constancio dentro da agenda do LIDE Futuro Pernambuco e que também contará com a participação do fundador da Blue Technology, Leonardo Almeida.
FTLOG na Multimodal
A empresa FTLOG Soluções Logísticas estará na feira Multimodal Nordeste 2025, um dos maiores eventos do setor em toda a América Latina, que ocorre de 5 a 7 de agosto, no Recife Expo Center. O espaço no evento tem foco em supply chain, distribuição, crossdocking e fulfillment, além da capacitação de mão de obra e consultoria.
Rede Vistorias
Empresa líder no Brasil em vistorias imobiliárias, a Rede Vistorias anuncia um plano de expansão voltado a cidades pequenas e médias do Nordeste e outras regiões do interior do país. A estratégia inclui a ampliação da vertical de seguros através de franquias para atuar no setor imobiliário local.
Mais um chinês
Chegou ao Brasil mais uma montadora chinesa. A Geely Auto iniciará oficialmente sua operação no mercado brasileiro com o G’Day, o Good Day, evento que acontecerá no próximo dia 30, no Jockey Clube de São Paulo, embora seus veículos já estejam expostos em 22 shoppings pelo país. A empresa trouxe o Geely EX5, o primeiro carro elétrico da fabricante no Brasil, um modelo desenvolvido para mercados globais. A empresa opera atualmente em quase 90 países.