Taxação d e 50% deve desorganizar estratégia de exportação construída ao longo de décadas por empresas brasileiras
Exportação de brasileiras para os EUA exige adequação às normas americanas iguais as empresas nativas com regras e especificações padrão americano.

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Independentemente das idiossincrasias de Donald Trump e da sua visão torta sobre as necessidades de seu país reaver todos os valores que ele acredita que perdeu ao longo de décadas nas suas relações comerciais e, no caso do Brasil, entender que o país deseja liderar uma mudança global no padrão dólar; nas transações comerciais e prejudicar os negócios das bigtechs americanas, a verdade é que em seis meses ele conseguiu desorganizar o trabalho de anos das quase 10.000 empresas brasileiras que se enquadraram às exigências dos órgãos de controle do comércio dos Estados Unidos.
As pessoas tendem a falar das tarifas de 50% como se isso inviabilizasse todos os negócios sem levar em consideração que os Estados Unidos dificultam as exportações pelas barreiras técnicas e legislações bem específicas sobre o que pode e o que não pode ser vendido para o consumidor americano.
Não só preço
O preço não é o único elemento. Exportar para o mercado americano é produzir como as empresas nativas americanas. E isso tem a ver com os padrões que eles definiram à sua maneira. Vai desde as medidas, embalagem, peso de paletes e caixas frigoríficas.
O suco concentrado brasileiro precisa chegar no mercado americano no mesmo padrão que os produtores de laranja da Flórida. A madeira reflorestada do Paraná com os mesmo cortes usados pelos estados do Oregon e Washington. Até a crise dos ovos, o Brasil não podia exportar ovos frescos porque as normas definiam que teriam que chegar em menos de 18 dias, mesmo que resfriados o que a gripe aviária era uma forma de travar a importação.
Exportar ovos
Esse prazo só caiu porque eles perderam quase um quarto do plantel e empresas como o McDonalds, o FKC e o Burger King precisam de pelo menos três milhões de ovos/dia para seu mercado. Então, quando Trump entra rasgando com uma taxação de 50% desorganiza cadeias produtivas inteira que levaram ano para serem ajustadas.
No ano passado, as exportações brasileiras para os Estados Unidos ultrapassaram a marca de US$40 bilhões e totalizando US$40,3 bilhões pela primeira vez na história comercial entre os dois países.
indústria maior
O volume exportado também atingiu níveis inéditos com 40,7 milhões de toneladas - um crescimento de 9,9% em relação a 2023. E a indústria brasileira desempenhou papel central nesse recorde comercial, com exportações que somaram US$31,6 bilhões - um crescimento de 5,8% em comparação ao ano anterior.
Este ano, de Janeiro a Junho em relação ao mesmo período do ano anterior, as exportações para os Estados Unidos cresceram 4,4% e atingiram US$20,02 bilhões. As importações cresceram 11,5% e totalizaram US$21,70 bilhões. E, mais uma vez, a balança comercial apresentou déficit de US$ -1,67 bilhões embora a corrente de comércio tenha aumentado 7,9% chegando a US$41,72 bilhões.
Normalidade
Estava tudo funcionando muito bem quando o presidente Trump entrou no circuito com aquela visão desinformada de um déficit inexistente sem consultar assessores com mais informações. Na verdade, ele não estava interessado em nada disso.
Mas tem casos em que as empresas brasileiras vão perder muito. Por exemplo, esse ano, o Ceará já tinha vendido US$16,2 milhões de peixes. Mais US$10,8 milhões de castanha de caju, fresca ou seca e sem casca; US$3 milhões de lagosta e US$21,1 milhões de ceras vegetais (carnaúba) e mel de abelha. Cada um desses produtos só entrou lá com o mesmo padrão de qualidade, peso nas embalagens americanas.
Muita manga
O caso da manga é bem curioso. No ano passado, o Brasil vendeu 258 mil toneladas de manga para os americanos que renderam US$350 milhões. Para entrar lá, cada caixa de manga produzida no Vale do São Francisco teve que adotar um padrão de modo a formar um palete fechado dentro do padrão americano. E o pico das vendas precisa bater com a janela da semana 42 do ano que é a melhor em termos de preço para o Brasil.
No ano passado, o Brasil vendeu um total de 1 milhão de toneladas de frutas que renderam US$1,295 bilhão com um padrão de acondicionamento e frigorificação dos Estados Unidos que a União Européia adota muito semelhante.
Desorganização
Então, quando Trump taxa 50% desorganiza toda a atividade. Porque com um aumento absurdo de tarifa os compradores norte-americanos, naturalmente, tendem a procurar outros fornecedores no mercado mundial,
A Coordenação de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Sudene fez uma sondagem para verificar os possíveis impactos da taxação para o Nordeste e identificou que Ceará, Bahia e Maranhão serão os estados mais afetados, já que são os principais exportadores da Região para os EUA em 2025.
Frutas diversas
O Ceará perdeu por que exporta aço, frutas, pescados e calçados , com alta concentração em produtos com valor agregado médio. Mas a Bahia perde muito por exportar cacau, óleos, pneus, frutas (BA). Haverá impacto significativo em setores como cacau (US$46 milhões) e pneumáticos (US$42 milhões). Já no Maranhão perderá vendas de pastas químicas e minérios.
O Ceará já registra pelo menos 15 contêineres parados no Porto do Pecém. Esses contêineres contêm produtos como mel e cera de carnaúba. No caso da manga, os produtores da fruta (principal item embarcado para os norte-americanos do Vale do São Francisco, na divisa entre Pernambuco e Bahia) já paralisaram as negociações dos embarques que iriam começar em agosto.
Semana 42
Porque a janela de negociação é agora para entregar na tal semana 42 (que começa no dia 13 de outubro e termina no dia 19 de outubro) de modo que a fruta chegue com sua melhor qualidade nos Estados Unidos.
Então, mesmo que Alckmin tenha algum sucesso e comece uma conversa preliminar, o pessoal já está com parte da safra perdida em termos de venda. Não dá para achar que vão colocar 150 mil toneladas de manga noutros fregueses. Como não dará uvas e melão.
Polo do Ceará
O governador Elmano de Freitas promete para hoje o anúncio da primeira montadora que produzirá veículos na planta em Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza. Ainda segundo o governador, o presidente pode vir ao Ceará no próximo dia 17 de julho, para visita a obras estruturantes para o abastecimento hídrico e desenvolvimento econômico do Ceará. Lula deve ter duas agendas: verificar o andamento da ferrovia Transnordestina e fiscalizar a obra de duplicação do Eixão das Águas.
Terrazzos Exata
A Exata Engenharia inicia o segundo semestre com entrega nesta terça-feira (15), do Terrazza Apipucos, empreendimento localizado em uma das áreas mais valorizadas da Zona Norte do Recife. O empreendimento tem 50% de área verde, sendo parte dela um bosque com diversas árvores frutíferas. A Exata também programa em breve a entrega do Terrazza Beira Rio, empreendimento localizado na Avenida Beira Rio, ampliando sua presença em bairros nobres da capital pernambucana.
Debêntures MD
A Moura Dubeux Engenharia S.A. anunciou a uma série de Emissão de Debêntures Simples, não conversíveis em ações no valor de R$ 300 milhões com remuneração dos CRI da primeira série, corresponderá à variação acumulada de, no máximo, 103,75% das taxas médias diárias dos Depósitos Interfinanceiros – DI organizada pela VERT COMPANHIA SECURITIZADORA,
Terrenos MD
A Moura Dubeux também ampliou o landbank no segundo trimestre deste ano. A companhia adquiriu seis novas áreas e chega a 53 terrenos, que somam R$9,5 bilhões em Valor Geral de Vendas bruto. Também no período, Pernambuco respondeu por 63% de VGV líquido.
Correios
A ABOL (Associação Brasileira de Operadores Logísticos) ingressou com ação judicial para reconhecer a ilegalidade do Decreto 12.124/24, que prevê “preferência” para a contratação direta da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos por órgãos e entidades da administração pública federal direta. O objetivo da ação é garantir um tratamento igualitário entre os Correios e os Operadores Logísticos (OLs) em concorrências e licitações. A medida do governo impacta as empresas de entregas especializadas, como medicamentos, e que têm grande parte da receita proveniente de contratos públicos.
Coca-Cola líder
O estudo Brand Footprint Brasil 2025, realizado pela Worldpanel by Numerator, aponta redução no número de marcas que conseguiram ampliar sua presença nos lares em comparação com anos anteriores. Em 2024, 167 marcas aumentaram seus Consumer Reach Points - métrica que combina penetração e frequência de compra –, enquanto a média de empresas presentes nos lares subiu apenas duas marcas em relação ao ano anterior, totalizando 97.
A Coca-Cola segue na liderança como a marca mais escolhida do País, com 644 milhões de pontos CRP. Completam o Top 5: Ypê (568 milhões), Perdigão (498 milhões), Seara (474 milhões) e Sadia (431 milhões), que retorna ao grupo das cinco primeiras.
Grupo Studio
Um estudo inédito conduzido pela Grupo Studio com 3.864 empresas tributadas pelo regime do Lucro Real que, juntas, faturam R$265,63 bilhões, revelou que 94,23% dessas companhias têm créditos a recuperar, uma média de R$1,2 milhão por cliente. O Grupo Studio atua no segmento de recuperação de crédito das empresas na Receita Federal via esfera administrativa e não envolve judicialização. Em 2025 ela estruturou um ecossistema com mais de 40 soluções empresariais distribuídas entre 14 verticais de negócios dentro de franquias apenas no primeiro trimestre.
Indicação Geográfica
Na Fenearte 2025, o Sebrae Pernambuco trouxe como diferencial para a feira uma exposição exclusiva e inédita com as 15 Indicações Geográficas que reconhecem a singularidade do artesanato nacional. Além de valorizar os registros já existentes no país, a mostra funciona como um incentivo extra para o fechamento de negócios no evento: artesãos representantes de algumas dessas IGs estão com espaço na feira disponibilizando suas criações para a venda em estandes.
Sangue por dados
A Qlik®, um empresa global em integração de dados, qualidade de dados, analytics e inteligência artificial (IA), identificou numa nova pesquisa que 69% dos americanos se sentam confortáveis em compartilhar seus dados de saúde para melhorar seus próprios cuidados, mas apenas 40% se sentem confortáveis em compartilhar esses mesmos dados de saúde com empresas de tecnologia para produtos baseados em IA. Quando convidados a escolher, mais que o dobro dos americanos prefere doar sangue (52%) a doar seus dados de saúde (24%).
Foodservice
O Instituto Foodservice Brasil (IFB) divulgou os resultados do Índice de Desempenho do Foodservice (IDF) referentes a maio de 2025 crescimento real de 1,4%Considerando o ajuste pela inflação medida pelo IPCA específico para alimentação fora do lar, revelando o consumidor está mais seletivo e prioriza qualidade sobre quantidade diante do cenário atual de inflação elevada.
Terceiro Setor
O programa Ressignificar, do Instituto Marcos Hacker de Melo (MHM), é atualmente o terceiro maior empregador das cidades de Barreiros, Gameleira e Rio Formoso, em Pernambuco. Fundado em 2022 por Cida Hacker de Melo, em homenagem ao seu filho Marcos Hacker de Melo (in memoriam), o projeto atua em 24 escolas públicas dos três municípios, promovendo o desenvolvimento sociocultural e competências socioemocionais de 4.025 estudantes do Fundamental I e II.
IA concretos
A Di2win startup embarcada no Porto Digital do Recife reforça sua expertise em participação no RPA & IA Congress, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, nesta terça (15) e quarta (16). Em sintonia com a Xerox Brasil, destaca casos reais de aplicação de IA em diferentes setores, revelando soluções viáveis, escaláveis e sustentáveis.