Mendonça Filho aciona STF contra curso de Medicina na UFPE para assentamentos e membros do MST

Nas redes sociais, Mendonça argumenta que a política da UFPE prejudica a igualdade no acesso à educação pública, inclusive para aqueles cotistas

Por JC Publicado em 29/09/2025 às 20:52

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O deputado federal e ex-ministro da Educação Mendonça Filho (UB) anunciou que protocolou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar uma iniciativa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que criou um curso de Medicina com vagas dedicadas exclusivamente a alunos egressos de assentamentos e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O político classificou a medida como um "absurdo total" e um "desrespeito" aos demais estudantes que se preparam arduamente para o processo seletivo em busca de uma vaga em uma universidade federal.

"Palco de oportunismo político e ideológico"

Nas redes sociais, Mendonça argumenta que a política da UFPE prejudica a igualdade no acesso à educação pública, citando os candidatos que se dedicam aos estudos e, principalmente, os cotistas oriundos de escolas públicas.

"A gente não pode aceitar de forma alguma que a Educação brasileira seja transformada num palco de oportunismo político-ideológico", afirmou o político, reforçando a necessidade de proteger o princípio da meritocracia e da ampla concorrência nas instituições de ensino superior.

ANULAR DECISÃO DA UFPE

A ação judicial busca anular a decisão da UFPE, que foi classificada como "absurda" por criar uma reserva de vagas baseada em critérios que ele considera inadequados para o acesso a um curso altamente concorrido como Medicina.

O STF será o responsável por avaliar a constitucionalidade e a legalidade da política de cotas específicas da Universidade Federal de Pernambuco.

MEDICINA PARA ASSENTADOS

A abertura do edital de Medicina por meio do Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária) é uma iniciativa inédita no País. Das 80 vagas ofertadas, 40 são de ampla concorrência e 40 destinadas a candidatos contemplados por ações afirmativas (cotas), que só foram viabilizadas devido aos recursos disponibilizados pelo Incra.

As inscrições ocorreram de 10 a 20 de setembro, voltadas para candidatos assentados da reforma agrária e integrantes de famílias beneficiárias do Crédito Fundiário; educandos egressos de cursos de especialização promovidos pelo Incra; educadores que exerçam atividades voltadas às famílias beneficiárias; acampados cadastrados pelo instituto e quilombolas.

 
 

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