MEC autoriza obras de dois novos campi do IFSertãoPE durante a SBPC 2025

Cada novo campus receberá R$ 25 milhões de recursos do PAC, sendo R$ 15 milhões para obras e R$ 10 milhões para compra de equipamentos

Por Mirella Araújo Publicado em 16/07/2025 às 17:16 | Atualizado em 16/07/2025 às 17:20

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Antes de iniciar a conferência temática na 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o Ministério da Educação formalizou a construção de dois novos campi do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE).

Na manhã desta quarta-feira (16), o ministro Camilo Santana assinou as ordens de serviço que autorizam a execução das obras nas unidades de Águas Belas e Araripina.

Cada novo campus terá investimento médio de R$ 25 milhões — sendo R$ 15 milhões para a construção e outros R$ 10 milhões destinados à aquisição de equipamentos. Os recursos fazem parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que prevê a criação de 102 novos campi de Institutos Federais em todo o país.

O plano de expansão tem como foco regiões que ainda não contam com unidades dos IFs ou que apresentam baixa taxa de matrícula em cursos técnicos de nível médio em relação à população local. O investimento total previsto para o projeto é de R$ 2,5 bilhões.

Atualmente, o IFSertãoPE possui sete unidades, com oferta de 157 cursos para 12.375 estudantes. Com os dois novos campi, a expectativa é ampliar o atendimento em cerca de 2.800 novas vagas, principalmente para cursos técnicos integrados ao ensino médio.

"O que esperamos para esses dois novos campi é o mesmo que já vivenciamos nas unidades onde o instituto está presente. Para se ter uma ideia, hoje temos seis alunas na Suíça. Uma delas começou em um curso técnico e, atualmente, cursa o ensino superior na nossa instituição. Ela vem de um contexto familiar em que dificilmente teria acesso a um intercâmbio internacional, mas hoje está na Suíça, com uma perspectiva real de crescimento pessoal e profissional. Esse é um exemplo do processo de transformação que a instituição promove", afirmou Jean Alencar, reitor do IFSertãoPE.

Participaram da assinatura da ordem de serviço o prefeito do Recife, João Campos; a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; a reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Maria José de Sena; a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause; e o prefeito de Águas Belas, Dr. Elton Martins.

Expansão das universidades 

Presente na mesa da conferência temática da 77ª Reunião Anual da SBPC, nesta quarta-feira (16), a reitora da UFRPE, Maria José de Sena, questionou o ministro da Educação, Camilo Santana, sobre a existência de algum projeto que revisite as ações de expansão das universidades federais -  a exemplo do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), instituído pelo governo federal em 2005.

Segundo a reitora, o Reuni permitiu que as instituições de ensino superior ampliassem sua presença do Litoral ao Sertão do Estado. No entanto, ela ressaltou que muitas dessas expansões ainda enfrentam desafios estruturais, uma vez que, para atuar em determinadas localidades, as universidades dependem de espaços provisórios, cedidos ou alugados.

“Nós temos uma expansão em Belo Jardim, mas não contamos com uma estrutura própria. Utilizamos um prédio emprestado pela prefeitura e outro alugado apenas para fins administrativos, que não atende plenamente às nossas necessidades. Também temos uma unidade em Serra Talhada que demanda atenção nesse mesmo sentido”, afirmou Maria José de Sena.

Em resposta, o ministro Camilo Santana explicou que, ao elaborar o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo federal direcionou boa parte dos recursos para a consolidação das universidades federais - ainda que, segundo ele, os valores sejam insuficientes para atender plenamente às necessidades de investimento de grande porte.

“A grande expansão está nos institutos federais, com dez novos campi previstos. Optamos, nesse momento, por consolidar estruturas já prometidas ou que ainda não haviam sido finalizadas. Há universidades que não têm restaurante universitário, faltam blocos, ou funcionam em prédios alugados. Os recursos do PAC foram distribuídos, e cada reitor definiu como seriam aplicados. Foi suficiente? Não. Mas reitero que o governo federal tem uma dívida histórica com os reitores”, afirmou o ministro.

Camilo Santana também anunciou que o governo federal está encaminhando ao Congresso Nacional um projeto de lei para ampliar o número de cargos nas instituições federais, possibilitando a contratação de novos professores e servidores.

 

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