Por que as empresas estão evitando contratar jovens da Geração Z e o que isso revela sobre o futuro do trabalho

Uma série de pesquisas recentes mostra que as empresas estão deliberadamente evitando contratar profissionais da Geração Z. Confira coluna

Por BRUNO CUNHA Publicado em 24/08/2025 às 22:12

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Imagine sair da faculdade cheio de sonhos, pronto para enfrentar o mundo profissional, apenas para descobrir que as portas estão se fechando. Parece injusto, não é? Mas é exatamente o que está acontecendo com milhares de jovens da Geração Z nos Estados Unidos. E talvez, se você tem entre 20 e 27 anos, já esteja vivendo esse dilema na pele.

Apesar do discurso recorrente de que os jovens são o futuro, uma série de pesquisas recentes mostra que as empresas estão deliberadamente evitando contratar profissionais da Geração Z. Sim, evitar. Por mais contraditório que isso soe em um mundo que clama por inovação e diversidade geracional, os números não mentem. Vem comigo e vamos aprofundar esse tema!

A contradição invisível

Uma pesquisa feita pela Intelligent revelou que 1 em cada 8 recrutadores nos EUA pretende evitar contratar recém-formados em 2025. E mais da metade dos gestores participaram de demissões de jovens recém-contratados apenas em 2024. Esse dado revela um movimento silencioso, mas crescente, dentro das organizações: a dificuldade de lidar com profissionais em início de carreira, especialmente quando esses profissionais trazem novas perspectivas e comportamentos que fogem ao padrão tradicional. Isso nos mostra que o problema vai além do discurso corporativo e atinge o núcleo do que se espera de um profissional júnior hoje.

Mais chocante ainda: cerca de 27% dos gestores afirmam preferir não contratar membros da Geração Z. Entre os motivos, estão a falta de ética profissional, o uso excessivo de celular, dificuldade de comunicação, e uma postura considerada "sensível demais" ou "pouco comprometida". Alguns recrutadores relatam que jovens candidatos evitam contato visual, recusam ligar a câmera em entrevistas online ou demonstram insegurança ao falar sobre expectativas salariais. Esses comportamentos, embora muitas vezes reflexo da falta de experiência ou de orientação adequada, acabam sendo interpretados como desinteresse ou falta de preparo.

Mas e se o problema não for você?

A narrativa tradicional é clara: se você é jovem e não está conseguindo trabalho, a culpa é sua. Mas e se essa narrativa estiver errada? E se, na verdade, o mercado é que está mal preparado para acolher essa nova geração, com valores e formas de comunicação completamente diferentes?

A Geração Z cresceu em um mundo digital, com acesso ilimitado à informação, mas também com muita instabilidade. Eles valorizam o propósito, o bem-estar mental e a transparência. No entanto, a maioria dos ambientes corporativos ainda opera sob lógicas da década de 90. Não há espaço para vulnerabilidade, para aprender errando, para processos mais colaborativos. É como se o mercado dissesse: "Queremos sua inovação, mas se comporte como um profissional de 40 anos".

O peso invisível de ser jovem hoje

Se você já sentiu que suas entrevistas não foram levadas a sério, que sua experiência acadêmica foi minimizada ou que seu comportamento foi julgado como "impróprio", não está sozinho. Muitos jovens relatam frustrações com processos seletivos frios, feedbacks genéricos ou inexistentes, e expectativas impossíveis de serem cumpridas sem experiência prévia.

A cereja do bolo? A ascensão da inteligência artificial e da automação, que está eliminando vagas de entrada. Startups e empresas de tecnologia estão demitindo cargos júniores em massa e exigindo profissionais prontos, com experiência em ferramentas e métodos que os jovens ainda nem tiveram a chance de aprender.

As consequências emocionais (que ninguém fala sobre)

O impacto disso não é apenas econômico. Sentimentos de frustração, inadequação e desespero estão se tornando comuns entre os jovens. Muitos passam a duvidar de sua própria competência, acreditando que o problema está em suas habilidades, quando na verdade o desafio é estrutural. Não é raro ver jovens extremamente qualificados desistindo de candidaturas por não conseguirem sequer respostas dos processos, criando um ciclo de autossabotagem e silenciamento das próprias conquistas.

Esse ciclo pode gerar bloqueios emocionais profundos: medo de se expor, de tentar novamente, de fracassar outra vez. Alguns jovens desistem de suas carreiras e migram para áreas onde se sentem mais aceitos, mesmo que estejam subaproveitados. Outros enfrentam síndrome do impostor, depressão e crises de ansiedade. Em casos mais graves, há um afastamento completo do mercado de trabalho e da identidade profissional, gerando um sentimento de estagnação e desesperança que pode durar anos.

O que você pode fazer agora

Se você chegou até aqui, provavelmente se identificou com alguma dessas situações. E aqui vai uma verdade importante: esse é um problema geracional, que exige consciência, estratégia e acolhimento.

Por isso, quero te fazer um convite. Se você sente que está travado na carreira, perdido nas escolhas ou cansado de não ser levado a sério no mercado de trabalho, agende um Diagnóstico de Carreira. Vamos conversar sobre suas dúvidas, identificar seus bloqueios e construir juntos um plano para te posicionar de forma estratégica, sem julgamentos porque você merece ser ouvido, compreendido e, principalmente, valorizado.

Bruno Cunha, Administrador, Psicanalista, Headhunter e Especialista em Carreira, Ex-Diretor do Grupo CATHO em estados do Brasil, com experiência há mais de 19 anos assessorando profissionais (técnicos, gestores, consultores, docentes, empreendedores e autônomos/liberais) que buscam recolocação, mudança de emprego, desenvolvimento profissional ou transição de área/carreira, através métodos de diagnósticos profissionais capazes de identificar necessidades individuais de centenas de profissionais. Autor do livro “Descubra: você tem um Emprego ou uma Carreira?”. Mais de 41 mil seguidores no Linkedin e mais de 60 mil seguidores no Instagram, Docente em Pós-Graduação de renomadas instituições de ensino e Colunista do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação e da UOL, e publicações na TV GLOBO, SBT, RECORD TV, JOVEM PAN, TRANSAMÉRICA, FOLHA CAPITAL, JORNAL UNIÃO, dentre outros. Atual Diretor da ASSESSORIA DE CARREIRA com Bruno Cunha.

Instagram: carreiracombrunocunha

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