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PL vai mudar liderança na Alepe e garantir maioria do Governo na CPI da publicidade

O PL, que faz parte da bancada independente na Assembleia Legislativa, ora favorecendo o Governo, ora aliando-se à Oposição, vai mudar de posição

Por TEREZINHA NUNES Publicado em 07/08/2025 às 7:51

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O PL, que faz parte da bancada independente na Assembleia Legislativa, ora favorecendo o Governo, ora aliando-se à Oposição,e como aconteceu na formação das novas comissões permanentes que fizeram a governadora Raquel Lyra perder o domínio dos três principais colegiados da Casa, os de Justiça, Finanças e Administração, vai mudar de posição novamente. Até o final de semana, segundo informou a este blog o deputado Renato Antunes, a legenda, que ajudou com três assinaturas a bancada de oposição a propor esta semana a criação da CPI sobre a licitação da publicidade do Governo, vai abandonar a postura que ele chamou de “radical” contra a governadora: “não dá para apoiar uma CPI sem um fato determinante. Não concordamos com isso nem com a decisão de travar tudo na Alepe, incluindo a não aprovação dos projetos de empréstimo da governadora”- completou.

Ele explicou que a bancada vai se reunir e ,”se for necessário, mudar de líder, desde que o atual não aceite as nossas condições”. O atual líder é o deputado Abimael Santos que deve ceder seu lugar ao deputado Nino de Enoque, que apoia a governadora. Estão fechados com essa proposta o próprio Renato, Nino e Joel da Harpa. Como a bancada tem cinco deputados, mesmo que os deputados Alberto Feitosa e Abimael Santos não apoiem essa reviravolta, os três primeiros formam a maioria necessária para decidir a postura da legenda na Alepe. A nova posição do PL, que colocou três assinaturas no requerimento da CPI, as de Feitosa, Abimael e Joel, vai ajudar a bancada governista a ocupar a presidência e a vice-presidência da CPI, restando à oposição a relatoria.

“- Vamos continuar adotando a nossa posição de independência – disse Renato. Não vamos estar à serviço do Palácio nem de João Campos. Uma CPI sem fato determinante nada mais é do que um palanque eleitoral para o prefeito do Recife, uma campanha antecipada, e o PL não concorda com isso”. Ele explicou que o PL apoiou as mudanças nas comissões permanentes que prejudicaram Raquel “porque nos foi dito que teríamos a presidência de três comissões e isso foi cumprido, mas se soubéssemos que o objetivo era travar o Governo, como estão querendo fazer com os empréstimos, não teríamos concordado”.

Feitosa ficará sozinho

A discordância do partido sobre a CPI pode deixar isolado o deputado coronel Alberto Feitosa, atual presidente da Comissão de Justiça, o artífice principal da operação que levou a oposição, que é minoria na Alepe, a conquistar as três comissões principais, no início deste ano. Em articulação com o PSB e parte da bancada do União Brasil, Feitosa fez Abimael Santos líder da bancada do PL e conseguiu para si a presidência da principal comissão, a de Finanças foi destinada ao deputado Antonio Coelho, do União Brasil, e de Administração ao deputado socialista Waldemar Borges.

Mandato assegura permanência

Temendo este isolamento, uma vez que o PL já discutia durante o recesso uma reaproximação com Raquel, esta terça-feira, para surpresa de muitos, Feitosa mudou radicalmente sua postura na Comissão de Justiça. Durante grande parte do primeiro semestre ele segurou a aprovação do empréstimo de R$1.5 bi solicitado pela governadora e até a sabatina do novo administrador de Fernando de Noronha. Esta terça não só marcou a sabatina de Virgílio Oliveira para a próxima terça como informou que o pedido de empréstimo será votado na reunião do dia 19.

Não perderá presidência

Mesmo com o PL aliando-se ao Governo no caso da CPI, Alberto Feitosa não corre o risco de perder a presidência da Comissão de Justiça. Isso porque a mesa diretora da Assembleia decidiu que os presidentes e vices das comissões têm mandato de dois anos, não podendo ser substituídos nem pelos próprios partidos. Da mesma forma, ele não perderá a vaga de membro da Comissão como representante do Partido Liberal até o final de 2026.

Pergunta que não quer calar

Depois de meio ano de sufoco, a governadora Raquel Lyra vai ter mais tranquilidade para lidar com a Alepe neste segundo semestre?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com

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