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O morde e assopra da oposição a Raquel Lyra na Assembleia

O comportamento dos deputados no segundo dia de plenária, após o recesso, mostrou que tanto um lado quanto o outro desejam ocupar espaços na tribuna

Por TEREZINHA NUNES Publicado em 06/08/2025 às 7:43

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Um dia depois de ter dado entrada a um pedido de CPI sobre a licitação da publicidade do Governo do Estado, a bancada de oposição na Assembleia Legislativa surpreendeu esta terça-feira na primeira reunião da Comissão de Justiça, colegiado principal da Casa que segurava há mais de três meses a votação de projetos importantes do Palácio do Campo das Princesas como um pedido de empréstimo da governadora para as obras do Arco Metropolitano e da BR-232 no valor de R$ 1.5 bi e a sabatina do novo administrador de Fernando de Noronha, Virgílio Oliveira. O presidente da Comissão, deputado Alberto Feitosa, começou a sessão anunciando que a sabatina será realizada no encontro da próxima terça, dia 12 e que, no mesmo dia, distribuirá o projeto de um segundo empréstimo solicitado pela governadora e também retido no valor de R$1.7 bi.

Como se tivesse havido uma combinação anterior, o deputado Waldemar Borges, do PSB, anunciou que entregará seu relatório para votação do empréstimo de R$1.5 bi na quarta-feira dia 13, o que levou Alberto Feitosa a marcar a votação do mesmo na comissão para o dia 19 deste mês. Waldemar, que tinha levantado muitas dúvidas sobre o empréstimo no primeiro semestre, informou a este blog que seu parecer será favorável, afirmando que só acrescentará emendas reforçando a necessidade do Governo prestar contas à casa da aplicação dos recursos.

O que teria havido para essa transformação? Um deputado oposicionista disse, em off, que a decisão do Governo de anunciar o pagamento das emendas de 2024, que já estão quites com os entraves burocráticos até o final desta semana, além de ter encontrado uma forma que está agradando muito a casa de acompanhamento on line do trâmite das mesmas reduziu a ansiedade dos parlamentares. Ficou no ar, no entanto, os motivos para abertura de uma CPI no momento de acenos positivos. Um outro parlamentar de linha independente comentou que os obstáculos criados ao Governo no primeiro semestre causaram desgastes junto à opinião pública e era necessário enfrentar isso antes que o problema ficasse maior. A CPI teria assim funcionado como uma válvula de escape para não se dar totalmente o braço a torcer.

A formação da CPI

Agora as discussões vão se dar em torno da composição da CPI. Pelas bancadas que possuem ,Governo e Oposição – tirando o PL – teriam direito cada um a quatro membros e o PL definiria quem teria a maioria. Hoje o PL é dividido no apoio ao Governo mas ontem mesmo o deputado Renato Antunes deu uma forte declaração de condenação à criação da CPI e de apoio à governadora. Outro deputado afirmou a este blog que pode desistir do colegiado dependendo da condução do mesmo e um disse, em off, que sua assinatura não significava apoio à Oposição. “Fui favorável à instalação porque seria uma fiscalização apenas isso.”

Saindo da toca

O comportamento dos deputados no segundo dia de plenária após o recesso esta terça-feira mostrou que tanto um lado quanto o outro desejam ocupar espaços na tribuna. A bancada do Governo fez pronunciamentos acalorados a favor da governadora e de suas ações através da líder Socorro Pimentel, do deputado Luciano Duque e da deputada Débora Almeida, e, pela oposição , falaram os deputados Dani Portela e Waldemar Borges. Os dois se referiram a outras pautas, mas também à CPI. Não faltaram regozijos pela prisão de Jair Bolsonaro de parte das deputadas Rosa Amorim, do PT, e Dani Portela, do PSOL, e um pronunciamento do coronel Alberto Feitosa criticando Alexandre de Moraes e o acusando de perseguição.

Pergunta que não quer calar

Que deputado anda mais entusiasmado com o Governo Raquel Lyra: Doriel Barros, do PT ou Cleiton Collins, do PP?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com

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