Alckmin se credencia para continuar na vice e PSB dá demonstração de força
O vice, Geraldo Alckmin, ganhou um enorme protagonismo ao receber do presidente a missão de assumir entendimentos com o governo Trump

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Discreto, como deve ser todo bom vice, Geraldo Alckmin não tinha presença certa na chapa do presidente Lula para a disputa de 2026.Nove entre dez estrelas do PT já comentavam nos bastidores – houve quem chegasse a explicitar isso – que Alckmin seria uma grande saída para Lula em São Paulo, candidatando-se a governador, pois não há nome no PT com envergadura para enfrentar o atual governador Tarcísio de Freitas, ou mesmo a senador. Boulos que cumpriu tarefa em 2024 e perdeu a eleição para prefeito da capital paulista, deve ser nomeado ministro, é o que se especula, afastando-se como possibilidade eleitoral em 26.
Mas, se a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos determinada pelo presidente Donald Trump, conseguiu dar um fôlego ao presidente Lula, que andava com a popularidade em crescente queda e encontrou do discurso da soberania o mote que faltava para deixar as cordas do ringue ,o vice Geraldo Alckmin ganhou um enorme protagonismo ao receber do presidente a missão- qualidades de negociador não lhe faltam – de assumir entendimentos com o governo Trump. Saindo-se bem, estará com o passaporte carimbado para continuar candidato à reeleição com Lula no próximo ano.
Melhor para o PSB, que tem agora o prefeito João Campos como presidente nacional e que andava desconfiado de que os petistas iriam lutar para que Alckmin voltasse a São Paulo onde os socialistas têm outro nome de peso, o ex-governador e atual ministro Márcio França, que deseja disputar o Governo. Há duas semanas, a revista Veja chegou a divulgar que o partido estava se preparando para ir a Lula reforçar a manutenção de Alckmin e até ameaçava deixar a aliança com o PT se não houvesse êxito. Houve desmentido mas a presença no Palácio do Planalto esta quarta-feira de João Campos, acompanhado de Alckmin, Márcio França e Pedro Campos, seu irmão e atual líder da bancada socialista na Câmara Federal, para um encontro com o presidente Lula do qual participou a ministra da secretaria de relações institucionais, Gleisi Hoffmann, seria um sinal de reforço ao nome do vice no momento que ele está sendo essencial para enfrentar a crise com as tarifas.
A pose para foto divulgada pelo prefeito do Recife em suas redes sociais, espelhando a união do PT e PSB seria um sintoma não só da presença de Alckmin na chapa como da provável aliança em Pernambuco em torno da candidatura de Campos a governador e de Humberto Costa em uma das vagas para o Senado. João registrou o encontro falando em discussão com o presidente “sobre o atual momento do país, defesa da soberania e um conjunto de pautas importantes para o Brasil”. Só não falou em 2026, mas não precisava.
O Nikolas da esquerda
A deputada federal Tabata Amaral, de São Paulo, estreou um vídeo no Instagram, explicando em 4 minutos e 21 segundos o que é o PIX, como foi criado por funcionários do Banco Central, a importância que adquiriu no país e acusando o presidente Trump e o ex-presidente Jair Bolsonaro de trabalhar contra o sistema. Embora não tenha a mesma desenvoltura do deputado federal Nikolas Ferreira, do PL, que quando o governo Lula pensava em taxar o PIX fez um vídeo visto por milhões de pessoas, colocando o governo federal na defensiva e frustrando as mudanças pretendidas, Tabata fala bem e é convincente, prendendo a atenção de quem vê e escuta.
Moraes deu passo em falso
O professor André Perecmanis, da PUC do Rio, disse esta quarta-feira em entrevista à Globo News que o ministro Alexandre de Moraes “deu um passo em falso” na última decisão sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, obrigando-o a ficar calado e censurando a imprensa e as redes sociais. Para ele a decisão do ministro foi confusa e não se sustenta. Exemplificou afirmando que as determinações de Moraes não poderão ser cumpridas “porque são inexequíveis”. Referia-se, sobretudo, da tentativa de culpar o ex-presidente caso terceiros usassem sua imagem e declarações nas redes sociais.
Pergunta que não quer calar
O PSB vai mesmo conseguir manter Alckmin na vice de Lula no próximo ano?
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