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Lula se beneficia do tarifaço antes mesmo do que esperava. Desafio é manter imagem positiva

Esta terça a pesquisa Atlas Boomberg, realizada entre sábado e segunda, mostrou que a aprovação e a desaprovação do presidente estão em empate técnico

Por TEREZINHA NUNES Publicado em 16/07/2025 às 7:41

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A conta do tarifaço decretado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que resolveu aumentar em 50% a taxa de importação de produtos brasileiros adquiridos pelos americanos, não só colocou a direita brasileira nas cordas do ringue, onde está sendo jogada pela esquerda que culpa o ex-presidente Jair Bolsonaro pelas medidas que foram anunciadas no último dia 09, como está melhorando a imagem do presidente Lula que vinha observando sua popularidade derreter dia a dia.

Esta terça-feira a pesquisa Atlas Boomberg, realizada entre sábado e segunda, mostrou que a aprovação e a desaprovação do presidente estão em empate técnico. Em junho deste ano, Lula tinha, em levantamento do mesmo Instituto, 47,3% de aprovação e 51,8% de desaprovação. Agora a aprovação chegou a 49,3% e a desaprovação caiu para 50,3%. A aprovação cresceu exatos 2 pontos percentuais e a desaprovação caiu 1,5%. Analistas políticos nacionais observaram que não se deve considerar apenas a variação para mais na aprovação mas também o fato do índice não ter caído, como vinha acontecendo ao ponto de se por em dúvida se o atual presidente iria, mesmo assim, tentar a reeleição.

Mas as notícias positivas para o Governo não ficaram só por aí. Levaram junto a má fama da comunicação governamental que vinha perdendo todas para o bolsonarismo na guerra das redes sociais e catapultou o sentimento nacionalista para dar a Lula o discurso que estava faltando de defensor da soberania do país, atacado por uma potência internacional. Sobre as tarifas, 62,2% dos brasileiros as julgam “injustificáveis” e só 36,8% “justificáveis”. Por fim, 61,1% dos entrevistados consideraram boa a imagem de Lula no cenário internacional e apenas 38,8% citaram Bolsonaro.

“Se a eleição de 2026 fosse hoje, Lula sairia, infelizmente, vencedor”- disse a este blog um bolsonarista de projeção reivindicando anonimato. E acrescentou: “mas vamos ver se daqui há um ano e três meses as coisas não terão mudado como aconteceu no próprio Estados Unidos onde presidentes ganharam eleições depois de terem declarado guerra a inimigos externos mas quando os gastos se projetaram na economia foram ao fundo do poço”. Na verdade, cientistas políticos e analistas de pesquisas ouvidos esta semana sobre o impacto do tarifaço na eleição do próximo ano afirmaram que o presidente vai ganhar fôlego neste momento mas, a não ser que as tarifas sejam derrubadas, quando a crise econômica se agravar aumentando a inflação, o consumidor lá na ponta vai culpar quem está no poder.

STF mantém processo de condenação

O tarifaço parece que deu também novo fôlego ao Supremo que está andando, a passos largos, para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a muitos anos de prisão. A Procuradoria Geral da República pediu a condenação dele e dos principais mentores da articulação de um golpe de estado quase na madrugada desta terça-feira. A justiça teria com isso mostrado que não se intimidará diante das ameaças de Trump. Já a Câmara Federal que estava para colocar em votação um projeto de anistia voltou atrás. O presidente Hugo Motta alegou não haver clima após a carta ameaçadora do presidente americano para anistia dos bolsonaristas.

Pergunta que não quer calar

Depois de desistir da convocação extraordinária da Assembleia, qual a nova estratégia do Palácio das Princesas para convencer a Alepe a pautar a votação dos empréstimos solicitados pela governadora?

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