Terceiro maior grupo político do Estado, União Progressista quer duas vagas majoritárias em 2026
Nos arredores da Federação não é de hoje que se fala no interesse de Eduardo da Fonte de conseguir as duas vagas disponíveis para o Senado

Formada pela junção de dois grandes partidos – PP e União Brasil – a Federação União Progressista, presidida no estado pelo deputado federal Eduardo da Fonte e que tem hoje 37 prefeitos - só perde para o PSD da governadora que tem 62 - treze deputados estaduais e cinco federais está nascendo disposta a pensar grande. Descartada a possibilidade de uma candidatura a governador – o campo já está ocupado por Raquel Lyra e João Campos – Eduardo da Fonte é claro: “estamos focando primeiramente na possibilidade de eleger 20 deputados estaduais e 10 federais, uma vaga no Senado é uma construção natural mas, pelo nosso tamanho, poderemos reivindicar duas vagas na majoritária”.
Nos arredores da Federação não é de hoje que se fala no interesse de Eduardo de conseguir as duas vagas para o Senado, aquietando o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho e ele próprio. No PP a ida do deputado federal para a disputa do Senado é dada como certa e até já se discute sobre quem o substituirá na chapa proporcional. Mas também se comenta sobre a vice, o que seria mais complicado, segundo um deputado de linha independente citando dois aspectos: o vice quem escolhe é o governador pois, vencendo, vai conviver com ele durante quatro anos e Miguel já deixou claro não se interessar por esse espaço.
O novo ator e a base de Raquel
Desde que a Federação foi criada, o presidente estadual do PP vem sendo procurado por muita gente para conversar e tentar descobrir qual o caminho da Federação, incluindo entre eles o senador Humberto Costa (PT) que é candidato à reeleição. Eduardo diz que o PP “é da base da governadora Raquel Lyra e estará com ela em 2026. Temos a obrigação de trabalhar para que ela fique cada vez mais competitiva”. Indagado, no entanto, sobre a aliança da família Coelho, majoritária no União Brasil, com o prefeito João Campos, ele afirma que “a definição virá em 2026 e acredito em consenso”. Isso não ocorrendo, ele explica que vai vencer “quem tiver mais força e voto na Federação”.
Não deixa, porém, de expressar um sorriso de satisfação quando ouve que o prefeito João Campos andou elogiando-o pela capacidade de formar quadros e eleger deputados. Afinal, o PP conseguiu recentemente a proeza de ultrapassar o PSB em número de prefeitos quando chegou aos 27 executivos municipais com a eleição do novo prefeito de Goiana, Marcílio Régio.
O PSB tem hoje 26 prefeitos. Transposto este quadro para a Federação União Progressista o número de prefeitos vai a 37. Na Assembléia a Federação tem 13 deputados – 8 do PP e 5 do União Brasil – o PSB elegeu 13 mas dois devem deixar a legenda na janela partidária. Na Câmara Federal a Federação conta 5 deputados, o mesmo número do PSB.
Bala na agulha
Esse espaço cada vez maior ocupado pelo PP, agora com reforço do União Brasil, representará muito nas definições sobre 2026, segundo a cientista política Priscila Lapa. Para ela, além de terceira via ,a Federação União Progressista pode ser peça fundamental nas composições que se farão em torno da governadora Raquel Lyra e do prefeito João Campos: “para onde ela pender pode desequilibrar o jogo e Eduardo da Fonte tem bala na agulha suficiente para reivindicar os espaços pretendidos”.
Priscila entende que o cuidado que Raquel e João vêm tomando para não precipitar a escolha dos seus companheiros de chapa tem todo sentido diante das mudanças provocadas por Federações e fusões entre partidos. Isso demonstra, na sua visão, que ambos não desejam se precipitar para mais na frente correrem risco de debandadas nos seus palanques. Há que se observar ainda , na sua visão “a forma como vem mudando o perfil dos candidatos ao Senado. Antes nós tínhamos figuras tradicionais da política que se impunham por si só. Agora são pessoas mais jovens, querendo ocupar seus espaços e precisando de âncoras, o que muda o quadro que se tinha até aqui.”
Para ela, tudo isso é novo “em um estado que viveu muitos anos girando em torno do PSB e PT e agora precisa conviver com novos atores “. Priscila chama a atenção também para o quadro nacional que vai influir muito nas disputas locais. Entende que João Campos pode, através da presidência nacional do PSB, conseguir se beneficiar localmente com alianças formadas em cima, como entende que Raquel, filiada a um grande partido como o PSD, de força nacional, pode vir a superar, nacionalmente, conflitos que possam não ser resolvidos a nível local”.
E o jogo está apenas começando.