Número de idosos ocupados bate recorde no Brasil em 2024, aponta IBGE
Cerca de 8,3 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais estavam trabalhando, e mais da metade atuava por conta própria ou como empregador
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Em 2024, aproximadamente 8,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais estavam trabalhando, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa um recorde desde o início da série histórica, em 2012.
Crescimento
Do total de 34,1 milhões de idosos, um em cada quatro (24,4%) estava ocupado no ano passado, um aumento constante desde 2020:
- 2020 - 19,8%
- 2021 - 19,9%
- 2022 - 21,3%
- 2023 - 23%
- 2024 - 24,4%
Impacto da reforma da previdência
A analista do IBGE Denise Guichard Freire aponta que, além do aumento da expectativa de vida, a reforma da previdência, promulgada em 2019, é um dos fatores para a maior permanência no mercado de trabalho.
"Certamente a reforma da previdência é um dos fatores que levam as pessoas a ter que trabalhar mais tempo, a contribuir mais tempo para conseguir se aposentar", afirmou.
Desemprego baixo entre idosos
O levantamento também mostra que a taxa de desocupação dessa população foi de 2,9% em 2024, a menor da série histórica do IBGE. Para efeito de comparação, o desemprego no total da população era de 6,6%.
Entre 60 e 69 anos, 34,2% estavam ocupados, sendo 48% dos homens e 26,2% das mulheres. No grupo de 70 anos ou mais, a ocupação caiu para 16,7%, com 15,7% dos homens e 5,8% das mulheres trabalhando.
Idosos preferem trabalho por conta própria
Mais da metade dos idosos ocupados (51,1%) atuava como conta própria (43,3%) ou empregador (7,8%). Na população total, essa proporção é de 29,5%. Já a forma de trabalho mais comum para a população é como empregado com carteira assinada (38,9%), mas entre os idosos apenas 17% tinham essa condição.
Os idosos tiveram rendimento médio de R$ 3.561 por mês em 2024, 14,6% acima da média da população com 14 anos ou mais (R$ 3.108). Em contrapartida, eles apresentam menor formalização: enquanto 59,4% da população ocupada tinha carteira assinada ou contribuía para a previdência, entre os idosos o índice era de 44,3%.
O IBGE considera informais os empregados sem carteira assinada, além de trabalhadores por conta própria e empregadores que não contribuem para a previdência social.