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Petrobras recebe licença do Ibama para exploração do poço Morpho na bacia da Foz do Amazonas

Com a pesquisa exploratória, a companhia busca obter mais informações geológicas e avaliar se há petróleo e gás na área em escala econômica

Por JC Publicado em 20/10/2025 às 17:43

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*Com Estadão Conteúdo

A Petrobras informou nesta segunda-feira (20) que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença de operação para perfuração do poço exploratório Morpho, no bloco FZA-M-059, na bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira. Segundo a estatal, a sonda ODN II já está na locação e a perfuração será feita imediatamente.

"Por meio desta pesquisa exploratória, a companhia busca obter mais informações geológicas e avaliar se há petróleo e gás na área em escala econômica. Não há produção de petróleo nessa fase", disse a Petrobras.

Na mesma nota, a presidente da companhia, Magda Chambriard, afirmou que a conclusão do processo "é uma conquista da sociedade brasileira e revela o compromisso das instituições nacionais com o diálogo e com a viabilização de projetos que possam representar o desenvolvimento do País".

A executiva destacou que foram quase cinco anos à espera da licença, nos quais a Petrobras teve como interlocutores governos e órgãos ambientais municipais, estaduais e federais. "Nesse processo, a companhia pôde comprovar a robustez de toda a estrutura de proteção ao meio ambiente que estará disponível durante a perfuração em águas profundas do Amapá", afirmou Magda.

"Vamos operar na Margem Equatorial com segurança, responsabilidade e qualidade técnica. Esperamos obter excelentes resultados nessa pesquisa e comprovar a existência de petróleo na porção brasileira dessa nova fronteira energética mundial", concluiu a presidente da Petrobras.

O processo de licenciamento desse poço levou quase cinco anos, com diversos embates dentro do próprio governo. O bloco exploratório 59 da bacia Foz do Amazonas, onde o poço será perfurado, foi leiloado pelo governo em 2013. O poço exploratório Morpho marca a primeira tentativa do Brasil de confirmar a existência de grandes reservas de petróleo na Foz do Amazonas, semelhantes às descobertas pela ExxonMobil na Guiana.

O governo e a indústria veem o sucesso desta nova fronteira como essencial para garantir a produção nacional, compensando o esperado declínio das reservas do Pré-sal a partir do início da próxima década.

NOVO PATAMAR

A Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (ABESPetro) definiu como um "passo histórico do Brasil na trajetória para manter a autossuficiência em petróleo" a permissão para a Petrobras perfurar um poço exploratório no bloco FZA-M-059, localizado na bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.

A ABESPetro ressalta ainda que há uma corrida contra o tempo, já que desde 2018 o Brasil não perfura poços em novas fronteiras exploratórias.

A licença para exploração de petróleo na Margem Equatorial vai permitir ao Brasil "avançar em sua segurança energética, além de abrir oportunidades para sua indústria e para a melhoria de seus indicadores socioeconômicos, sendo de particular relevância para as regiões Norte e Nordeste do País", diz a entidade que representa 55 empresas de bens e serviços aplicados na exploração e produção de óleo e gás.

Sobre a Petrobras, a entidade comenta que a estatal, há décadas, é a "locomotiva" do setor e indutora de grandes avanços para a economia brasileira. "A evolução energética permanece em sua desejável e inevitável trajetória, mas o petróleo vai permanecer como fonte da matriz energética global por muitas décadas. O petróleo é elemento fundamental para a superação dos desafios deste processo", pontua.

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

A Federação Única dos Petroleiros (Fup) estima que se a Petrobras confirmar a existência de petróleo após a perfuração do poço pioneiro no bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira, em cinco ou seis anos a estatal estará produzindo na região. Para a entidade sindical, os recursos dessa produção serão fundamentais para financiar a transição energética.

"Finalmente, depois de muito diálogo entre o Ibama e a Petrobras sai o licenciamento para poço pioneiro na Margem Equatorial, a fim de identificar se de fato há petróleo ou não na região. A Petrobras cumpriu o seu papel, fazendo análise pré-operacional, os testes simulados exigidos. A Fup comemora essa notícia, que é um avanço para o País ter soberania energética garantida", disse em nota o coordenador-geral da Fup, Deyvid Bacelar.

Segundo Bacelar, a riqueza gerada pela região precisa ajudar na proteção da floresta amazônica, da mata atlântica, da caatinga, projetos de fato socioambientais, que sejam feitos em parceria e diálogo com as comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, dos povos originários e com os trabalhadores.

 

 
 

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