Bairro vizinho ao desastre da Braskem é alvo de vistoria após alerta de novos riscos
Inspeção no bairro Bom Parto busca reforçar pedido por realocação urgente e ampliação do mapa de risco após agravamento de danos no solo

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Uma inspeção foi realizada no bairro Bom Parto, em Maceió, vizinho à área diretamente afetada pelo desastre da Braskem. A medida busca acelerar a realocação dos moradores dos bairros afetados pelo afundamento do solo em Maceió e cobrar a ampliação do mapa de risco.
A ação foi feita na tarde da última terça-feira (22), pelo juiz federal André Granja e membros do Ministério Público Federal (MPF), da Defensoria Pública da União (DPU), do Ministério Público de Alagoas (MP-AL) e da Prefeitura de Maceió.
Manifestação à Justiça aponta agravamento da situação
Em junho, uma nova manifestação foi apresentada à Justiça Federal pelo MPF, o MPAL e a DPU, destacando o agravamento das rachaduras e da velocidade de subsidência na área AT-06B, no bairro Bom Parto, principalmente durante o período chuvoso na região.
A petição aponta impactos diretos na saúde mental e física dos moradores locais, e defende que seja reanalisado, em caráter de urgência, o pedido de tutela de evidência, para garantir medidas imediatas de realocação e reparação, segundo a assessoria do MP.
Ainda de acordo com o MP, a procuradora da República, Roberta Bomfim, disse esperar que "essa visita tenha trazido os elementos de convicção necessários ao juiz para que uma decisão favorável à essa população tão vulnerável seja proferida".
Braskem se posiciona e cita monitoramento das áreas
Em pronunciamento ao portal G1 Alagoas, a Braskem informou que atua conforme o mapa definido pela Defesa Civil de Maceió, e respeita as recomendações técnicas dadas por especialistas nacionais e internacionais.
O informe da empresa afirma ainda que "as áreas do entorno do mapa são periodicamente vistoriadas por um Comitê de Acompanhamento Técnico, do qual fazem parte a Defesa Civil Nacional e a Defesa Civil Municipal, sendo que o mapeamento e análise dos dados consideram o monitoramento realizado na área e respeitam as diretrizes técnicas aplicáveis".
Até o momento, R$ 17,6 bilhões foram provisionados para as medidas previstas nos acordos assinados com as autoridades, e mais de R$ 12,7 bilhões já foram desembolsados pela companhia, prossegue a nota da Braskem.