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Três pessoas morreram abraçadas em balão que pegou fogo e caiu em SC

Informação foi confirmada pelo delegado-chefe da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel; Queda de balão deixou oito mortos

Por Estadão Conteúdo Publicado em 21/06/2025 às 18:00

Entre as 21 pessoas confirmadas em um balão que caiu neste sábado (21), na cidade de Praia Grande, no sul do Estado de Santa Catarina, três delas não conseguiram pular do balão e morreram abraçadas, revelou o delegado-chefe da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, em entrevista à Rádio CBN.

Quando o balão começou a pegar fogo e chegou mais próximo ao chão, o piloto orientou aos passageiros que pulassem. Todos os 13 sobreviventes pularam, mas nem todos os que pularam sobreviveram.

Entre os oito mortos, estavam os três passageiros que foram encontrados carbonizados e abraçados dentro do balão.

“Três pessoas não pularam (do balão) e acabaram morrendo abraçadas, é uma cena muito triste”, disse o delegado.

As vítimas sobreviventes foram encaminhadas ao hospital.

Gabriel disse, ainda, que havia muito vento pela manhã na cidade o que pode ter colaborado para a instabilidade do balão e o incêndio. A causa do incêndio ainda não foi confirmada.

“A gente vai verificar se foi responsabilidade da empresa ou não foi, se aconteceu alguma falha técnica no balão”, completou Gabriel.

O delegado disse, porém, que os voos de balão são seguros, desde que haja condições adequadas, e que não há histórico de acidentes como este na região. Ainda não é possível dizer se as condições eram inadequadas para o voo na manha deste sábado.

A empresa responsável era a Sobrevoar, que disse cumprir as regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para voar e afirmou não ter registro de outros acidentes. A companhia informou ainda que suspendeu suas operações por tempo indeterminado.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) diz verificar a situação da aeronave e da tripulação.

Mãe e filha estão entre as vítimas

Entre as oito vítimas da queda do balão em Praia Grande estão Leane Elizabeth Herrmann e sua filha Leíse Herrmann Parizotto. Leciane Herrmann Parizotto, também filha de Leane, sobreviveu ao acidente.

Natural de Ipira, Leane tinha 70 anos. Era formada em Administração e em Pedagogia e morava em Joaçaba. Leíse era médica e servidora pública na prefeitura de Blumenau. A prefeitura da cidade publicou uma nota lamentando a morte de Leíse.

Também morreu no acidente o diretor técnico da Federação Catarinense de Patinação Artística, Leandro Luzzi.

“Leandro foi um profissional dedicado, apaixonado pela que fazia e um verdadeiro exemplo para atletas, colegas e toda a comunidade da patinação. Sua ausência deixará uma lacuna irreparável em nossos corações e em nossa modalidade”, diz nota divulgada pela federação.

Ainda está entre as vítimas o casal Everaldo da Rocha e Janaina Moreira Soares, moradores de Joinville. A paróquia São João Batista também publicou uma nota de pesar em que afirma que eles eram membros da comunidade.

O médico oftalmologista Andre Gabriel de Melo, que vivia em Fraibugo (SC) também morreu na queda do balão.

Sobreviventes se jogaram do balão em chamas, diz Polícia

Os sobreviventes se jogaram do equipamento, que estava pegando fogo, com a intenção de se salvar. Conforme os bombeiros, o balão se incendiou enquanto voava e caiu em uma área próxima a um posto de saúde (Cachoeira). O piloto viu o início do fogo, conseguiu descer e pulou junto de 12 passageiros.

Depois disso, o equipamento subiu de novo. Os passageiros que ficaram no balão morreram carbonizados.

A origem do incêndio que causou a queda de um balão em Praia Grande, no sul do Estado de Santa Catarina, neste sábado, 21, se deu no maçarico que fica dentro do cesto, segundo informações do piloto repassadas à Polícia Civil.

O piloto contou que não sabe se o maçarico estava ligado ou se as chamas começaram de forma espontânea. Ele pediu para que passageiros pulassem para se salvar do incêndio. 

“Tem um equipamento que serve para iniciar a chama no balão, caso apague a chama principal, e o maçarico que estava dentro do cesto acabou (pegando fogo). O piloto não soube precisar se ficou aceso, se teve uma chama espontânea”, explica o delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, Tiago Lemos.

O balão se incendiou enquanto voava e caiu em uma área próxima a um posto de saúde.

Após o cesto pegar fogo, o piloto pediu para que os passageiros pulassem do balão quando ele estava próximo ao chão.

“Segundo relatos do piloto, que é um dos sobreviventes, acabou iniciando uma chama no interior do cesto então ele começou a baixar o balão”, afirmou o policial.

“Quando o balão estava bem próximo ao solo, ele ordenou que as pessoas pulassem do cesto. Então, elas começaram a pular. Algumas não conseguiram pular, o fogo começou a aumentar, e pela (diminuição do) peso o balão acabou subindo com as pessoas que não pularam e elas acabaram caindo depois nos fundos da Cachoeira de Bom Jesus, na Praia Grande”, diz Lemos.

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