Balão cai em Praia Grande (SC): entenda como funcionam os passeios na 'Capadócia brasileira'
As equipes que atuam no local seguem em busca pelos treze sobreviventes. Não foram divulgadas informações sobre o estado de saúde desse grupo

Um acidente de balão deixou oito mortos em Praia Grande, município no sul de Santa Catarina, na manhã deste sábado, 21. Havia 21 pessoas a bordo, incluindo o piloto, e os sobreviventes tiveram de saltar do equipamento em chamas. Ainda não se sabe a possível causa do acidente.
A região é famosa pela prática de balonismo e é considerada a "Capadócia brasileira", em alusão à região da Turquia onde a prática de balões atrai turistas de todo o mundo. O passeio no local chama a atenção pela vista proporcionada para os cânions Itaimbezinho e Fortaleza.
A cidade de cerca de 8 mil habitantes também é conhecida como Capital dos Cânions, por ter 11 dessas formações geológicas em seu território, segundo o portal de turismo da região. Praia Grande fica na divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a cerca de 270 quilômetros de Florianópolis.
Segundo uma empresa que oferece pacotes de lazer na região, os passeios, na maioria das vezes, começam por volta das 5h30 da manhã e duram cerca de 45 minutos a 1 hora. Os pacotes oferecidos giram em torno de R$ 500 e ultrapassam R$ 3 mil.
O Estadão não conseguiu o pacote com a Sobrevoar, empresa responsável pelo balão que pegou fogo neste sábado.
Conforme informações de um veículo local, o Economia SC, o turismo na região começou a se fortalecer na década de 1990 com a criação de parques nacionais, mas ganhou ainda mais notoriedade durante a pandemia.
Entenda o caso
As equipes que atuam no local seguem em busca pelos treze sobreviventes. A Polícia de Santa Catarina divulgou a lista com nomes do piloto e dos 12 passageiros que sobreviveram. Os oito mortos ainda estão sendo identificados, segundo as autoridades.
O balão pertencia à empresa Sobrevoar, que diz cumprir todas as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), destacando que não tinha registros de acidentes anteriores.
Os sobreviventes se jogaram do equipamento, que estava pegando fogo, com a intenção de se salvar. Conforme os bombeiros, o balão se incendiou enquanto voava e caiu em uma área próxima a um posto de saúde (Cachoeira). O piloto viu o início do fogo, conseguiu descer e pulou junto de 12 passageiros.
Depois disso, o equipamento subiu de novo. Os passageiros que ficaram no balão morreram carbonizados.
Veja quem são os sobreviventes:
Elvis de Bem Crescêncio (piloto)
Leciane Herrmann Parizotto
Thayse Elaine Broedbeck Batista
Marcel Cunha Batista
Claudia Abreu
Rodrigo de Abreu
Victor Hugo Mondini Correa
Laís Campos Paes
Tassiane Francine Alvarenga
Sabrina Patrício de Souza
Fernando da Silva Veronezi
Leonardo Soares Rocha
Luana da Rocha
NOVAS AÇÕES FISCALIZATÓRIAS
Após o acidente de balão o Ministério do Turismo disse esperar avanços significativos em torno da regulamentação do balonismo para fins turísticos “já na próxima semana em decorrência de uma reunião com as entidades envolvidas” no debate.
A Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac) disse mais cedo, em comunicado, que voos de balão são atividade de alto risco e se dão ‘por conta e risco’ dos envolvidos. Os voos voltados a práticas desportivas são autorizados, mas as aeronaves não são fiscalizadas e não há habilitação técnica para os pilotos.
Segundo o Ministério do Turismo, “o objetivo é que o País já possua uma regulamentação específica e clara para a operação de voos de balão em atividades turísticas, visando garantir a segurança dos praticantes e impulsionar o desenvolvimento desse segmento no Brasil”.
Ainda segundo a nota, o ministério diz atuar “em parceria com o Sebrae e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para regulamentação do balonismo para fins turísticos no Brasil”.
No início do mês, a Secretária de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo (MTur), Cristiane Leal Sampaio, havia criticado a lacuna na lei, que não é explícita sobre o uso de balões para o turismo.