OPINIÃO | Notícia

Hélio de la Peña critica condenação de Léo Lins e questiona prioridades da Justiça brasileira

Em gravação, humorista manifestou preocupação com a gravidade da punição e questionou os critérios utilizados pela Justiça brasileira

Por Thiago Seabra Publicado em 04/06/2025 às 16:43

O ator e humorista Hélio de la Peña, conhecido nacionalmente pelo grupo Casseta & Planeta, publicou um vídeo nas redes sociais em que critica a recente condenação do comediante Léo Lins a mais de oito anos de prisão por incitação ao preconceito e à discriminação em um show de stand-up.

Na gravação, de la Peña manifesta preocupação com a gravidade da punição e questiona os critérios utilizados pela Justiça brasileira.

Segundo ele, o julgamento de um humorista por falas no palco tem ganhado mais peso que ações concretas de políticos que impactam a vida da população.

“Sei que muita gente vai se manifestar desapontada pelo fato de eu, um homem preto, não estar comemorando a condenação de um humorista que é conhecido por piadas ácidas e muitas vezes consideradas de mau gosto”, disse.

“Porém, acho preocupante como nossa sociedade vem invertendo os critérios de julgamento para ações concretas. As pessoas estão levando mais a sério o que o humorista diz no palco do que os políticos têm feito, prejudicando o povo, muitas vezes legislando em causa própria", concluiu.

Entenda a condenação de Léo Lins

Léo Lins foi condenado a 8 anos, 3 meses e 9 dias de prisão em regime inicial fechado.

A sentença, proferida pela juíza federal Barbara de Lima Iseppi, da 3ª Vara Criminal de São Paulo, também impõe multa de 1.170 salários mínimos — cerca de R$ 1,4 milhão — além do pagamento de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos.

A condenação se baseia em um vídeo do show “Perturbador”, publicado no YouTube em 2022, que acumulou mais de 3 milhões de visualizações antes de ser retirado do ar em 2023 por ordem judicial.

No conteúdo, Léo Lins faz piadas consideradas ofensivas a diversos grupos vulneráveis. Cabe recurso.

Hélio cita Millôr Fernandes

Ao falar sobre a seriedade com que as piadas são levadas em comparação com outras ações sociais e políticas, Hélio citou Millôr Fernandes ao dizer que "nenhum humorista atira para matar".

"Para mim, é surreal uma piada interpretada como racista ter mais peso do que, por exemplo, uma chibatada em um motoboy negro — como a que Sandra Matias Corrêa de Sá deu com a guia do seu cachorro. Chibatada fere muito mais. Será que o motivo são as piadas ou o viés político do humorista que as apresenta?", questionou.

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