Palmeiras conquista virada histórica, goleia LDU e buscará tetracampeonato da Libertadores
O Alviverde decidirá o título da competição diante do Flamengo, no dia 29 de novembro, em Lima, no Peru. Será o 7º título brasileiro seguido
 
            O técnico português Abel Ferreira havia prometido que a noite no Allianz Parque seria mágica, e o Palmeiras fez jus à expectativa. O time, já habituado a reverter placares adversos, conquistou mais uma virada memorável, indiscutivelmente uma das maiores de sua história. Após a derrota de 3 a 0 sofrida para a LDU no Equador, o Alviverde aplicou um 4 a 0 nos equatorianos, nesta quinta-feira (30), garantindo sua sétima participação na final da Copa Libertadores.
Com um destino escrito a seu favor, algo que não se manifestava neste ano até então, Raphael Veiga saiu do banco para se tornar o herói da classificação. Ele marcou os dois últimos gols em uma atuação perfeita, iniciada pelos tentos de Sosa e Bruno Fuchs.
O meio-campista Allan, jovem promessa da base, teve um papel crucial, atuando como ala e superando o desempenho de todos em campo. Ele acertou todas as jogadas e foi derrubado na área, originando o pênalti convertido por Veiga que selou a goleada.
Na final, o Palmeiras reeditará, quatro anos depois, o confronto decisivo contra o Flamengo. Na ocasião anterior, em Montevidéu, o Alviverde superou o rival carioca para conquistar seu terceiro e mais recente título da Libertadores.
Agora, buscará o tetracampeonato em 29 de novembro, em Lima. A Conmebol manteve o local da decisão na capital peruana, apesar da profunda crise política e social que o país andino enfrenta.
O nervosismo não afetou o Palmeiras, que, embora não tenha sido perfeito no primeiro tempo, executou sua estratégia com grande competência. O time pressionou a LDU, empurrando-a para a defesa, atacando pelas laterais, pelo meio, com jogadas rasteiras e, sobretudo, pelo alto.
As novidades na escalação de Abel — Allan, atuando como ponta pela direita, e Sosa — provaram que o técnico português acertou nas escolhas. Allan, em especial, teve uma atuação impecável, superando todos os seus marcadores pela direita e dando o passe para o gol que reacendeu a esperança alviverde, marcado pelo atacante paraguaio.
Aos 19 minutos, Sosa desviou de cabeça e abriu o placar. O gol inflamou a torcida e motivou os anfitriões a manterem a pressão, mesmo com alguns erros de finalização, como um chute de Vitor Roque bloqueado pelo zagueiro em uma chance clara. Contudo, a insistência foi recompensada. Bruno Fuchs, nos acréscimos, apareceu na hora certa para chutar no canto do goleiro Domínguez e fazer o segundo.
O ritmo do jogo foi lento, em parte devido à intervenção do árbitro colombiano Wilmar Roldán, conhecido por "picotar" as partidas e por sua demora nas marcações. Essa postura, naturalmente, favoreceu a LDU, que aproveitou a lentidão para fazer cera com o tempo a seu favor.
Faltava apenas um gol para igualar o placar agregado. O Palmeiras retornou para o segundo tempo buscando esse gol com a mesma intensidade da etapa inicial. A pressão continuou, apesar de algumas definições equivocadas, talvez causadas pela impaciência. Ainda assim, o time foi nitidamente superior. A LDU não conseguiu encaixar nenhum contra-ataque e precisou da experiência de Domínguez para evitar mais gols, com o goleiro fazendo duas defesas cruciais: em uma cabeçada de Flaco López e em uma cobrança de falta de Raphael Veiga.
O destino quis que o terceiro gol fosse de Veiga. Alvo de críticas após a atuação ruim no Equador, o meio-campista, ídolo de parte da torcida, voltou a ser decisivo. Ele estava bem posicionado na área quando Vitor Roque o encontrou entre os defensores, e o meia finalizou com facilidade de pé esquerdo, tirando de Domínguez.
Inspirado, Veiga também converteu o quarto gol em uma penalidade máxima. Ele cobrou com segurança no centro do gol o pênalti sofrido por Allan, o melhor em campo. O jovem atuou como meia, atacante e ala, incansável em sua busca por espaços, driblando três adversários até ser derrubado por Gruezo na área. Uma noite verdadeiramente mágica no Allianz Parque.
 
                         
                                                                                    
                                            