5 livros que dominaram o Top 1 da Amazon por mais de 150 dias — e ainda podem surpreender você
Firmes no topo das listas de mais vendidos há mais de 150 dias, esses livros demonstram que dialogam com leitores dos mais variados perfis

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É provável que você já tenha cruzado com esses títulos em destaque na Amazon tantas vezes que eles até parecem parte fixa do site, quase como um banner permanente.
Firmes no topo das listas de mais vendidos há mais de 150 dias, esses livros demonstram que dialogam com leitores dos mais variados perfis — desde quem devora romances numa sentada até quem só abre um livro quando o celular morre.
São obras que, de algum modo, capturam o espírito do tempo, seja com histórias envolventes, personagens que ficam na cabeça ou reflexões que cutucam nossos hábitos e certezas.
Sendo assim, a Revista Bula selecionou cinco títulos que se tornaram fenômenos e seguem colecionando leitores mundo afora. Confira abaixo as opções sugeridas por Natália Wendolf em sua publicação.
A Metade Perdida (2020), Brit Bennett
Em um romance elegante e comovente, Brit Bennett explora as trajetórias de duas irmãs gêmeas, nascidas em uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos obcecada por tons de pele.
Aos 16 anos, as irmãs Vignes fogem dali e, décadas depois, vivem vidas opostas: uma retorna à cidade natal com uma filha de pele escura, desafiando expectativas racistas, enquanto a outra constrói uma identidade secreta, passando-se por branca.
Ambientado entre os anos 1950 e 1990, o livro trata de colorismo, identidade e as marcas que o passado deixa, mesmo quando tentamos escapar dele. Uma história delicada sobre pertencimento e segredos que atravessam gerações.
Hamnet (2020), Maggie O’Farrell
Neste retrato ficcional inspirado na vida familiar de William Shakespeare, Maggie O’Farrell lança luz sobre Agnes, esposa do dramaturgo, uma mulher intuitiva e profundamente conectada à natureza.
Enquanto o marido se dedica ao teatro em Londres, Agnes vive em Stratford-upon-Avon, criando os filhos, até que a peste bubônica atinge o lar e leva o pequeno Hamnet.
A dor desse luto silencioso ressoa na obra de Shakespeare, sugerindo como experiências íntimas moldam a arte. Um romance sensível, que examina o amor, a perda e o silêncio da História em torno das mulheres.
Primeira pessoa do singular (2020), Haruki Murakami
Nesta coletânea de oito contos inéditos, Murakami flerta com as próprias memórias (ou fantasias delas), conduzindo o leitor por histórias narradas sempre em primeira pessoa.
O resultado é um mosaico de lembranças estranhas, diálogos filosóficos e situações absurdas, pontuados por paixões, jazz, beisebol e até um macaco falante.
Minimalista e lírico, o livro traz à tona a solidão e o espanto diante da vida, num universo em que realidade e devaneio caminham lado a lado — marca registrada do autor japonês.
Paraíso (1994), Abdulrazak Gurnah
No início do século 20, Yusuf, um menino de doze anos, é entregue pelo pai a um rico comerciante como forma de saldar dívidas.
A partir daí, embarca em uma caravana que atravessa a África Oriental, conhecendo um mundo de belezas exuberantes e ameaças constantes.
Ao mesmo tempo em que lida com doenças e disputas, Yusuf testemunha o avanço lento do colonialismo europeu sobre a região.
Com ecos do Corão e das tradições orais africanas, Abdulrazak Gurnah cria uma narrativa densa e compassiva, que ilumina o impacto do imperialismo sobre vidas singulares.
Finalista do Booker Prize, o livro consolidou a reputação do autor, laureado com o Nobel de Literatura.