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Longa-metragem joseense "O Chá" marca estreia de Lee Taylor na direção

Projeto "O Chá", primeiro longa do Núcleo de Mulheres Escritoras Artemísia, possui sua narrativa ambientada na São José dos Campos dos anos 1940

Por Alice Lins Publicado em 07/07/2025 às 23:51 | Atualizado em 07/07/2025 às 23:53

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Reconhecido por seu trabalho em produções como “Velho Chico”, “Onde Nascem os Fortes”, “A Dona do Pedaço” (Globo) e “Irmandade” (Netflix), o ator e diretor Lee Taylor dá um novo passo em sua trajetória artística: a direção de seu primeiro longa-metragem.

O desafio se concretiza em “O Chá”, filme idealizado pelo Núcleo Artemísia, coletivo criativo formado por três roteiristas de São José dos Campos (SP), e financiado com recursos públicos da Lei Paulo Gustavo (municipal) e do ProAC ICMS.

Ambientado na São José dos Campos da década de 1940, “O Chá” narra a história de Alice, arquiteta cujos projetos moldaram os planos de industrialização da cidade, oficialmente assinados por seu marido.

Ao revisitar a antiga fazenda da família, ela reencontra Wilda, a mulher que a criou, e mergulha em memórias que desafiam o presente.

A trama é protagonizada por Marcella Arnulf, atriz e uma das roteiristas do projeto, e conta com Larissa Nunes (“Vidas Bandidas”, Disney, e “Arcanjo Renegado”, Globo), Maurício Destri ("Rensga Hits!" e “I Love Paraisópolis", ambos Globo) e Marat Descartes (“Beleza Fatal”, Max, e “Maysa: Quando Fala o Coração”, Globo) no elenco.

Para Lee, a decisão de assumir a direção foi motivada por dois fatores principais. “Aceitei, primeiramente, pelo desafio de dirigir um longa mas, principalmente, pela relevância dos temas do roteiro, como memória, identidade e poder”, afirma. Ele destaca a complexidade psicológica da protagonista e a riqueza simbólica do universo criado pelas roteiristas como elementos centrais de sua escolha.

Com forte protagonismo feminino, tanto na criação quanto nas atuações, “O Chá” reforça o compromisso de Taylor com narrativas conduzidas por mulheres.

“Tenho uma inclinação natural e muito interesse, algumas vezes até preferência, no diálogo com artistas mulheres. A maioria dos espetáculos teatrais que dirigi foram protagonizados por atrizes”, pontua.

Além de ser o primeiro longa de ficção contemplado por edital público municipal em São José dos Campos, “O Chá” se insere em um momento especial do cinema nacional.

“Nesse filme, o interior não é apenas cenário. A história, a paisagem e o contexto regional são elementos essenciais para contar algo que é, ao mesmo tempo, complexo e universal”, destaca Lee. “Assim, contribuímos para descentralizar as narrativas e enriquecer ainda mais o audiovisual brasileiro.”

O filme está em fase de pré-produção e pode ser apoiado tanto por meio da renúncia fiscal do ICMS quanto por financiamento coletivo no Catarse.

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