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Zélito Passavante estreia a exposição "Colapsos & Reverberações Assimétricas" no Recife Antigo

A abertura acontece nesta sexta-feira, 29 de agosto, a partir das 18h, no Hub de Arte Há Nexos do Coletivo Raiz, localizado na Rua da Moeda

Por Alice Lins Publicado em 26/08/2025 às 23:27

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“Colapsos & Reverberações Assimétricas” propõe uma travessia sensível entre fragmentos de identidade, testemunhos da destruição e pulsos de reinvenção.

A mostra é composta por obras, entre bustos pintados, grandes telas figurativas e abstratas, além de um alto-relevo de grande escala, que constroem um campo de tensão entre figuração e abstração, silêncio e ruído, memória e território. Uma experiência gradual e não linear.

O visitante é convidado a caminhar entre dois ambientes, ligadas por uma única passagem: um gesto simbólico que marca a transição entre espaços, tempos e afetos.

Cada parede funciona como uma camada de sentido, da identidade individual às marcas deixadas pelas tragédias coletivas, como as queimadas nas matas e os desastres de Brumadinho e Mariana. Esse percurso, porém, rejeita a lógica da simetria.

Divulgação
Zélito Passavante estreia a exposição "Colapsos &Reverberações Assimétricas" no Recife Antigo - Divulgação

A exposição adota a assimetria plástica como um motor vital do processo criativo. Assim como o universo é movido pela imperfeição e pelo desequilíbrio, as obras apresentadas revelam rupturas, deslocamentos e tensões formais que não se encerram em uma ordem previsível. A beleza, portanto, emerge do inacabado.

O corpo do visitante é atravessado por instabilidades visuais e narrativas que ecoam os colapsos materiais e emocionais de nosso tempo. Nesse terreno poroso e instável, o estético se torna ético: um espaço onde o sensível reverbera as ausências, os gritos abafados, as memórias exiladas e os fluxos migratórios forçados, inclusive os dos corpos-refugiados retratados nas cabeças pintadas.

Nesta travessia estética, mais do que uma mostra de obras, “Colapsos & Reverberações Assimétricas” é um convite onde o visitante é chamado a perceber que a beleza também habita o inacabado, o imperfeito, o deslocado. E que é nesse terreno instável, entre memória e criação, que emergem novas formas de existir, mais sensíveis e mais humanas.

A abertura contará também com um stand-up inédito sobre arte, apresentado pelo artista Leandro Navarrete.

Serviço

  • De 29 de agosto até 14 de setembro.
  • Hub de arte Há Nexos do @coletivoraizpe
  • Rua da Moeda, 71 Recife Antigo.
  • Entrada Gratuita

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