Política: Cientista político critica abrandamento da Ficha Limpa e cobra vigilância da sociedade
Hely Ferreira alerta que as mudanças fragilizam a moralidade eleitoral e critica a radicalização que desvia o foco da crise do metanol

Durante participação na coluna 'Política' do programa' Balanço de Notícias', da Rádio Jornal, o cientista político Hely Ferreira analisou a recente sanção, com vetos, do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional que altera a Lei da Ficha Limpa. A mudança reduz o tempo de punição para políticos cassados e encurta o período de inelegibilidade para condenados por crimes eleitorais e abuso de autoridade.
Confira a coluna na íntegra:
Hely Ferreira levantou preocupações sobre como essa redução generalizada dos prazos favorece políticos cassados, fragilizando a moralidade eleitoral e abrindo caminho para o retorno de condenados às disputas.
O cientista político também apontou uma contradição no debate punitivo brasileiro: “Existe um discurso promovido por determinados grupos de que o Brasil tem penas muito leves, que precisam ser endurecidas. Agora, quando o crime é na esfera política, por qual motivo tem que ser atenuado? Não, diz o velho ditado: o que dá em Chico também dá em Francisco.”
Segundo ele, as mudanças mais “grotescas” foram feitas pelo Senado. Diante do risco de a Ficha Limpa “começar a correr riscos”, reforçou a necessidade de mobilização popular: “Se ela teve habilidade, a força de ir pra rua, por que não ir de novo?”
O professor lembrou ainda que, para os gregos, berço da democracia, sequer se discutia moralidade na política, pois era considerado impossível participar da vida pública “sem uma conduta ilibada”.
Radicalização política e a crise do metanol
Outro ponto levantado na coluna foi a crise de saúde pública causada pela adulteração de bebidas alcoólicas com metanol. Hely Ferreira criticou a interferência da polarização política em um tema que deveria priorizar a vida.
Ele destacou a disputa entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o presidente Lula, na “ideia de quem vai ser o dono da crise”, já com a eleição de 2026 no horizonte.
Para o professor, essa briga evidencia ausência de espírito público. “O que é lamentável é que até lá as pessoas vão morrendo enquanto os políticos vão brigando.”
Ferreira afirmou que a radicalização — com frases como “esse assunto é meu” ou “aqui tem PCC, aqui não tem” — só agrava o cenário. Para ele, o embate foge à racionalidade e revela falta de compromisso com a vida das pessoas: “Como é que eu tiro proveito de uma situação nefasta com a vida das pessoas?”.
*Texto escrito com auxílio de inteligência artificial, com base em conteúdo original da Rádio Jornal, e sob supervisão e análise de jornalistas profissionais.