Política | Notícia

José Dirceu aponta João Campos como um dos nomes para suceder Lula em 2030

Homem forte do PT projetou o atual prefeito do Recife como um eventual sucessor de Lula para a presidência da República, a partir das eleições de 2030

Por Pedro Beija Publicado em 18/12/2025 às 17:27

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*Com informações do Estadão

De volta aos holofotes políticos de forma definitiva, o ex-ministro José Dirceu - hoje, um dos articuladores do Partido dos Trabalhadores (PT) - já começou a projetar o "pós-Lula" para as eleições presidenciais de 2030, colocando o prefeito do Recife, João Campos (PSB), entre os nomes que podem vir a suceder o atual presidente da República.

Em entrevista ao Estadão, divulgada no último dia 30, Dirceu analisou o cenário político atual e projetou o futuro do PT, que passa por encontrar um sucessor para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e garantir uma reconstrução do partido.

"A construção do pós-Lula passa pela reconstrução do PT. De 2013 a 2019 nós não podíamos sair às ruas com os símbolos do PT", afirmou.

De acordo com Dirceu, "não tem vazio político" para encontrar um nome para o pós-Lula, apontando, também, que o problema com sucessores e líderes está na direita, que teria apenas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como um presidenciável à altura de uma disputa com Lula.

"Quem não tem nomes é a direita. Depois do Bolsonaro, a direita só tem hoje o Tarcísio", disse.

"No nosso caso, estamos falando de 2030. Fernando Haddad (ministro da Fazenda) é um nome; o Rafael Fonteles, governador do Piauí, está se projetando nacionalmente, o João Campos (prefeito do Recife) amanhã pode ser um candidato. Não tem vazio político", complementou.

Para 2026, Dirceu projeta a continuação do programa do governo Lula, mas ressaltou que a base do governo, atualmente, está na centro-direita, dando sinais de que a gestão petista não caminhará, necessariamente, à esquerda. 

"Depende do eleitorado. A base do governo (hoje) é de centro-direita. A pior coisa em política é esconder a realidade porque depois acontece o que aconteceu e aí os eleitores do PT não entendem o que está acontecendo", afirmou.

"Mas eles não podem se iludir e achar que o Lula pode fazer coisas que não pode. Outra coisa é que nós podemos mobilizar a sociedade, mudar a correlação de forças e ganhar um peso maior no Congresso. Foi um pouco o que aconteceu no Imposto de Renda (isenção para quem ganha até R$ 5 mil)", concluiu.

Apesar dos anos longe da vida pública, Dirceu nunca deixou de ser conselheiro político do partido, uma espécie de "homem forte" do PT. 

Nos últimos 20 anos, o nome de Dirceu esteve ligado aos principais escândalos que rondaram os governos do PT, tendo sido cassado pela Câmara em 2005, por envolvimento no escândalo do Mensalão, que resultou na sua inelegibilidade. Em 2013, foi preso sob acusação de compra de votos no Congresso e voltou à prisão outras três vezes, em processos da Operação Lava-Jato.

Em 2024, no entanto, Dirceu teve as últimas condenações anuladas. Aos 79 anos e com os direitos políticos restabelecidos, Dirceu se prepara para disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados.

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