PDT mira filiação de Marília Arraes e amplia articulações para o Senado em 2026
Fala de Wolney Queiroz sobre Marília e novos apoios intensificam a reconfiguração das alianças pela disputa ao Senado em Pernambuco
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O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), afirmou que o PDT está em fase avançada de reestruturação para 2026 e negocia com “nomes de muito peso” para ampliar a sua presença no Estado.
Em entrevista à Rádio Cidade, de Caruaru, ele disse que Marília Arraes (Solidariedade) é hoje uma das principais apostas do partido, destacando que a ex-deputada tem manifestado interesse em disputar o Senado e que sua eventual filiação poderia reposicionar o PDT no cenário pernambucano.
Wolney afirmou que as articulações ainda exigem cautela. “Não posso dar 'spoiler' porque senão atrapalha as negociações, mas tem dois nomes de muito peso”, disse o ministro. Ele mencionou que um desses nomes é Marília, que visitou recentemente Caruaru e tem mantido diálogo com dirigentes da sigla.
O ministro acrescentou que Marília tem deixado claro seu projeto majoritário, ao afirmar que “quer ser candidata a senadora”. Para ele, a entrada da ex-deputada no PDT teria potencial para fortalecer a legenda.
“A estrutura de votos que ela tem no Estado pode ser colocada também para que a gente possa fazer uma construção”, afirmou.
Post de Marília reforça aproximação com João Campos e mira unidade do campo lulista
A articulação em torno da ex-deputada ganhou novo impulso após a publicação de um vídeo no Instagram, no qual ela aparece falando sobre “entrosamento” e “time de Lula”.
A imagem do prefeito João Campos (PSB) surge no momento em que ela menciona a necessidade de “equipe completa”, reforçando a leitura de que Marília trabalha para integrar uma chapa competitiva ao lado do PSB em 2026.
Os dois foram adversários diretos na disputa pela Prefeitura do Recife em 2020, mas têm demonstrado aproximação recente.
Para Marília, a entrada numa chapa puxada por João é estratégica para viabilizar sua candidatura ao Senado, já que a formação majoritária será decisiva na disputa pelas duas vagas disponíveis.
A mensagem do vídeo, ao citar Lula, “o Brasil voltou a jogar bonito”, também pressiona o PT, que ainda não decidiu se vai apoiar João Campos ou buscar composição com a governadora Raquel Lyra (PSD).
Dentro do partido, a prioridade declarada é reeleger o senador Humberto Costa (PT), que tende a compor a chapa do PSB se a aliança nacional for mantida.
Silvio Costa Filho e Miguel Coelho entram no tabuleiro de João Campos
Embora Marília tenha se aproximado de João, ela não é o único nome cotado para compor o bloco que se forma ao redor do PSB. O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), é hoje um dos aliados mais presentes do prefeito e aparece como figura importante nas articulações.
Outro nome ventilado é o de Miguel Coelho (União Brasil), que participou de eventos recentes com João e mantém diálogo frequente com setores do PSB. A eventual entrada de Miguel na chapa daria amplitude política à composição, especialmente no Sertão, onde o grupo dos Coelho mantém influência.
Do lado petista, Humberto Costa também está no radar de João. Caso o PT confirme apoio ao PSB, Humberto tende a ocupar uma das vagas ao Senado na chapa liderada pelo prefeito – o que reduziria o espaço para Marília, que busca justamente garantir esse lugar.
Disputa pelas duas vagas ao Senado acirra movimentos de 2026
A eleição de 2026 terá duas vagas ao Senado em disputa – e isso aumenta a intensidade das movimentações. No campo aliado ao governo federal, nomes como Humberto Costa, Marília Arraes e figuras próximas de João Campos competem entre si por espaço.
No campo da governadora Raquel Lyra, o xadrez também está aberto. A gestora pode atrair o atual senador Fernando Dueire (MDB) para sua chapa, embora ainda haja poucos gestos públicos concretos nesse sentido.
Outra possibilidade é a entrada de Anderson Ferreira (PL), presidente estadual do partido que polariza historicamente com o PT.
Se Raquel optar por Anderson, as chances de composição com os petistas praticamente se encerram, o que mudaria o tabuleiro.
Com tantos nomes interessados e apenas duas vagas disponíveis, a disputa pelo Senado deve ser um dos eixos centrais da eleição de 2026 em Pernambuco.
A costura que envolve Marília Arraes, o PDT, o PSB, o PT, Silvio Costa Filho, Miguel Coelho e a articulação de Raquel Lyra ilustra o grau de indefinição, e a intensidade do xadrez, que já se desenha para o próximo ciclo eleitoral.