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'The Economist' põe na capa Bolsonaro de 'Viking do Capitólio'

Brasileiro é retratado com um chapéu igual ao que usava o "Viking do Capitólio", um dos apoiadores de Trump na invasão do Congresso americano em 2021

Por Estadão Conteúdo Publicado em 28/08/2025 às 13:30

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está na capa da edição desta semana da revista britânica The Economist, que chega às bancas nesta quinta-feira, 28. O brasileiro é retratado com um chapéu igual ao que usava o "Viking do Capitólio", um dos apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na invasão do Congresso americano em 6 de janeiro de 2021.

O "Viking do Capitólio", como passou a ser chamado o ativista de extrema direita Jake Chansley, tornou-se um dos símbolos do ataque à sede do Poder Legislativo do país.

A reportagem de capa da The Economist destaca o início do julgamento de Jair Bolsonaro e aliados próximos na próxima terça-feira, 2 de setembro, por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Segundo a revista britânica, o Brasil deu uma "lição de maturidade democrática" ao investigar criminalmente o ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, contrastando com os Estados Unidos. Trump insuflou a invasão ao Congresso e foi acusado de quatro crimes, mas pôde concorrer à Presidência do País em 2024. Eleito para mais um mandato, o republicano perdoou 1.500 invasores do Capitólio, inclusive o "Viking".

"Os dois países parecem estar trocando de lugar. Os Estados Unidos estão se tornando mais corruptos, protecionistas e autoritários. (...) Em contraste, mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o País está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia", disse a The Economist.

A publicação afirmou que o processo contra o ex-presidente avançou mesmo sob pressão de Trump, que sancionou o Brasil com tarifas adicionais a produtos nacionais e revogações de vistos de autoridades, além de mirar o relator do inquérito, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky.

A Primeira Turma do STF julgará o "núcleo crucial" da tentativa de golpe entre os dias 2 e 12 de setembro. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi fatiada em núcleos. Os réus do "núcleo crucial" detinham posições de comando na época dos fatos investigados e incluem, além de Bolsonaro, aliados próximos ao ex-presidente e militares de alta patente. Segundo a PGR, "deles partiram as principais decisões" da trama golpista.

Para a Procuradoria, o 8 de Janeiro foi o ato derradeiro e a "última esperança" da tentativa de golpe. "O episódio foi fomentado e facilitado pela organização denunciada", afirmou a PGR ao denunciar Bolsonaro e mais 33 pessoas pela trama golpista - 31 são réus.

"O resultado trágico dos eventos de 8 de Janeiro, cuja índole golpista já foi assentada pelo Supremo Tribunal Federal, por conseguinte, não pode ser dissociado das omissões dolosas desses personagens denunciados".

Quem é o Viking do Capitólio

Jake Chansley ficou conhecido como "Viking do Capitólio" pelos trajes que vestia durante a invasão à sede do Congresso dos Estados Unidos. A invasão, insuflada por Trump, ocorreu no dia que os congressistas ratificariam o resultado da eleição presidencial de 2020, em que o republicano perdeu a reeleição para Joe Biden e alegou fraude na apuração dos votos. À Justiça, o "Viking" reconheceu os crimes dos quais foi acusado e foi condenado a 41 meses de prisão em novembro de 2021.

Trump foi acusado de quatro crimes por ter incentivado a invasão, mas pôde concorrer nas eleições presidenciais de 2024. Ao derrotar Kamala Harris no pleito e reassumir a Presidência, o republicano perdoou mais de 1.500 invasores do Capitólio, inclusive o "Viking".

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