Crise do INSS | Notícia

Wolney Queiroz diz que governo já iniciou ressarcimentos e prepara reestruturação do INSS

Ministro da Previdência Social destacou ações para reparar fraudes, reforçar a estrutura do INSS e reconstruir a confiança dos segurados

Por Pedro Beija Publicado em 16/06/2025 às 19:50

Em visita ao Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, nesta segunda-feira (16), o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, detalhou as ações à frente da pasta e a missão de solucionar a crise no INSS. O ministro destacou a atuação direta do presidente Lula (PT) para garantir que a solução venha "o mais rápido possível" e que não haja prejuízos aos aposentados e pensionistas.

A crise provocada por fraudes em descontos indevidos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas se tornou um dos maiores desafios da gestão do ministro, que está à frente da pasta desde janeiro.

De acordo com Wolney, a resposta do governo federal à crise foi rápida e politicamente coordenada, com atuação direta do presidente Lula, e reforçou que o caminho para resolver os entraves estruturais do INSS passa por articulação institucional, reconstrução de credibilidade e fortalecimento da capacidade operacional do órgão.

“As investigações foram deflagradas pelo governo do presidente Lula. Os descontos cessaram por ordem do governo do presidente Lula e o ressarcimento a todos os aposentados se dará por ordem também do presidente Lula”, enfatizou Wolney, ao comentar as medidas tomadas desde que as denúncias de fraudes envolvendo associações começaram a ganhar repercussão nacional.

Segundo o ministro, a orientação do Palácio do Planalto foi clara: nenhuma pessoa lesada pelas fraudes pode ficar no prejuízo.

O governo, por meio do Tesouro Nacional, já iniciou o ressarcimento dos valores cobrados indevidamente — ainda que posteriormente precise buscar, na Justiça, o patrimônio das entidades envolvidas para reaver o montante. A prioridade, porém, é devolver a tranquilidade aos beneficiários do INSS e garantir que episódios como esse não voltem a acontecer.

Wolney reconhece que o problema tem raízes mais profundas do que uma ação pontual de repressão às fraudes pode resolver. Para além da urgência em reparar os danos, o ministro defende a necessidade de um novo pacto político em torno da Previdência Social.

“Vamos buscar separar o joio do trigo. Procurar, dessas 41 associações que fazem descontos em folha, quais são as associações sérias que prestam efetivamente serviços aos aposentados e quais são as fraudulentas que se estabeleceram apenas com a finalidade de roubar os aposentados”, explicou.

Essa triagem, segundo ele, deve resultar em um relatório a ser apresentado ao Congresso Nacional, que terá a prerrogativa legal de decidir se o modelo de desconto associativo continuará existindo. “O desconto associativo foi instituído por lei. Então, ao Congresso caberá a última palavra”, observou.

Reconstrução do INSS

Além da missão de solucionar a crise causada pelas fraudes nos descontos, Wolney também destacou a tarefa de reconstruir o INSS. De acordo com o ministro, ações estruturantes já estão sendo realizadas, como a implementação de um plano de integridade no Ministério da Previdência, com o objetivo de reforçar os mecanismos de governança e controle.

Além disso, o ministro destacou a divulgação, nos próximos dias, do resultado do concurso público para perito médico federal, com a nomeação de 500 novos profissionais. 

Outro reforço virá da entrada de 300 novos analistas técnicos do INSS, que irão contribuir para acelerar a tramitação dos pedidos de benefícios. A fila atual soma mais de 1 milhão de requerimentos por mês.

“O INSS já teve 40 mil funcionários. Hoje são apenas 20 mil. É um sistema gigantesco, e precisamos restabelecer sua capacidade de resposta”, disse Wolney.

A promessa de Lula, feita no discurso de posse no Congresso Nacional, de zerar a fila do INSS, é, segundo Wolney, um compromisso pessoal que ele pretende honrar com resultados.

“Eu estava lá como deputado e ouvi esse discurso. Agora, como ministro, estou comprometido com essa promessa”, afirmou.

Foco no "maior desafio da vida" como ministro, sem distrações eleitorais

Questionado sobre sua participação nas articulações políticas em Pernambuco, especialmente com vistas às eleições de 2026, Wolney foi categórico ao dizer que está inteiramente dedicado à missão ministerial.

“Eu não posso me dar o luxo de pensar em política agora, em candidatura agora, porque eu tenho o maior desafio da minha vida: dar conta de um ministério que já é honroso por si só, mas que neste momento é também trabalhoso e desafiador”, declarou.

No entanto, o ministro afirmou que acompanha os desdobramentos da política local e as movimentações da governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), mas destacou que não pretende se envolver diretamente neste momento. Wolney lembrou que, ao assumir a pasta, abriu mão da presidência estadual do PDT em Pernambuco, hoje sob o comando de José Queiroz, seu pai e ex-prefeito de Caruaru.

“Quero dar resposta à sociedade e ao presidente da República que confiou na gente para fazer esse trabalho”, concluiu.

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