Governo do Estado alega que acionou MPF sobre irregularidades de empresa contratada
De acordo com gestão, em 2024 a Procuradoria Geral do Estado solicitou que o MPF impedisse que a companhia fornecesse produtos ao serviço público

Com contratos superiores a R$ 331 mil, só em 2025, com a MN Plásticos & TNT, que está sendo investigada por irregularidades pelo Ministério Público Federal (MPF), a gestão Raquel Lyra alegou que acionou o ministério para que a empresa fosse considerada inidônea, ou seja, inadequada para firmar acordos com o poder público.
De acordo com o Governo de Pernambuco, em 2024 a Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE) solicitou que o MPF impedisse que a companhia fornecesse produtos ao serviço público.
O MPF apresentou à Justiça uma petição contra dois empresários que teriam criado a MN Plásticos & TNT, que fornece, entre outras coisas, lonas plásticas para cobertura de áreas de risco nos morros, como fachada para contornar uma proibição judicial e continuar participando de licitações públicas em Pernambuco.
O caso foi divulgado pelo JC na última quarta-feira (28), que apresentou a informação de que a companhia também tem licitações com a Prefeitura do Recife - mais de R$ 20 milhões em contratos com a gestão municipal nos últimos quatro anos. A gestão João Campos alegou que a firma apresentou documentos comprovando a aptidão para participar dos certames.
Segundo o Ministério Público Federal, a firma pertence ao empresário Antônio Manoel de Andrade Neto, sobrinho de Antônio Manoel de Andrade Júnior.
Antônio Manoel está proibido, por ordem judicial, de fechar contratos com o poder público desde dezembro de 2017, em decorrência da Operação Torrentes, da Polícia Federal, que investigou desvios em contratos na gestão do PSB em Pernambuco para o fornecimento de produtos e serviços em auxílio às vítimas das enchentes de 2010 e 2017.
Em documento encaminhado em 2024 à Justiça Federal, a PGE solicita que “seja estendida a proibição de contratar com o Poder Público, objeto de determinação em sede de medida cautelar nestes autos em relação a diversas pessoas jurídicas envolvidas no bojo da Operação Torrentes, à empresa MN Plásticos & TNT Ltda.”.
Gestão anterior
O Governo de Pernambuco alegou, ainda, que a maior parte das verbas destinadas à MN Plásticos & TNT na atual gestão foi fruto de contratos de produtos que já tinham sido comprados pela gestão Paulo Câmara (PSB).
De acordo com o Governo, o fardamento de 2023 foi contratado à empresa em 2022 e, em seguida, foi feito o pedido para que a empresa fosse considerada proibida de fornecer ao poder público.