Pré-candidato ao governo de Pernambuco, Ivan Moraes dispara contra Raquel e João: 'projetos conservadores'

O PSOL lançou, oficialmente, Ivan Moraes como pré-candidato ao governo de Pernambuco nas eleições 2026. Em coletiva realizada nesta segunda-feira (26), o jornalista ex-vereador do Recife criticou a governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito João Campos (PSB), e defendeu a composição de uma chapa "ousada", dentro da realidade da legenda.

"A gente precisa defender um programa que seja ousado e que seja possível. Não adianta a gente ficar defendendo coisa que não existe, mas é fundamental que exista uma proposta que vai além da mesmice”, afirmou Ivan.

O lançamento da pré-candidatura foi realizado na sede do diretório estadual do partido, no bairro do Derby, no Recife. Acompanharam o evento Samuel Herculano, presidente estadual da sigla, e as dirigentes Michelle Santos e Perpétua Rodrigues.

Ivan Moraes tem 47 anos, é jornalista, mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e militante de causas ligadas aos direitos humanos, à comunicação e ao meio ambiente. Foi vereador do Recife por dois mandatos consecutivos (2017–2024), ambos pelo PSOL.

A pré-candidatura dele ocorre em um momento de reorganização interna do PSOL em Pernambuco. Em 2024, o partido lançou a deputada estadual Dani Portela como candidata à prefeitura do Recife, alcançando a terceira posição. No final do ano, o grupo da parlamentar migrou para o PT, e internamente a migração dela para a legenda petista é dada como certa na janela partidária, embora ela negue.

Diante de um cenário de polarização política em Pernambuco, numa disputa que envolve a governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), Ivan Moraes avalia que os dois defendem o mesmo projeto para o estado.

"Eles defendem as privatizações, defendem projetos conservadores, nada muito além do que já é feito na política tradicional de Pernambuco. Duas candidaturas semelhantes, que se abraçam, que disputam as mesmíssimas bases, não existe um alinhamento ideológico, existe busca pelo poder. Raquel é a candidata da Amupe; enquanto João parece ser o candidato da Alepe. Então a gente precisa ser a candidatura do povo”, discursou nesta segunda.

Ainda na coletiva, Ivan reconheceu as dificuldades do partido em relação a estrutura e tempo de TV, quando comparado a outras legendas do estado. Mesmo assim, ele se mostrou confiante.

"Tenho certeza absoluta que, se a gente conseguir superar o desafio do conhecimento, de a gente fazer chegar a nossa voz, com nossa conversa, com nossa tranquilidade, com nossa humildade, com nosso desejo de mudar dos ouvidos e dos corações das pessoas, eu não tenho dúvida de que elas vão votar na gente. Na hora de escolher o voto, elas vão escolher a gente”, garantiu.

"Conjunto do partido"

O presidente estadual do PSOL, Samuel Herculano, disse que Ivan foi convidado pelo conjunto do partido e aceitou a tarefa, destacando que, pela primeira vez na história do partido em Pernambuco direção e todas as organizações internas do partido tiveram consenso na definição do nome a disputar o governo do estado.

Em pleitos anteriores, os grupos internos da legenda protagonizaram embates na definição das chapas, criando conflitos internos que eram de conhecimento público.

“Vai ser o nome que vai levar esse projeto, que não só do PSOL, para outros movimentos, para outros partidos. Também temos uma novidade: a de que o nome de Ivan foi aceito por todos os grupos da direção partidária. Na história do PSOL, hoje temos pela primeira vez uma pré-candidatura que é consenso”, disse o presidente estadual.