Eleição no PT Pernambuco tem sete candidatos, mas grupos ainda acreditam em consenso
Apesar do fim do prazo de inscrição, ainda existe a possibilidade de chapas chegarem a consenso e se unirem em torno de um só nome para a presidência

Sete candidatos apresentaram candidatura à presidência do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco. Deste total, três integram a mesma corrente partidária interna, Construindo um Novo Brasil (CNB), a maior tendência petista do país, liderada localmente pelo senador Humberto Costa.
Além destes nomes, outros quatro postulantes também apresentaram ficha de cadastro, incluindo um integrante do núcleo da senadora Teresa Leitão, que não chegou a acordo com Humberto para apoiar a CNB. Uma eleição com chapa única era o desejo inicial de todos os envolvidos, mas isso nunca foi alcançado.
A eleição está marcada para acontecer no dia 6 de julho, junto à votação para a executiva nacional e para os diretórios municipais, mas o prazo para inscrição na disputa estadual foi encerrado na última sexta-feira (9).
Apesar disso, ainda existe a possibilidade de os grupos chegarem a um consenso e se unirem em torno de um só nome. De acordo com o regulamento do Processo de Eleição Direta (PED) 2025 do PT, os grupos têm até o dia 26 de maio para fazer ajustes nas nominatas.
Ou seja, eles podem fazer alterações nas chapas, apresentar desistências e manter somente um candidato na disputa. Essa possibilidade vem sendo costurada internamente entre as lideranças das correntes e, internamente, comenta-se que ela pode, de fato, se concretizar.
Corrente CNB indecisa
A CNB é a maior tendência petista do país e articulava a indicação de um nome central na eleição do diretório pernambucano. O principal nome trabalhado era o do deputado federal Carlos Veras, que sempre defendeu uma disputa com chapa única, evitando um conflito interno.
Ele apresentou candidatura na última sexta, com apoio das correntes Esquerda Popular Socialista (EPS) e Socialismo em Construção.
"Quero liderar um PT que una todas as forças, onde cada militante, cada dirigente tenha voz, espaço e tarefa. A nossa unidade não é de uma tendência ou outra — é de todo o partido. Vamos fazer uma direção viva, combativa e comprometida com o povo de Pernambuco”, afirmou o parlamentar.
Apesar disso, a CNB também inscreveu outros dois nomes para a disputa, ambos com aval de de Humberto Costa: o atual secretário-geral do partido, Sérgio Goiana, que afirmou o desejo de priorizar a bancada federal do partido e a reeleição do presidente Lula, e a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, elogiada pelo trabalho de gestão e pelo poder de articulação entre os pares.
Embora o desejo fosse de unir a chapa em torno de um nome, a corrente não conseguiu unanimidade durante os meses de negociação e acabou distanciando até outros apoiadores, como Teresa Leitão.
Núcleo de Teresa Leitão
A senadora Teresa Leitão iria ficar isenta na disputa e esperou pacientemente por um acordo entre a CNB. Em contrapartida, ela iria indicar petistas para compor as secretarias da nova gestão. A falta de entendimento na corrente majoritária fez a senadora lançar seu próprio candidato: o ex-presidente da CUT, Messias Melo.
Além do apoio de Teresa, a candidatura também representa o Coletivo PT Militante, a Articulação de Esquerda, a Via Trabalho e o grupo de Mozart Sales. Para a senadora, esta foi uma "decisão madura, tomada sobretudo pensando no PT”.
"Eu vinha conversando com Humberto Costa desde o final do ano passado para a gente fazer um candidato estadual único. Isso tentou-se para lá, para cá, mas não vingou. A própria CNB se apresenta com três candidatos, ela não conseguiu fazer o consenso nem dela própria. Nós não vamos embarcar nessa canoa", disse Teresa Leitão ao JC na semana passada.
Messias Melo entrou na disputa afirmando representar uma recuperação da visão militante do partido. "Não uma unidade construída artificialmente por maioria de votos, mas unidade fruto de debate, de composição. Creio que, se o PT continuar trilhando o caminho das políticas serem construídas fora das instâncias partidárias e de forma isolada, não seremos protagonistas na política pernambucana”.
Mais nomes na disputa
Outros três nomes se inscreveram na disputa pela presidência do PT. Um deles foi o ex-deputado federal Fernando Ferro, que tem apoio das tendências Avante e Diálogo e Ação Petista. O grupo, crítico à CNB, defende maior autonomia e protagonismo do diretório estadual.
Outra candidatura foi apresentada pelo vereador do Recife Osmar Ricardo, da corrente Alternativa Socialista Democrática (ASD). "A ASD tem plena convicção que pode contribuir para fazer o Partido dos Trabalhadores mais forte na nossa cidade e no nosso estado", diz um manifesto plublicado pela corrente semanas atrás.
A atual secretária de comunicação do diretório do PT do Recife, Maria dos Prazeres Firmino de Barros, também apresentou candidatura à presidência estadual da legenda.
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