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Saneamento no Brasil deve ter 40% de administração privada até o fim do ano, com impacto em Pernambuco

Parcerias com empresas privadas devem avançar no setor de água e esgoto em todo o país e Pernambuco é um dos estados com previsão de concessões

Por Laís Nascimento Publicado em 26/06/2025 às 19:31

A precariedade no saneamento básico no Brasil escancara a dificuldade do poder público em promover abastecimento de água e conexão à rede coletora de esgoto. Um levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil revela que, em 2022, metade das moradias no Brasil sofre com alguma privação de saneamento.

Baseada em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual (PNADCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa revela que o problema atinge cerca de 102,7 milhões de brasileiros.

Urgente, a agenda do saneamento básico no país tem resultado em Parcerias Público-Privadas (PPPs), tema discutido ao longo da semana na IFAT Brasil 2025, Feira Internacional para Água, Esgoto, Drenagem e Soluções em Recuperação de Resíduos, que acontece em São Paulo.

De acordo com o panorama da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON SINDCON), a projeção é que 40,1% dos serviços de água e esgoto sejam administrados pelo setor privado até o fim deste ano, com projetos previstos, inclusive, para Pernambuco, Pará, Goiás e Rondônia.

O setor privado tem aumentado sua participação desde o Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020 e que prevê que, até 2033, 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto.

Em 2019, o setor atendia a 5,2% dos serviços, percentual que aumentou para 7% no ano seguinte e 15,7% em 2023. A projeção da ABCON SINDCON é de que até 2026 o índice chegue a 45,6%.

Vai pesar no bolso? Entenda o impacto nas contas

A respeito da possibilidade das contas de água ficarem mais caras para a população, o secretário de Fundos e Instrumentos Financeiros, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Eduardo Tavares, destacou que o Governo Federal “tem procurado trabalhar essa questão da modicidade tarifária e tarifas acessíveis, como a tarifa social”.

Modicidade tarifária é uma regra para que as contas de água continuem acessíveis, mesmo com a entrada do setor privado.

O secretário Eduardo Tavares ressaltou, ainda, que além de promover o desenvolvimento social, as parcerias podem gerar novos investimentos no país.

“Por mais que muitas vezes pareça que com a PPP vá surgir uma tarifa para coleta e destinação de resíduos, por outro lado quanto que a gente gasta com saúde e deixa de gerar em emprego, energia e várias outras coisas quando a gente dá a destinação adequada para o lixo?”, disse.

*O JC participou da cobertura da IFAT Brasil 2025, em São Paulo

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