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UMA realiza culto ecumênico em razão dos dez anos dos primeiros casos de Microcefalia em Pernambuco

No dia 24 de outubro de 2015, o JC foi o primeiro veículo de comunicação no mundo a relatar a associação entre a Zika e bebês com microcefalia

Por Zayra Pereira Publicado em 27/05/2025 às 0:14

A União de Mães de Anjo em Pernambuco (UMA) promoveu, nesta segunda-feira (26), um culto ecumênico no Shopping Tacaruna, na área central do Recife, em prol do marco de uma década dos primeiros caso de microcefalia em Pernambuco., associados à disseminação do Zika Vírus no Estado. No dia 24 de outubro de 2015, o JC foi o primeiro veículo de comunicação no mundo a relatar a associação entre a Zika e o nascimento de bebês com microcefalia, reforçando os cuidados e novas investigações que decorreriam a partir daquele momento em diante. 

A microcefalia tem orgiem associada à infecção do Zika vírus e tornou-se uma epidemia no Estado naquele ano, impactando até hoje a vida de diversas mães e crianças. "Além das publicações científicas, a imprensa teve papel fundamental, a partir de outubro de 2015, para esclarecer à população o que estava acontecendo em relação à saúde das mães e dos bebês que nasceram com microcefalia. Em Pernambuco, noticiamos de forma inédita, no dia 24 de outubro de 2015, os primeiros casos. O olhar do jornalismo científico em saúde nos ajudou a investigar e a divulgar os primeiros casos de microcefalia associada ao zika. Naquela época, o trabalho responsável ajudou a transmitir para a população, da forma mais fiel possível, o que os pesquisadores descobriam, dia após dia, sobre um vírus que carregava tantas incertezas", relembra a colunista de Saúde e Bem-Estar deste JC, Cinthya Leite. 

MOMENTO PARA EXALTAR A SUPERAÇÃO

Com a iniciativa do culto, famílias e crianças puderam confraternizar e agradecer pela possibilidade de superar os desafios impostos nos últimos dez anos.

"Não teríamos sobrevivido nesses dez anos se não fosse através da fé. A fé que nos uniu, a fé que nos juntou e a fé que nos manteve em pé", afirma Germana Soares, presidente da União de Mães de Anjo. Germana conta que a ideia do culto surgiu para tirar as mães daquele ambiente constante de questões médicas e ofertar um momento com mais dignidade.

"Nós mães, mulheres, cuidadoras, nos unimos com nossos filhos, com nossas famílias, para a gente sair daquele ambiente hospitalar, que só se conversa sobre terapia, sobre médico, exame, fralda, remédio", contou. "A gente veio para um ambiente festivo que pudesse dar dignidade para essa mãe, vestir um vestido bonito, colocar um sapato bonito", complementou.

Ela explica que o culto exaltou a resistência e a força das mães que lutam pelos seus filhos. "Nós viemos comemorar UMA, que é a sigla da União de Mães de Anjo em Pernambuco, Uma década de resistência", conta. "Uma década de resistência resistindo aos desafios da falta de acessibilidade, acesso a saúde, a lazer, a educação, a assistência social. Lutando contra os nãos, os nãos da vida, os não pode, os não tem, os não como", reforça Germana. 

Embora a noite tenha sido de celebração, a UMA reforça a busca pela garantia de direito para as mães e crianças. "A gente conta com a sensibilidade dos governantes, dos gestores, da sociedade para poder promover dignidade e qualidade de vida para essas crianças e suas famílias", cobra Germana. 

LIVRO CONTA HISTÓRIA

As ações do Ministério da Saúde desde a descoberta do Zika vírus e o surto de casos de microcefalia no Brasil podem ser conferidas na publicação "Vírus Zika no Brasil: a resposta do SUS". O livro conta com a colaboração de 33 autores. Entre eles, Cinthya Leite, que relatou em matérias os primeiros casos da má-formação congênita registrados em Pernambuco. O livro mostra o que se fez para saber a origem do agravo, associado ao Zika, e suas consequências. 

 


 

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