Desabamento em Piedade reacende alerta sobre prédios-caixão no Grande Recife: confira lista de imóveis
Prédio havia sido interditado dois dias antes pela Defesa Civil, que identificou risco estrutural grave; não foram encontradas vítimas do desabamento

O desabamento do edifício Kátia Melo, ocorrido na manhã desta terça-feira (6) no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, reacendeu o alerta sobre a segurança de centenas de imóveis semelhantes espalhados pela Região Metropolitana do Recife.
Até o momento, de acordo com a Secretaria Executiva de Defesa Civil da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, não foram encontradas vítimas do desabamento do edifício.
O prédio em questão havia sido interditado no último domingo (04), quando a Defesa Civil do município identificou sinais preocupantes durante uma vistoria técnica no imóvel.
Em contato com o JC, a gestão de Jaboatão dos Guararapes foi questionada sobre as medidas que serão tomadas e afirmou que irá divulgar uma nota atualizada sobre o caso no final da tarde desta terça-feira (6).
Veja vídeo do prédio após o desabamento
A tragédia evitada chama atenção para um problema antigo e recorrente: a presença dos chamados “prédios-caixão”.
Marcados por falhas de manutenção, uso prolongado e, muitas vezes, abandono, esses edifícios representam uma ameaça constante à segurança de moradores e vizinhanças.
O que são Prédios-Caixão?
Os chamados prédios-caixão são estruturas construídas com o método conhecido como alvenaria autoportante, que dispensa o uso de pilares, vigas e concreto armado.
O nome, apesar do histórico de desabamentos fatais, faz referência ao formato retangular e compacto dessas edificações, semelhante ao de um caixão.
Desde 2005, esse tipo de construção está proibido nas cidades da Região Metropolitana do Recife, devido aos riscos estruturais que representam.
Imóveis com alto risco de desabamento
Em julho de 2024, o Governo de Pernambuco, em parceria com o Governo Federal, firmou um acordo para desocupar 431 imóveis classificados como de alto risco de desabamento na Região Metropolitana do Recife.
Na ocasião, o governo estadual anunciou que moradores desses imóveis receberiam indenizações de até R$ 120 mil, além de auxílio-moradia.
Em 2024, o JC noticiou que três proprietários de apartamentos do residencial MEG IV, em Jardim Atlântico, Olinda receberiam a indenização de R$ 120 mil após 20 anos de interdição.
Em contato com a reportagem do JC, a Seduh (Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação) afirmou, através de nota, que "as demolições seguem um cronograma técnico e jurídico, priorizando os prédios com maior risco de colapso, e são realizadas pelas seguradoras que, apenas após a demolição, passam o terreno para a responsabilidade do Governo do Estado, que, atualmente, já recebeu cinco áreas no município de Jaboatão dos Guararapes".
Em Jaboatão, de acordo com a Secretaria, um dos terrenos objeto da demolição dos prédios caixão já foi apresentado à Caixa Econômica Federal com proposta de empreendimento que contemplará 144 unidades habitacionais.
Bairros
Os bairros com maior número de imóveis incluídos na lista de edificações em risco são Jardim Atlântico, em Olinda, com 51 prédios, e Janga, em Paulista, com 42 imóveis. Confira a lista completa abaixo.
- Jardim Atlântico
- Jardim Fragoso
- Rio Doce
- Várzea
- Iputinga
- Cordeiro
- Boa Vista
- Arruda
- Tejipió
- San Martin
- Imbiribeira
- Casa Amarela
- Madalena
- Encruzilha
- Jardim São Paulo
- Barra de Jangada
- Marcos Freire
- Curado I
- Curado III
- Curado IV
- Jardim Brasil I
- Jardim Brasil II
- Casa Caiada
- Bultrins
- Janga
- Maranguape 1
- Jardim Maranguape
- Jardim Maranhão
- Piedade
- Candeias
- Nossa Senhora do C
Municípios
- Olinda
- Recife
- Paulista
- Jaboatão