Humberto Costa e Teresa Leitão não chegam a acordo sobre direções do PT no Recife e no estado e vai ter bate-chapa
O PT de Pernambuco vai expor sua divisão interna dia 06 de julho quando serão escolhidos os novos dirigentes do partido no estado e no Recife

Dividido desde que um grupo resolveu se compor com o prefeito João Campos e outro, formado pela bancada estadual, vem apoiando a governadora Raquel Lyra, o PT de Pernambuco vai expor sua divisão interna dia 06 de julho quando serão escolhidos os novos dirigentes do partido no estado e no Recife. Depois que o senador Humberto Costa através da CNB (Construindo um Novo Brasil) tendência da qual faz parte, resolveu lançar o ex-vereador Jairo Brito candidato a presidente do partido no Recife, contrapondo-se ao dirigente atual Cirilo Mota, candidato a reeleição, e apoiado pela senadora Teresa Leitão, a própria Teresa disse em entrevista ao Jornal do Commercio esta segunda que vai ter candidato a presidente estadual.
– Nós já estamos com a chapa montada e, daqui para o dia 08, a gente vai definir quem será o candidato ou candidata. Mas nós temos critérios. Não vamos lançar três, só vamos lançar um” – disse Teresa, com fina ironia, ao JC. Ela acusa Humberto de ter três nomes da CNB na disputa da estadual – o deputado federal Carlos Veras, o secretário-geral Sérgio Goiana e a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado – e alega que isso impediu um acordo. Na verdade até o dia 08 os pré-candidatos registram seus nomes mas até o dia 26 ainda podem ocorrer mudanças e desistências, segundo as regras do PED, como é definido o sistema de eleições internas do PT.
Os desentendimentos entre Humberto e Teresa não vêm de agora. No momento, porém, segundo um dirigente estadual, a situação ficou mais séria. Humberto não teria assimilado bem a declaração da senadora de apoio à candidatura do prefeito João Campos a governador antes que ele próprio conduzisse os entendimentos, já que é candidato à reeleição para o senado e tem também conversado com a governadora. Além disso, Humberto não teria querido, como desejava Teresa, apoiar a recondução à direção do partido na capital do grupo liderado pelo dirigente municipal Oscar Barreto que lançou a candidatura à reeleição de Cirilo Mota, que petistas acusam de ser muito ligado ao PSB.
– “Vai ser difícil acordo entre os dois”– afirmou, ontem, em off, uma fonte da direção estadual do PT, alegando que só as urnas na eleição interna de 06 de julho, vão poder dirimir as dúvidas e definir o vencedor. Para esta fonte “somente a nacional vai poder, a esta altura, escolher um tercius e pacificar o assunto”. Mas como? Humberto é o atual presidente nacional do PT e tudo terá que passar por ele.
A força de Humberto no interior
O senador Humberto tem hoje o controle da direção estadual do PT através do presidente Doriel Barros que faz parte também da CNB, assim como são da tendência o deputado federal Carlos Veras, que é 1.o secretário da Câmara Federal, e a senadora Rosa Amorim. O deputado estadual João Paulo Silva não é da CNB mas se compôs com Humberto na última eleição estadual e é tido atualmente como membro do mesmo grupo. Eleita senadora, Teresa, que representa uma tendência pequena, precisou se compor com o grupo de Oscar Barreto no Recife que há anos domina as eleições municipais do PED junto com o irmão, o vereador Osmar Ricardo.
Jairo Brito é ameaça
O ex-vereador Jairo Brito, o candidato de Humberto na capital, tem muita penetração nas bases do PT no Recife e é tido como forte concorrente na disputa com Cirilo Mota. Esse também vem sendo um componente da preocupação de Teresa. Pessoas que têm procurado jogar água na fervura dentro do próprio PT acham que o ideal teria sido um acordo em torno de Jairo Brito, com Teresa indicando alguém do seu grupo para ser vice ou secretário-geral. Por que isso não ocorreu não se sabe. A senadora, que defendeu um acordo no estado e não foi ouvida, não fez mesmo, pelo menos de forma pública, em relação à capital.
Marcílio de todos
A eleição do novo prefeito de Goiana, Marcílio Régio, este domingo, foi comemorada, efusivamente, por todos os partidos que o apoiaram. Como Goiana só tem 54 mil eleitores e todos que puderam foram à sua campanha, sobretudo deputados federais e estaduais, em busca de votos, dá para perceber como está difícil a abordagem dos eleitores neste ano pré-eleitoral. As Federações partidárias e fusões de partidos estão cozinhando o cérebro dos candidatos que vão disputar no ano que vem e, pelo que se viu em Goiana, ninguém quer perder de vista um eleitor sequer, esteja onde estiver.
PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR
Quem vai conseguir intermediar uma conversa serena entre os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão?
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