Pernambuco tem um dos piores índices do Brasil em infraestrutura de acessibilidade
Segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apenas 6,2% das pessoas residem em vias com rampa para cadeirantes no estado

O estado de Pernambuco tem o segundo pior índice do Brasil de equipamento de acessibilidade em áreas urbanas. Segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 6,2% das pessoas residem em vias com rampa para cadeirantes. O estado fica atrás apenas do Amazonas, com 5,6%.
Além disso, em apenas 8,9% dos casos não existem obstáculos nas calçadas.
As informações fazem parte do Censo "Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios". O estudo fez um levantamento de dez quesitos relacionados à capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, calçada ou passeio, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização.
No estado, mais de 949 mil pessoas de 2 anos ou mais de idade têm alguma deficiência, segundo o IBGE.
Em relação às dificuldades investigadas entre a população pernambucana, as mais declaradas foram:
- andar ou subir degraus (4,3%)
- enxergar, mesmo usando óculos ou lentes de contato (3,8%)
- aprender, lembrar-se das coisas ou se concentrar (2,9%)
- levantar uma garrafa com dois litros de água da cintura até a altura dos olhos (2,5%)
- pegar objetos pequenos ou abrir e fechar recipientes (1,6%)
- realizar cuidados pessoais (1,5%)
- comunicar-se, para compreender ou ser compreendido (1,3%)
- ouvir, mesmo usando aparelhos auditivos (1,3%)
O Recife, inclusive, é a capital brasileira com maior porcentagem de pessoas com deficiência, com 11,1% dos seus habitantes de 2 anos ou mais nessa condição, o equivalente a 182 mil pessoas.
Apesar disso, os índices de acessibilidade no município também são baixos. Em 27% das vias monitoradas não existe calçada; em 57% das calçadas existem obstáculos; e a rampa para cadeirantes é inexistente em 58% dos casos.
Projetos
Mais de R$ 400 milhões devem ser investidos pelo Governo de Pernambuco para a inclusão e acessibilidade.
Em anúncio feito no último mês de fevereiro, a governadora Raquel Lyra lançou o Pernambuco Acessível, que prevê a integração de programas de diferentes secretarias para criar Centros de Reabilitação, ampliar a oferta de órteses e próteses no estado, de maneira descentralizada, entregar vans adaptadas para o transporte escolar, entre outras ações.
No Recife, a prefeitura criou o Calçada Legal com o objetivo de requalificar passeios públicos em ruas e largos da cidade. A iniciativa conta com o investimento total de R$ 80 milhões e realiza ações que envolvem pavimentação, construção de rampas de acessibilidade, preservação de trechos históricos e paisagismo.
De acordo com a gestão municipal, 77 km de vias já foram requalificadas.