Retomar o protagonismo
Perspectiva de investimentos bilionários faz com que governo e setor privado possam vislumbrar a recuperação da competitividade no Nordeste

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Sem contar com grandes investimentos em muitos anos, os pernambucanos têm acompanhado o crescimento diferenciado da economia, da infraestrutura e da competitividade em outros estados do Nordeste, como a Bahia e o Ceará. Até mesmo o encanto celebrado nacionalmente do Recife vem perdendo posição de destaque, em relação a capitais nordestinas, inclusive as vizinhas João Pessoa e Maceió. A decadência na região – e por extensão, no país – foi um dos motivos, aliás, para a mudança política que ocasionou a eleição de Raquel Lyra e Priscila Krause para o Campo das Princesas, em 2022. A expectativa de retomada veio junto com a posse das primeiras mulheres a comandarem o estado.
A recuperação da saúde financeira foi o primeiro passo para o restauro de condições favoráveis a um novo ciclo de investimentos para impulsionar o desenvolvimento, e melhorar a qualidade de vida da população – qualidade de vida que também se deteriorou, e precisa de um salto na direção da dignidade e da prosperidade. Mesmo sem o aporte esperado de R$ 1 bilhão do governo federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo estadual deve fechar 2025 com até R$ 5 bilhões em recursos próprios investidos. E para 2026, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) encaminhada pelo Executivo prevê mais de R$ 6 bilhões em investimentos, o que abre perspectivas inéditas de aplicação em obras – e seus efeitos positivos para a coletividade.
O secretário de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional de Pernambuco, Fabrício Marques Santos, garante que o que já está em curso é um esforço que “vai se refletir na vida das pessoas”. Não é outro o resultado aguardado a partir da confiança depositada na gestão pública. Um dos exemplos mencionados pelo secretário é a climatização das unidades escolares, que ultrapassa metade da rede pública, tendo como meta chegar à universalização até o final do ano que vem, ou seja, ainda neste mandato da governadora Raquel Lyra. Barragens, rodovias e hospitais também integram as prioridades de recomposição da infraestrutura, para que Pernambuco possa voltar a almejar outros horizontes.
O objetivo é equiparar o que se faz no Ceará há duas décadas: investir 10% da receita corrente líquida. E assim, “mudar a realidade em 5 ou 6 anos. Um estado pobre que não investe em infraestrutura fica para trás”, diz Fabrício Marques. É o cenário encontrado, e que se pretende transformar com mais investimentos, orientados de forma a turbinar o desenvolvimento diversificado, justo e sustentado. A viabilização de empréstimos autorizados pelo governo federal depende da Assembleia Legislativa, que travou os pedidos no primeiro semestre. Os deputados têm uma responsabilidade imensa para que a boa expectativa floresça com a chegada de recursos bilionários, apoiando o resgate da autoestima e da competividade dos pernambucanos.