HABITAÇÃO | Notícia

Reduzir o déficit é a meta

Medida do governo do Estado pode representar importante apoio para a diminuição do déficit histórico de moradias na capital e noutras cidades

Por JC Publicado em 07/06/2025 às 0:00

Quando o poder público faz a sua parte e estimula o setor produtivo, a iniciativa privada reconhece e se prepara adequadamente para transformar o estímulo em benefício coletivo. Se faltam moradias no Recife, a necessidade de incentivo é evidente há décadas, sem que os governos, nos três níveis, tenham conseguido minimizar o problema. Pelo contrário, em relação à gestão municipal, a lentidão na entrega de habitacionais já virou um case negativo para Pernambuco – mais um.
Agora, os pernambucanos recebem uma notícia promissora. Um acréscimo de dez mil habitações poderá resultar de medidas anunciadas na última quinta, pelo governo do Estado, em reunião conjunta do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-PE) e da Associação das Empresas do Mercado imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE). Com a ampliação do teto do programa Morar Bem – Entrada Garantida, e subsídios de R$ 20 mil por unidade habitacional na faixa 1, para famílias de baixa renda, do Minha Casa Minha Vida, a construção residencial na capital tem tudo para receber nova dinâmica, gerando efeitos multiplicadores na economia local.
No Morar Bem, o teto deixa de ser R$ 220 mil e vai a R$ 255 mil no Recife, e chega a R$ 245 mil na Região Metropolitana, em Caruaru e Petrolina. Quem ganha até dois salários-mínimos poderá pleitear o subsídio de R$ 20 mil para a entrada. Segundo os construtores, a elevação do teto permitirá a venda de imóveis com melhor localização e infraestrutura na capital pernambucana, aquecendo o mercado. Mais de 200 empreendimentos já estão em desenvolvimento, sendo atendido pelo programa por um valor superior a R$ 200 milhões. A expectativa é que o número de empreendimentos cresça mais rapidamente, com o apoio do governo estadual à população.
Para atrair as empresas de construção e a população para o centro do Recife, área esvaziada de moradias, mas dotada de infraestrutura de qualidade para receber empreendimentos e novos moradores, o governo Raquel Lyra está designando subsídio de R$ 20 mil para a faixa que abrange as famílias de baixa renda. Segundo o presidente da Ademi, Rafael Simões, as medidas do Estado podem até triplicar o número de construções habitacionais em Pernambuco em dois anos, chegando a 30 mil novas unidades.
Correndo atrás do déficit acumulado pelas gestões anteriores, o atual governo busca, na prática, acelerar o desenvolvimento, ampliando a escala de uma das maiores demandas da população: a casa própria. Com o incentivo oficializado, a iniciativa privada pode se dedicar a cumprir sua parte, oferecendo à população mais moradias, em localizações mais atraentes e seguras. Como a habitação é um dos direitos essenciais para melhor qualidade de vida, a parceria entre os setores público e privado, mirando a viabilização financeira da aquisição do imóvel em um estado pobre e desigual como Pernambuco, tem tudo para resultar num ambiente social mais digno e justo, se a redução do déficit habitacional for, de fato, alcançada.

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